segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A triste herança Peronista.













A Argentina, a grande nação ao sul da minha, a vizinha luxuosa, onde em minha juventude encontrei um requinte, um bom gosto, uma gente bonita, uma mistura de sangues que criou uma das grandes maravilhas da América do Sul. Essa lembrança feliz, me obriga a escrever essa crónica, para a qual, na sua lógica, a que fica proposta em seu título, bastaria uma só palavra para dizer no que se materializou essa herança.

Por outro lado poderia escrever uma longa crónica onde falasse da génese da desgraça argentina, dizer que essa situação se consolidou quando o país se enredou na falácia da possibilidade de ter toda sua população próspera e rica, com o fim dos 'descamizados', com a ascensão social geral e sem exceções, onde todos desfrutariam das riquezas do progresso. Esqueceram de dizer ao povo que isso era possível no século XVIII, depois, com a evolução do nível de vida, já não existe tanta riqueza no planeta, assim, para se partilhar, ademais que com o aumento populacional o volume da demanda passou então a ser muito maior, impossibilitando alcançar a mentira que lhes venderam. O que é possível é alcança-se Justiça Social, um país onde não haja mais miséria, mas a ganância das elites não permite isso, cavando o enorme fosso entre pobres e ricos, e será sempre assim.

Mas não quero escrever essa crónica, não quero falar da tristeza enorme que emerge da manipulação das injustiças, só para conseguir o voto. Não quero falar de uma criatura, Evita de seu nome, que manipulada por seu coronel, atraiu hordas de pobres para legitimar um regime equivocado e mal intencionado, que cegou e cega os argentinos até hoje, e que teve sua re-edição com a terceira mulher,  Maria Estela, chamada Isabel, que logo teve seu diminutivo estimado, e acarinhado por todos. Mas não é com sentimentos que se tem boa governação, é com ideias e propostas, com ampla discussão na busca de um caminho de governo, mas por essa via que escolheram, os argentinos só encontraram desgoverno.

E basta uma palavra, a maldita palavra em que se materializaram todas as ilusões, todas as falsas promessas, todos os jogos políticos para levar um povo à esperanças sucessivamente frustadas, às misérias crescentes e oportunidades perdidas, cada vez mais enredado na teia da palavra que se espalhou por todos os cantos do país, fazendo crédulo e equivocado, um povo bom e laborioso, que conheceu um alto padrão de vida, que fez de Buenos Aires uma cidade europeia, mas que perdeu seu estatuto por querer crer em mentiras que se concentram todos na formula repetida de se fazer política na Argentina, e na palavra maldita que já vai para um século de seu desgraçado império: POPULISMO.

Sem comentários:

Enviar um comentário