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Bodo von Bruemmer era um Barão russo, nascido em 1911, banqueiro suíço, industrial, que veio viver para Portugal aos 60, idade da reforma para muitos, e, no final de sua vida, quase centenário, tem uma visão, mística terá sido (?), e, impulsivo, crente e maravilhoso homem que ele era, seguiu sua visão, e criou uma excelência gustativa que atende pelo nome de Casal de Santa Maria.
Sua propriedade, a mais a Oeste que existe em território europeu, a do nome de seu vinho, que tinha sido plantada com vinhas no auge do Colares, criou um vinho com uma personalidade muito especial, com sabor a mar, como quereria Sérgio Endrigo a cantar. Quando o barão começa seu sonho, já há mais de um século que não havia vinhas no Casal, que tinha sido várias coisas, pocilgas, hortas, vacarias, um roseiral, uma coudelaria, etc... Porque diabo veio a ideia ao provecto Barão para refazer as vinhas? Falaram-lhe do além, e deram-lhe vida junto com o sonho, mais uma década de vida, quando a maioria dos seres humanos já optam por morrer.
Ninguém foge a seu destino! Vontade férrea, teimosia indómita, irá beber de seu vinho, e, imparável, deixará 13 variedades. Bodo em português quer dizer distribuição de bens aos necessitados, atentem que é um desígnio. O Sr. Barão podia viver apartado num mundo paralelo, seu mundo onírico, mas quão profícuo, útil, criativo e transcendente pode ser este mundo?
Bebamos a Malvasia do Senhor barão, desfrutemos de sua excelência, saudemos seu sabor, e louvemos sua herança, maravilha sonhada, desejada, recriada e vívida, sua vitória final sobre a morte.
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