domingo, 28 de setembro de 2025

Caetaneando-nos.

A vitalidade da MPB está nas ruas, nós, os insubmissos O verso do Brasil não se cala Nossos poetas estão nas praças "Esse cálice de vinho tinto de sangue" não precisará ser derramado" Nossos heróis nos vieram salvar "Sem lenço e sem documento" "O sanatório geral vai passar" Seu roteiro está nas letras Vamos Djavanear, Gilbertear, Buarquear, Paulinear, AlceuValencear, IvanLinsar Leninear, Frejatizar Tomar o "pileque homérico" Em todo o Brasil: "Atenção! É preciso estar atento e forte Não temos tempo de temer a morte." "Além do céu de Brasíia" "Aquele abraço" "Só vou caetanear o que é de bom" "Meu destino eu mesmo traço" "Enfrentou a tempestade" "Quero a louca liberdade" "Estamos marcados pra sobreviver" "Nossos inimigos estão no poder" A resposta é "Cresça e desapareça" "Ideologia ... pra viver" É termos cheiro de povo Milhões nas redes Milhões nas ruas A resposta está dada "Não passarão!"
Lista dos artistas nos atos: Simone – Maceió, Chico César – Brasília, Silva – Vitória, Bel Bertinelli – Dj Pítty Latuffe – Fernanda Takai – Júlia Rocha – Mc Mika – Rafa Ventura – e Renegado – Belo Horizonte, Aíla – Carimbó Selvagem - Gang do Eletro – Jeff Moraes – Joelma Klaudia – Júlia Passos – e Raidol – Belém, Caetano Veloso – Djavan - Gilberto Gil - Chico Buarque – Paulinho da Viola - Ivan Lins - Lenine e Frejat - Rio de Janeiro, em Copacabana para a expurgar de presenças anteriores. Camarada Janderson – Curumim – João Suplicy – Leoni – Luiz Thunderbird - Marina Lima – Otto – Rap Plus Size – Salgadinho – Sophia Chablau – e Thalma de Freitas - São Paulo, e mais vinte capitais, e mais não sei quantas cidades com o povo na rua. "Baste a quem baste o que Ihe basta O bastante de Ihe bastar" Eis nossa revolução!

