sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Ministério do Vício e da Virtude - um roteiro..

Na interpretação religiosa de 'cura das almas', ou na essencial de 'execução de uma função', o ministério visa um trabalho, um ofício de resolução de problema que exista no seio social, com a a necesária atuação de força que aja com esse propósito, e destarte consiga sucessos promotores da paz e bem-estar social. Além dessa função, ou melhor, emerge desta função o שפיר - shefer, o benigno, uma vez que todo processo de realização do Bem traz consigo em paralelo todo o terreno místico, o universo das razões incompreensíveis, coisas imperscrutáveis que se manifestam pela simples presença do ofício, este que deverá ter função clara e determinada, o que quer dizer que tem propósito e intenção, ou seja existe como razão, como causa, e não como resposta. Eis o ministério. Por isso temos os problemas carecendo de resolução, que são muitos, havendo ministérios específicos para cada yn deles. De modo que temos em sociedades diversas, diversos ministérios dedicados a múltiplos problemas, muitos são os mesmos, posto que os seres humanos por toda parte carecem das mesmas coisas, entretanto há especificidades locais que requerem outros ministérios para enfrentá-las.
No Afeganistão criaram o Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, cuja finalidade última é implementar as regras islâmicas por toda sociedade, sendo uma agência estatal para a implementação da lei islâmica, conforme determinado pelo Talibã,temos portanto o religioso, que entendem esse ofício como o de cura das almas, por ministrarem o credo, um santo ofício que ao longo dos tempos sempre cuidou de impor suas regras comportamentis a toda sociedade.Ministerium, ministerii, a palavra ficou por significar as ocupações, os cargos, as funções e o serviço profissional do corpo de auxiliares neste mister. Este ministério afegão visa a fiscalização das mulheres, tidas como um mal, agente de corrupção, que devem obedecer a estrictas regras, desde suas indumentárias, aos seus comportamentos, para tanto havendofiscalização de suas vestimentas, , bem como de seus modos.. O outrongrande mal está na música, que deve ser proibida por seu caráter libertador, que abre janelas, às vezes portões, para a sensibilidade humana, retirando-a da prisãodo comportamento - a própriapalavra comportamento vem de colocar portas, ou seja trancafiar as emoções e os sentimentos, prevenindo sua expansão.Na Arábia dos Sauds, a família que domina e governa o país, há o "Mutaween", uma comissão com a mesma finalidade (Comissão para a Promoção da Virtude, e Prevenção do Vícioo E o vício e a virtude? A quem cabe decidir o que é vicio e o que é virtude? Estes que se alteram com o tempo, numa mesma sociedade de um determinado país, houve tempo que um certo comportamento era considerado vicio, e evoluiu para virtude, mas mesmo não escoljendo o exemplo estremo, este de um vicio passar a ser virtude, mas quanta coisa que era má e passou a ser boa e vice-versa. É certo que está em ós esta noção de bem e mal, do bem e do mal, como dizem como se fossem entidades absolutas, todavia seu entendimento evolui, e que a noção mais profunda que temos mantem-se, e revalida-se, como bem mostrou Machado de Assis em seu adorável conto "A Igreja do diabo." Mais além do entendimento médio do que seja virtuoso e vicioso, podemos sempre aquilatar que defeitos e imperfeições fazem parte da natureza humana, e os devemos compreender, disse compreender, que não é aceitar e muito menos legitimar, e aqui temos o magnífico exemplo que nos deixou Jesus, como nos relata João, no início do capítulo oitavo de seu evangelho apresentando um caso de depravação e libertinagem (que quer dizer vicio) o da mulher adúltera. E quantas vezes lapidamos pessoas com palavras e atitudes, julgando-a despresivelmente, quando já nos foi dada a lição: "Atire a primeira pedra..." Erro de ofício, defeito, imperfeição, perversão, pecado,mau-hábito, tudo que é apontado como vício, quantas vezes não é, antes de mais, um pedido de socorro. Induz ao bem e a evitar o mal, boas quaidades morais, pudicícia, castidade, eficácia, validade, força, vigor, tudo que é apontado como virtude, quantas vezes não é, é máscara. A cada expressão tanto do vício, como da virtude, podemos descreditá-la como taal. Comecemos pelas virtudes que são mais difíceis de se ver como não podenso ser, o que se acredite que sejam. Das várias dezenas de virtudes classificadas, mais de 50, uma das menos evidentes de que possa resultar no oposto, é assim por exemplo com a fraternidade e o companherismo, duas virtudes muito favoráveis, mor das vezes. Mas quanta fraternidade levou a mortes? Quanto companherismo é mal interpretado? Dir-me-ão: mas a culpa não é da virtude! Decerto, taanto quanto não é da arma o feito de matar, mas de quem lhe puxa o galiho, certamente, mas se não houvesse a arma, não haveria gatilho a se puxar. Muito bem, então escolhamos outras: A amabilidde e o comedimento, ambas mal interpretadas dão em desgraça muitas vezes, como o comedimento que interpretado em fraqueza faz escalar a situação em desgraça, para não irmos mais longe. Com as mais exaltadas, as teologais e as acrdeis, dá-se o mesmo. Não culpemos as vitudes, mas elas são muitas vezes degraus, caminhos, instrumentos para o pior. Com os vícios dá-se o mesmo, sendo bem mais evidente que sempre se pode extrair o bem do próprio mal, considerando os vícios um mal.

Sem comentários:

Enviar um comentário