segunda-feira, 2 de março de 2020

O REI DAS RUÍNAS.



                                                                                                            [Por ocasião da chantagem turca.]

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Depois de ter escrito uma dúzia de crónicas denunciando o que se passa na Síria, e do problema se ter  sempre agravado por falta de resposta de um lado, e por oportunismo de outro, chegou-se ao ponto de ruptura, com cada um querendo seu pedaço, e a Turquia chantageando a União Europeia, com mais de três  milhões de refugiados, gente que foge da guerra, uma guerra sem fim, já de uma dezena de anos, com todos os imagináveis crimes hediondos pelo meio, desde o emprego de armas químicas até o extermínio em massa, sem que seus poderosíssimos vizinhos, tão próximos, nada fizessem, e dessem campo aos ditadores oportunistas para que avançassem (Putin, Erdogan...) milhares de mortos afogados no Mediterrâneo, um país em ruínas, milhões sem futuro. Esse o relatório da covardia associada à falta de solidariedade.

Sem limites, Bashar Al Assad, a quem chamo rei, posto que não se fez ditador, nasceu ditador, filho de Hafez, que foi ditador por três décadas, que emprega todos os meios para manter-se para além de todas as probabilidades, valendo-se de todas as artimanhas possíveis, já lá vão duas outras décadas com o filho de Hafez a destruir seu país e a matar um povo valoroso, cheio de tradições, o sírio.

Quem se lembra do fim que teve Saddam Husein, Muammar Kadhafi, e Bin Laden, sabe que se quiserem as potências podem tudo, mas sabem também que seu querer não se manifesta por justiça, se não por interesse. Nada foi feito na Síria, diferentemente do Iraque e da Líbia, porque os lucros daquelas ações justificavam-nas, e os da Síria não justificam. Quando o que move os países é apenas o interesse, alguma coisa está podre no mundo. 

Nem mesmo o sentimento humanitário para com os milhares que conseguiram atravessar o Mediterrâneo, vindo bater às portas das Europa, foi sincero, confrontaram o problema, não tinham outra opção, mas não o resolveram. Os refugiados estão confinados em campos de concentração por vários países, aguardando uma solução que não virá. Uns poucos quantos aceitos em vários países, a Sra. Merkel aí fez história, mas outros há milhões em campos de concentração vendo seu tempo escorrer junto com lama das chuvas e as imundícies que infestam esses campos onde se concentram. Só o nome desses campos, e sua memória, me arrepia, se fizessem o mesmo efeito nos que têm responsabilidade no problema, esses campos não mais existiriam, e eu poderia crer que haveria um mundo justo e solidário.

Enquanto nada é feito na consequência do problema criado em seu país, quanto a sua causa, blefaram com umas quantas ações militares, e com um apoio circunstancial, com um eventual interesse, e desse modo permitiram, muitos desejaram mesmo, a manutenção do ditador matando o povo da Síria, porque não queriam se envolver mais, esta a posição das potências.

Quando tudo terminar, terminará com Bashar no palácio, já que de lá não sai, e com a Síria em ruínas.


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