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Afélio e Periélio

Duas palavras conhecidas e que quase nunca as utilizamos,e que em sua sucessiva ocorrência nos trazem as quatro estaçãoes, assim como a rotação da Terra nos traz os dias e as noites; ações que combinadas permitem aquilo a que chamamos VIDA esse bem tão precioso que contraditoriamente preservamos e desrrespeitamos ou atacamos à vez, na insania humana de gerar e matar, todos os dias, todas as horas, como se num determinado ângulo, o equívoco que encerra fosse natural, e só o é na medida em que carecemos de vida para mantermos vida, e aínão é equívoco. Assim quando o leão caça e devora a gazela, tira uma vida para manter outra, muito bem, é assim. No entanto quando matamos para que o outro não exista apenas, sem o propósito de manter a vida, abandonamos a faixa do normal, para ingressarmos na do injustificável, porque essa relação de vida e morte, permanente ação no Universo, foi quebrada no que ela tem de tangível, uma vez que abandona o natural, e torna-se abominação. Nos ciclos de vida e morte que gerem o planeta numa sucesssão infinda, tudo se manifesta à vez, gerando as possibilidades, mesmo quando esta possibilidade é a morte. Perguntem às flores de cada estação, aos frutos em cada época, aos bichos que comem outros bichos, inclusive nós que também somos bichos, e teremos as diversas possibilidades. A das flores tornarem-se frutos, estes que são alimentos, como os bichos devorados, e que mantém vida com a sua, e que manterá o equilíbrio das coisas, o da própria vida que desse modo estará mantida pela limitação gerada, uma vez que tudo tem limite. Assim pois, quando o Sol se afasta a caminho do afélio, leva seu calor consigo, nossa fonte de vida, ou o fruto devorado deixa sua semente algures, ou o animal, mantendo uma população possível aos que devora em seu espaço de existência, tudo opera para justificar que estes enormes contrários realizem esta maravilha tão banal e tão rara da Vida, vida que queremos plena, de tal modo poderosa manifestação, que justifica todas as mortes que gera. Temos em seu contrário que uma morte que não mantém ou gera vida, é absolutamente irrazoável, posto que inaceitável, como toda a estupidez o é. O despropósito recusa nada, inadmissível que é. E se assim é, porque a banalizamos em desrespeito ao que há de mais precioso? Assim parece. As guerras, do mesmo modo como o Sol, vêm e vão, só que o que deixam não representa nada além do grande fruto de nossa estupidez: mortes injustificadas. Passos sucessivos da inconsequência e irreflexão, resultantes de um menor descortino, os atos guerreiros que têm sido a História da Humanidade, são também a maior confissão de sua falta de entendimento, da manifestação dos impulsos precários que regem a violência, esta manifestação pronta da falta de entendimento verdadeiro, falta de questionamento e introspecção, cujo maior exemplo é a afirmação superior e determinante que é feita ante um grupo de homens irrefletidos. Conhecem a história. Trouxeram-lhe uma mulher sob a acusação de adultera, que, pela lei mosaica era passível de lapidação. Tinha já o grupo as pedras na mão, eram fariseus e doutores da lei que buscavam incriminá-Lo, e queriam por outro lado matar a mulher a pedradas. Envolvendo-O, incriminá-Lo-iam, porque sabiam que em hipótese alguma Ele aceitaria a lapidação, logo seria contrário a lei, portanto culpado, no entanto questionavam-no, insistindo: E Tu que dizes? Sua resposta dá-se colocando-se entre os agressores e a acusada, incitando-os: ⁷ Aquele que de entre vós está sem pecado, que atire a primeira pedra (*). Todos se foram, ninguém atirou pedra alguma das que tinham já na mão. Deixando de lado a autoridade de quem falou, ainda que seja quase impossível ignorar, o que a história nos diz, é que se abandonarmos os preconceitos, os maus intentos e as ambições, e refletirmos, abandonaremos nossos piores propósitos, entregando-nos à verdade que nos liberta de todo sentimento injusto. Como o Sol que faz seu percurso iluminando todas as veredas, nossos sentimentos e entendimento também se iluminam ante a luz da verdade, como indefectível resposta aos sentimentos mais negros, tão só à custa de alguma reflexão. (*)João 8:7

Ministério do Vício e da Virtude - um roteiro..

