sexta-feira, 26 de maio de 2023

Vejam os que têm olhos de ver.

Talvez viesse mais a propósito o anexim, 'Mais cego é aquele que não quer ver', mas preferi como em Ezequiel 12, ou Mateus 13, a expressão título, posto que de fato estamos cheios dessa gente cega por aí, gente de uma cegueira endógena, intrínseca e despropositada, que oblitera a realidade, mesmo quando esta entra-lhes pela porta a dentro, só por não terem olhos de ver o que agora está em todo lado: enchentes, secas, a época de rega começando cada vez mais cedo, tufões, ciclones, furacões, calores e frios extremos, neves e chuvadas em épocas incertas, bem como a falta delas nas épocas certas; as águas não mais estando onde costumavam estar - com rios secos, lagoas mortas, reservatórios insuficientes, o freático esvaziado, e a demanda e os custos aumentando vertiginosamente num mundo sedento, e as pessoas náo se tocam que a margem de manobra está cada vez menor para que possamos fazer algo efetivo a longo prazo, esse mesmo prazo que já se esgotou para muitas ações, como as que deveríamos ter atendido, tendo feito o que é mister há décadas. E seguimos escorregando pelo precipício abaixo. Um casal de putos arteiros. Onde o menino e a menina vêm tentando se afogar nas águas do Pacífico, obtendo cada vez mais êxito em suas tentativas, o que perturba e perturbará cada vez mais o clima em todo o mundo. Vejamos essas duas crianças em ação e seus resultados, e porque ficaram mais agressivas e desordenadas, com ocorrência, periodicidade e duração que são absolutamente irregulares. 'El niño' Primeiro o menino, esse que vem com o Natal, como notaram os pescadores do norte do Peru, que asssim o chamaram devido a época do ano em que surge. Com os Alísios soprando de Leste para Oeste, as águas da costa leste da Ásia e a Austrália sofrem uma levação de mais de meio metro tomadas as suas águas em relação à costa oeste da América do Sul, que com isso trazem para suprfície as águas profundas, mais frias, que contém os nutrientes que alimentam as populações marinhas, como os peixes que os pescadores peruanso buscavam, e não encontravam, com enormes populações, permitindo abundante captura como era o caso da anchoveta, que chegou a doze milhões de toneladas/ano, a maior pescaria do planeta. Com o fenõmeno do 'el niño' dá-se uma diminuição acentuada na ação dos Alísios, e até mesmo a inversão de sua direção, passando a ser de Oeste para Leste, evitando a ocorrência da convecção, uma vez que desse modo as águas superficiais estando mais frias, não mergulham como normalmente faziam, trazendo para cima as águas profundas cheias de nutrientes, interrompendo, desse modo, o ciclo de abundância. Esse fenômeno gera grandes massas de ar quente e úmidas que acompanham as águas, então, com isso mais quentes do Pacífico, e provocam um forte aumento na pluviosidade da costa da América do Sul, e secas na Indonésia e na Auatrália, modificando o clima em todo o planeta com a alteração da circulação geral da atmosfera, promovendo desde invernos mais quentes, mais chuvosos ou mais secos ao mesmo tempo em diferentes regiões, bem como verões muito mais quentes na Europa, e secas terríveis em África. 'La niña' É o arrefecimento das águas superficiais do Pacífico, em oposição ao 'el niño', com os Alísios soprando mais intensamente, o que resfria as águas superficiais, cria enormes distúrbios climáticos, e fomenta perturbações também a nível global, mudando a pluviosidade, as temperaturas, e a evaporação. 'La niña' provoca perturbação em todo o sistema climático mundial, numa contraposição tão indesejável quanto seu irmão. Antes não era assim. O aquecimento do planeta. Com o efeito estufa, resultante de enormes quantidades de carbono retido nos gases da atmosfera, que refletem o calor solar de volta para a terra, criando um ciclo de retenção do calor que se acelera. Não sabemos ainda se os meninos travessos influenciam o efeito estufa, mas sabemos bem que o efeito estufa exponencia as ações dos meninos. Vamos viver num Saara. A verdade é que todo o processo das alterações climáticas vão num crescendo pela falta de resposta global ao problema, esse que nos assola e que teimamos em não ver. Com a aceleração do ciclo da água - evaporação, chuva, retenção, e evaporação novamente - posto que a retenções passaram a ser mais breves, por memor tempo, as chuvas mais intensas e/ou menos frequentes, numa completa anomalia ajudada pela liberação de enormes quantidades de água que estavam retidas em vegetação, em glaciares e no freático, que entraram no sistema e passaram a circular, promovendo a seca, uma vez que a água não parando quieta, sendo evaporada e levada de um ponto a outro muito rapidamente tansportadas pelas nuvens, diminuindo assim os caudais, os mananciais, as reservas e mesmo o freático, numa dança insana e perigosa que nos empurra para que venhamos a ter um Saara por toda parte. Reflexão. Se o que vemos, ouvimos e sabemos pelos jornais, pelas televisões, em viagens, ou mesmo à porta de nossas casas, não nos basta para que entendâmos que a prioridade das prioridades é estancarmos o aquecimento, para que a água evapore mais devagar como antigamente, ou que permaneça quieta nos glaciares e no freático, e que também plantemos bosques, matas, e florestas, onde a água se movimente ainda mais lentamente, e que evitemos esse ciclo infernal que está criado, com a reposição das carruagens nos trilhos, o que demorará um século se começarmos a partir de agora, e essa constatação não nos basta, não é suficiente para que tomemos todos firmes medidas de resfriarmos o planeta que aquecemos com nossa irresponsabilidade e porcaria, então continuaremos a rolar precipício abaixo, sem termos onde agarrar-nos, desorientados, sem remédio outro que o de chafurdarmos em nossa cegueira.

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