quarta-feira, 22 de agosto de 2018

COMO OS PAIS DO SUPER-HOMEM.







A razão do Super-Homem ter chegado a Terra, deve-se ao fato, segundo sua história, de seus pais terem escolhido o enviar para salvarem-no da destruição eminente de seu planeta, Krypton de seu nome, numa outra galáxia, assim tornando o SH um refugiado inter-galático, arriscando a hipótese de sua nave chegar a local seguro. Agora vemos no norte d'África a história se repetir vezes sem conta, onde os pais vendem todos os seus bens, inclusive a casa onde moram, para poderem pagar aos traficantes do Mediterrâneo o custo da travessia, para arriscarem na hipótese de que seu filho seja um dos dois em cada três a completar a viagem, que é assassina para o outro terço. Assim temos crianças e jovens a tentar chegar a Europa, onde se põem a salvo das guerras, dos assassínios, da fome e das perseguições étnicas. Fugindo a uma vida desesperançada arriscam tudo, na busca de trabalho, alimento, e noites de sono tranquilo, sem o estigma constante das ameaças que pesam sobre suas vidas.

A busca da preservação genética é instintiva em todas as espécies, e a humana não foge a regra, pois  assim como fazem milhares de espécies animais que se sacrificam para preservar a vida de suas crias, procurando salvar seu legado genético a todo custo, procedem os humanos. Toda a mentira em torno do que se passa com estes que se lançam na travessia mediterrânea numa fuga provável, resume-se ao desconhecimento da genética ou da BD, como preferirem, que para o caso vem dar ao mesmo, porque como os conjurados do planeta Krypton não medem a meios para impedir o sucesso a uma solução redentora para a carga genética que tenta salvar-se, assim tem atuado a maioria dos políticos europeus da atualidade.

Esses Jor-Els africanos e seus filhos refugiados, são meus heróis, ídolos para mim como nunca foram os da BD, ou qualquer suposto SH (ou SM, se preferirem a sigla anglo-saxônica) posto que seus dramas reais têm uma conotação com a nossa realidade e nossas limitações e exclusões, o que nos compele a ação, esta mesma que se desenvolve por meio de muitos outros heróis tentando cruzar o Mediterrâneo, como ainda por toda reação feita face às políticas inoperantes que têm se praticado nos países de acolhimento a vários níveis, exigindo nossa participação para que haja a reformulação das pseudo-soluções encontradas, e para que se implante uma verdadeira política para que os refugiados cheguem ao destino pretendido. Também como os pais adotivos do SH que mantiveram o segredo, possuídos da intuição de todos os pais, e do entendimento da repulsa que gera tudo o que é diferente como fonte de sua exclusão, nunca revelaram a origem ET do SH; para que ele como refugiado pudesse ter um vida normal. Assim os países da rica UE deveriam ter tratado do assunto dos refugiados, acabando com o tráfico, indo os recolher diretamente em África, para receberem contentes essa rica herança genética, e a integrarem em seus países, tornando-os mais ricos.

O bravo sacrifício dos pais em ficarem despossuídos, ou inclusive com dívidas, para poderem enviar sua herança genética para local seguro, a coragem dos filhos em lançarem-se numa aventura que é muitas vezes fatal, não teve a felicidade de encontrar, como na BD, uma equivalente coragem e generosidade na recepção áqueles que conseguem chegar. Diferentemente dos bárbaros, e depois dos mouros, que vieram como invasores para essas mesmas praias em tempos recuados, esses vêm em busca de asilo que lhes proporcione vida decente, refugiados que são.

A falta de humanidade dos governantes europeus em sua maioria, as decisões estúpidas da UE em matéria de acolhimento, sendo preciso relembrar que paga bilhões a Turquia para essa reter a vaga migrante em condições sub-humanas do outro lado do Mediterrâneo em campos de concentração, eternizando o problema que não irá desaparecer, não se portando como os pais adotivos do SH, e destruindo o esforço de tantos pais que apenas tentam salvar seus filhos, pondo-os em segurança.

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