Na interpretação religiosa de 'cura das almas', ou na essencial de 'execução de uma função', o ministério visa um trabalho, um ofício de resolução de problema que exista no seio social, com a a necesária atuação de força que aja com esse propósito, e destarte consiga sucessos promotores da paz e bem-estar social. Além dessa função, ou melhor, emerge desta função o שפיר - shefer, o benigno, uma vez que todo processo de realização do Bem traz consigo em paralelo todo o terreno místico, o universo das razões incompreensíveis, coisas imperscrutáveis que se manifestam pela simples presença do ofício, este que deverá ter função clara e determinada, o que quer dizer que tem propósito e intenção, ou seja existe como razão, como causa, e não como resposta. Eis o ministério. Por isso temos os problemas carecendo de resolução, que são muitos, havendo ministérios específicos para cada yn deles. De modo que temos em sociedades diversas, diversos ministérios dedicados a múltiplos problemas, muitos são os mesmos, posto que os seres humanos por toda parte carecem das mesmas coisas, entretanto há especificidades locais que requerem outros ministérios para enfrentá-las.
No Afeganistão criaram o Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, cuja finalidade última é implementar as regras islâmicas por toda sociedade, sendo uma agência estatal para a implementação da lei islâmica, conforme determinado pelo Talibã,temos portanto o religioso, que entendem esse ofício como o de cura das almas, por ministrarem o credo, um santo ofício que ao longo dos tempos sempre cuidou de impor suas regras comportamentis a toda sociedade.Ministerium, ministerii, a palavra ficou por significar as ocupações, os cargos, as funções e o serviço profissional do corpo de auxiliares neste mister. Este ministério afegão visa a fiscalização das mulheres, tidas como um mal, agente de corrupção, que devem obedecer a estrictas regras, desde suas indumentárias, aos seus comportamentos, para tanto havendofiscalização de suas vestimentas, , bem como de seus modos.. O outrongrande mal está na música, que deve ser proibida por seu caráter libertador, que abre janelas, às vezes portões, para a sensibilidade humana, retirando-a da prisãodo comportamento - a própriapalavra comportamento vem de colocar portas, ou seja trancafiar as emoções e os sentimentos, prevenindo sua expansão.Na Arábia dos Sauds, a família que domina e governa o país, há o "Mutaween", uma comissão com a mesma finalidade (Comissão para a Promoção da Virtude, e Prevenção do Vícioo E o vício e a virtude? A quem cabe decidir o que é vicio e o que é virtude? Estes que se alteram com o tempo, numa mesma sociedade de um determinado país, houve tempo que um certo comportamento era considerado vicio, e evoluiu para virtude, mas mesmo não escoljendo o exemplo estremo, este de um vicio passar a ser virtude, mas quanta coisa que era má e passou a ser boa e vice-versa. É certo que está em ós esta noção de bem e mal, do bem e do mal, como dizem como se fossem entidades absolutas, todavia seu entendimento evolui, e que a noção mais profunda que temos mantem-se, e revalida-se, como bem mostrou Machado de Assis em seu adorável conto "A Igreja do diabo." Mais além do entendimento médio do que seja virtuoso e vicioso, podemos sempre aquilatar que defeitos e imperfeições fazem parte da natureza humana, e os devemos compreender, disse compreender, que não é aceitar e muito menos legitimar, e aqui temos o magnífico exemplo que nos deixou Jesus, como nos relata João, no início do capítulo oitavo de seu evangelho apresentando um caso de depravação e libertinagem (que quer dizer vicio) o da mulher adúltera. E quantas vezes lapidamos pessoas com palavras e atitudes, julgando-a despresivelmente, quando já nos foi dada a lição: "Atire a primeira pedra..." Erro de ofício, defeito, imperfeição, perversão, pecado,mau-hábito, tudo que é apontado como vício, quantas vezes não é, antes de mais, um pedido de socorro. Induz ao bem e a evitar o mal, boas quaidades morais, pudicícia, castidade, eficácia, validade, força, vigor, tudo que é apontado como virtude, quantas vezes não é, é máscara. A cada expressão tanto do vício, como da virtude, podemos descreditá-la como taal. Comecemos pelas virtudes que são mais difíceis de se ver como não podenso ser, o que se acredite que sejam. Das várias dezenas de virtudes classificadas, mais de 50, uma das menos evidentes de que possa resultar no oposto, é assim por exemplo com a fraternidade e o companherismo, duas virtudes muito favoráveis, mor das vezes. Mas quanta fraternidade levou a mortes? Quanto companherismo é mal interpretado? Dir-me-ão: mas a culpa não é da virtude! Decerto, taanto quanto não é da arma o feito de matar, mas de quem lhe puxa o galiho, certamente, mas se não houvesse a arma, não haveria gatilho a se puxar. Muito bem, então escolhamos outras: A amabilidde e o comedimento, ambas mal interpretadas dão em desgraça muitas vezes, como o comedimento que interpretado em fraqueza faz escalar a situação em desgraça, para não irmos mais longe. Com as mais exaltadas, as teologais e as acrdeis, dá-se o mesmo. Não culpemos as vitudes, mas elas são muitas vezes degraus, caminhos, instrumentos para o pior. Com os vícios dá-se o mesmo, sendo bem mais evidente que sempre se pode extrair o bem do próprio mal, considerando os vícios um mal.

