quarta-feira, 23 de junho de 2021

TEMOS DE VOLTAR A CONFINAR. Saiba porque a variante delta é mais agressiva.

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Transmissibilidade. Essa variante, com a quarta letra do alfabeto grego, mais conhecida como indiana, por ter sido lá onde foi detectada pela primeira vez, é mais transmisssível, quer dizer que se propaga mais rapidamente. Aumenta o risco de hospitalização,ou seja é mais efetiva na sua ação, mais resistente, e mais agressiva, características das quais trataremos a seguir. E como faz isso? Quanto a transmissibilidade como pode aumentar essa sua capacidade? Como conseguiu ser 60% mais transmissível? Ou seja mais rápida, mais efetiva em contagiar? O que equivale a dizer que se num surto da alfa infectava 50 pessoas, da delta infecta 80 pessoas, é um perigoso aumento de seu poder. A base de ação de um vírus é o organismo no qual se introduz com a intenção de se apoderar dele para poder viver, e 'procriar', usemos essa expressão na falta de melhor, e multiplica-se nesse processo de se introduzir num organismo vivo, neste caso nós, seres humanos, mas há muitos bichos que também hospedam vírus (uns transmissíveis aos humanos, outros não) formando cadeias de transmissão dos vírus, com a esmagadora maioria dos vírus acabando por causar uma doença ao hospedeiro, as viroses (Como sabem a doença causada pelo vírus SARS Cov 2 é a virose chamada Covid 19). As doenças que causam não são o objetivo do vírus, e sim uma consequência de sua ação no organismo. Esta ação de vida para o vírus, é lesiva ao organismo no qual se instala, podendo mesmo ser de morte para o hospedeiro. No processo de multiplicar-se, o vírus mantem-se vivo, porque joga com existir em maior número para mais e melhor existir, que é o intento viral, e seu único objetivo. A variante delta consegue se multiplicar mais no organismo, e existir em maior número de indivíduos produzidos a partir de sua infecção. Com mais vírus, a delta consegue ser mais infecciosa, pois se você ao falar lançava 10 alfas no ambiente, com a delta lança 16, elas, ambas, vivem em média nove dias em qualquer superfície onde caia, esperando chegar a um outro organismo onde se possam hospedar, recomeçando seu ciclo, pois que só num organismo podem viver, em qualquer outro ambiente morrem em nove dias. Os antes dez, agora são dezesseis vírus a espera de alguém para infectar, desse modo aumentam suas chances de encontrar alguém, por serem em maior número (60% mais) e é esta capacidade de serem mais que representa o aumento da transmissibilidade. Resistência. Todos os organismos vivos têm um grau de resistência, que lhes dá capacidades de viver em condições menos, ou mais adversas, no caso do vírus a principal condição adversa à sua existência são os anti-corpos, por isso o processo vacinal é o grande obstáculo à sua existência, pois geram anti-corpos sem infectar ou pôr doente o hospedeiro, porém enquanto o organismo está a produzir anti-corpos a ação do vírus se espalha no indivíduo infectado, sendo o vírus, nesse processo, apenas atacado pelas defesas do organismo, é nesta luta que se dá a doença, ou esta luta é a doença. A variante ∂ (delta) tem a capacidade de resistir mais efetivamente aos ataques aos quais irá estar sujeita por parte do organismo onde se instale, inclusive os relativos aos anti-corpos, por isto a ação das vacinas decai para a variante delta [Na Pfizer de 92% para 79%, na Astra Zêneca de 73% para 60% esta margem de 13%, em ambos os casos são o aumento da resistência do vírius nesta sua quarta variante.] tornando-se um ser com maior resistência. A solução para isso será, em princípio, uma terceira dose de reforço da vacina. Maior risco de hospitalização. Os infectados pela variante ∂ estão mais sujeitos a uma manifestação mais severa da doença que esta causa, provocando sintomas mais agudos e diferentes (mais parecidos aos de uma gripe) [entre eles o corrimento nasal, que é uma arma fortíssima na propagação da doença, com virus em grande quantidade sendo libertados no ambiente, e com espirros e tosse, irá pôr mais aerossóis no ar, aumentando sua transmissibilidade] tornando-se mais graves em muitos doentes, provoacando sintomatologia em grau mais severo, gerando maior hospitalização, o que cria maior pressão no sistema, com maior numero de doentes em mau estado, e maior número em cuidados intensivos. Abrangência. Todo este processo de disseminação mais alargado, com o maior alcance desta variante ∂, pôs de sobreaviso o Reino-Unido, que mesmo já contando com 58% de vacinados, sabedor da severidade da ação desta variante, pôs Portugal na lista dos países não aceites para viagens dos ingleses, o que devería ter levado aos portugueses a perguntar aos cientístas britânicos do porque desta atitude, mas que só levou à maledicência costumeira e a reações govermnamentais erradas de rejeição da atitude britânica, sem buscar se informar porque. Os ingleses sabiam, e sabem, do perigo desta variante que afeta mesmo aos vacinados (em 10%), e temerosos de sua ação, resolveram recuar no desconfinamento, e tiraram Portugal da lista verde, na qual tinham posto por breve período. Efeitos colaterais não avaliados. Há muitas consequências que irão surgir da ação deste coronavirus, das quais não temos ainda a menor ideia que ocorrerão. Neste caso para os 2,5% da população mundial que foi infectada (Parece pouco? 2,5% são 200 milhões de seres humanos) a longo prazo veremos muita miséria por causa da ação da doença, por sua ação direta e indireta (sequelas, alterações metabólicas, e outras manifestações desconhecidas) como é o caso agora passado em Índia com o surto de fungo negro, devido ao uso excessivo de esteróides no tratamento da Covid, o que me faz lembrar da questão clássica a quem estuda Biologia, onde o uso de inseticidas contra os mosquitos da malária, levou a destruição das cabanas em muitas zonas onde foi aplicado, uma consequência inesperada, porque o inseticida matou também as vespas que controlavam a população de xilofagos nas casas de madeira, que, sem controle, devoraram as cabanas. Quando surgir a variante epslon veremos qual seu comportamento, e se ocasionará outros efeitos imprevisíveis. Na Natureza tudo está interligado, e essa pandemia é um AVISO para todos nós, aviso de que temos a obrigação de atuar rapidemente para proteger o ambiente que conspurcamos e destruímos durante séculos, e que está nos respondendo com várias crises. Sazonalidade. Em meio a todas essas coisas negativas ocasionadas pela ∂, há uma positiva, esta variante é mais sensível ao calor, portanto, no verão, que agora começa no hemisfério norte, sua ação, bem como seu raio de ação, irão diminuir nesses meses quentes, esperemos que isso dê tempo a vacinar até que alcancemos a imunidade de grupo, essa barreira onde a propagação viral esbarra, impedindo-lhe a transmissibilidade. No mais é orar!

1 comentário:

  1. Do Observador de 29/6.
    "… um relatório do Instituto Nacional Ricardo Jorge mostrava um crescimento “galopante” da variante Delta em Portugal. Mais de metade dos novos casos de coronavírus no nosso país já são desta variante identificada inicialmente na Índia, que passou de 4% em maio, para 55,6% em junho. Duas más notícias associadas: o especialista José Artur Paiva admite que, com esta variante, a imunidade de grupo só se deverá atingir perto dos 85% e diz que, pela segunda vez, talvez tenhamos sido lentos na resposta a uma nova variante."

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