"Há que dizer-se das coisas" e das pessoas.

Poucas coisas serão mais legítimas, verdadeiras, absolutas, quanto a integridade, essa condição de inteiro, onde não falta nada, onde nada está alterado, posto que as coisas só são o que são em sua totalidade e em sua inteireza, toda outra condição ou circunstância é uma forma de lesão, onde a pureza primitiva foi subtraída, e a intenção original terá sido retirada, roubando-lhe, de certa maneira sua integridade, essa que não admite rupturas, ou desagregação. E me vêm as palavras do grande poeta Carlos Ary dos Santos, imenso poeta, em seu poema "O Objeto" onde diz: "Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são." e fazendo muitos questionamentos nos lembra que algo que se parte transforma-se em caco, parte desintegrada do original, perdendo sua pureza primitiva, que, não mais intacta, passa a ser outra coisa, deixando de ser o que era, condição diversa, nem melhor nem pior, podendo vir a ter qualquer uma destas novas condições, mas ainda que ficando na mesma, passa a ser outra coisa. O artista prima pela materialidade de sua obra, uma vez que entende que a concatenação das partes só é perfeita no todo original, aquele que motivou sua realização, sem tirar nem pôr, o impulso original deve perpassar inalterado toda a obra, preservando a mensagem, para que nenhum caco sobrevenha. É curioso notar que as falas introduzidas pelos atores num texto original no teatro, chame-se justamente caco, uma vez que são pedaços outros, não a matéria original com que se fez a obra. Deste modo a luta principal de um autor é conservar sua inteireza original, que tantas vezes é alterada em virtude de um entendimento mais fácil, de uma simplificação de natureza vária, até mesmo comercial, uma vez que nossa obra não é nossa, assim como os filhos, quando tomam corpo assumem a autonomia própria de todas as coisas, e aqui outro imenso poeta, libanês este, Kalil de seu nome, que nos lembra que a ânsia da vida tem seu papel, e que esta afasta de nós nossa obra, nossos filhos. Muitas vezes lutamos para que não seja assim, pretendendo reter a originalidade, que nos será sempre roubada em sua relação com o mundo, este que tudo altera e corrompe. A razão desta minha reflexão reside nos ventos originados duma conversa que tive com a Lídia Jorge, por quem já confessei minha admoiração e meu apreço profundos, em que eu perguntava dos livros que saíram no Brasil, e ela disse-me que "O vale da Paixão", de 1998, foi a segunda escolha, já tendo sido publicado o "Misericórdia", mas que ela exigiu que se repusesse no 'Vale' seu título original: "Diante da manta do soldado" que evidentemente tinha sido alterado por razão que ignoro. Não tive coragem de perguntar a razão, poderia ser uma, não direi imposição, mas uma sugestão insistente da editora, que tem todo o direito de ver o lado comercial da coisa, e que aceitamos, devido a tudo que envolve a publicação de um livro. Calei-me. Entretanto fermentou em minh'alma esse detalhe. E deu-se aquilo a que os franceses muito sensivelmente chamam de 'clocherie', torre sineira, lembrando que sempre algo badala para nos lembrar uma coisa que nos tenha escapado, Lídia Jorge quiz restaurar a pureza original de sua obra "Diante da manta do soldado" preterindo o título "O vale da paixão" já com tanto sucesso editorial. A isso chama-se INTEGRIDADE, fidelodade às coisas e a si mesma, talvez por isso, e só por isso, mais que todo o resto, Lídia é o que é, tem o sucesso que tem, e revela uma grandeza nas pequeninas coisas oriunda desse caráter, tenho vontade de dizer canino, desta natureza que tanto apreciamos e respeitamos nos nossos aigos de quatro patas, e que muitas vezes subalternizamos nos humanos como nós, esquecendo que "Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são" pois só se é grande quando se é inteiro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

TER DÓ NO CORAÇÃO - "SECUNDUM MAGNAM MISERICORDIAM TUAN".

A Natureza Humana desde sempre demonstrou compaixão, pondo-se no lugar do outro que está em sofrimento, tendo piedade, sentindo pena, tendo dó. Essa sensação empática e solidária que nos toca a todos, expresando-se em grande compaixão. Podendo ser incondicional como a 'Kuan Yin', a deusa, bodhisatva, A Senhora da Misericórdia, Domina Misericordiae. Porém ser misericordioso, perdoar, aceitar o erro de alguém, não significa compactuar com ele, "Ama o pecador e odeia o pecado.", nos indica a reflexão teológica. A ação simbólica de expulsar os vendilhões do templo deixa ver claramente a mensagem, o Ser mais misericordioso que passou por este planeta não tolerou a ação de desrespeito e ultraje de transformarem a Casa de Seu Pai num negócio, e os expulsou violentamente sem hesitar um só momento, deixando-nos a lição. A frágil relação entre esses dois procedimentos, o de entender o erro, sem compactuar com ele, é a terrível corda bamba, na qual se encontrará todo aquele que quiser ser misericordioso sem tolerar o pecado. Este romance de Lídia Jorge transita nas esferas antagâonicas destes dois valores, sem perder a noção nem de um nem de outro, na conformidade da indulgência com o pecador, e na intolerância com o pecado. Longe de ser um romance religioso, é um romance humano, no que a Humanidade tem de melhor e de pior, na sua condição contraditória de dor e alegria a um só tempo, "Misero me. Però brindo a la vita.", ou, melhor, em dois tempos tão próximos que se confundem. Em realidades tão antagônicas que se igualam e homogenizam, uma vez que os extremos se tocam. Só lendo. As catorze ações misericordiosas, muito bem conhecidas e documentadas, as ditas obras de misericórdia, que são sete ao nível do corpo e sete ao nível do espírito. As corporais: dar de beber a quem tem sede, dar de comer a quente fome, vestir os nus, albergar quem não tem teto, visitar os doentes, visitar os presos (visitar=consolar) e enterrar os mortos. As espirituais: Aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência aos desagradáveis e orar pelos vivos e pelos mortos. SEREMOS ETERNAMENTE CARECENTES QUE ESSAS OBRAS SE REALIZEM EM NÓS! DECLARAÇÃO DE INTERESSE. Meu envolvimento com o romance acontece desde logo por uma correspondência que troquei com a autora, sugerindo procedimentos emocionais para a escrita de semelhante enormidade, para que escrevesse sem tentar conciliar ou expor as desproporções inerentes à temática, e aceitar sua adversidade como moto e razão de existência, uma vez ultrapassada pelo tema. Assim aconselhava à autora, presunção a minha, ainda mais neste âmbito incomponível, que só um sentido e um sentimento do universal permitiria abordar tema com propriedade, nada há que dizer ou fazer, onde só a sensibilidade conta, e Lídia a tem com louvor, é mesmo incrível ver sua percepção e entendimento! Naquela correspondência lhe sugeria então que ouvisse o 'Miserere' cantado por Zucchero e Pavarotti, em sua confissão de nossa condição de miséria, pequenez na qual, perdidos na carne, falseamos, mentimos, com dúvida e desorientação, espanto sem humildade, perturbados, pecamos. "Ma che mistero." E mais sugeria o 'Miserere mei, Deus', de Allegri, invocando mesmo: "Incerta et oculta sapientiae tuae manifestate mihi." E Dona Lídia foi plenamente atendida. "Ancora non che" "Stabat mater Alegri." Ou ao reverso: Como um ocaso, assim se pôs ela, a mãe, como não pode deixar de ser na imagem de lidarmos com o incognoscível, e Lídia o sabia desde sempre. - Ao declarar logo no início de que valeu-se da melopeia-guia sugerida, faz-me tornar substância intrusa neste contexto, e dá noção da intensidade e verdade da autora em cada palavra, a nada menosprezando, nada excluindo. Alcançando seu intento: MISERICÓRDIA.