quarta-feira, 26 de junho de 2019

Os traidores do The Times.








Há um propósito escondido nas ações do atual presidente dos EEUU.

Tive que ler duas vezes pra ver se lia bem. Traidores da América, o The Times? um jornal que já vai para dois séculos de serviço (porque jornalismo é serviço público da melhor qualidade) com dezenas de presidentes que foram criticados em suas páginas, lealmente, abertamente, honestamente, construtivamente, com milhares de artigos contestatários de pretensões, ou propostas várias, a muitos governos, e agora vem esta fina flor de cultura e capacidades, acusar o The Times de traição, nada menos?

O homem não merece qualquer reflexão, ou respeito, porque não se dá ao respeito, mas a altura do cargo que ocupa obriga-nos a pensar na gravidade da acusação. O seu editor, A. G. Sulzberger, deixou seu escritório, e foi para as páginas do Wall Street Journal, de outro grupo, responder, com o passado do The Times, o qual evoquei. Penso, por outro lado, que, quem já vai em onze mil mentiras documentadas, pode dizer o que quiser, que ninguém mais se importa.  Mas será assim?

No capitalismo da Revolução 4.0, as fake news tornaram-se instrumento imprescindível para garantir a ascensão e sobrevivência política de grupos conservadores. Disseminar mentiras pelas redes sociais proporciona domínio sobre a formação de opiniões, levando milhões de pessoas a acreditar no teor falso das postagens. Essa tática vem pautando, por exemplo, a realidade histórico-social brasileira, e, como expressa o psicanalista argentino Ricardo Goldenberg, em seu livro No círculo cínico ou Caro Lacan, por que negar a psicanálise aos canalhas? (2002), pretender tirar proveito de todas as situações se tornou o Zeitgeist – palavra alemã que indica a atmosfera intelecto-cultural em um determinado tempo histórico –, graças ao modus operandi do capitalismo moderno. (Para quem souber e se lembrar, é a generalização da lei de Gerson.) Mais: se tornou a maneira de estabelecer vínculos sociais, a partir da manipulação da realidade, através do cinismo. Para Goldenberg, o cínico se relaciona com o inconsciente de forma tal que este só possui valência para os outros. Logo, ser cínico é ver a si próprio como ser soberano, frente aos ditames da civilização. É não reconhecer nas instituições a presença do superego que regula os marcos civilisatórios. É, em última análise, a partir da criação e uso de pós-verdades, tribalizar a civilização, impondo retorno à seus estágios mais infantis.

Independentemente dos processos psicológicos, reveladores de patologias, ou, no mínimo, distorções e disfunções que comprovam a perda de senso e de sentido, bem como a infantilidade inconsequente que reina no Universo Trump. 

O fato é que temos uma administração anormal, com gente de baixa qualidade ocupando os cargos, para além dos membros da família Trump cuja única credencial para as nomeações, é serem da família. Por outro lado a permanência nos cargos, é muito breve, o que leva a enorme instabilidade. A forma como as pessoas atuam revela que há uma grande pressão sobre elas (or You're fired!) bem como uma grande desqualificação e dependência. Nenhum tem aquele brilho dos membros das outras administrações anteriores. Porque será? As medidas e projetos são todos tiros no escuro, tentativas pra ver o que dá. Ou seja a administração da poderosa América, se transformou numa brincadeira (De mal gosto, evidentemente.) E o que fazem na fronteira com o México? As maldades, as prisões, as torturas. (Os nomes estão bem empregados, o que fazem com as crianças, e as famílias, encarcerando-as, maltratando-as, afastando-as de seus pais, não passam de maldades e torturas. Tudo por ordem do sr. Trump, que retrocedeu, mas manteve as maldades já perpetradas, Tendo um nível de crueldade com as crianças migrantes, só igualado pelos nazis nos campos de concentração. Mas lá havia uma guerra, e nas fronteiras americanas, o que há?) A última ação que comprova claramente a nenhuma responsabilidade em relação aos atos que praticam, foi a do genro do sr. Trump. Lançou um acordo de paz Israelo-Palestiniano. O acordo do século, como foi intitulado. E afirmando que tudo iria ser resolvido. Convocou meio mundo para o lançamento da proposta, o local escolhido foi o Bahraim, onde compareceram numerosas delegações, porém faltaram os israelenses, e palestinianos. É incrível o amadorismo dos Trump. Parecem estar brincando com tudo, e com todos. Irresponsáveis que são. Ou, como no caso do acordo Israelo-Palestiniano, talvez acreditassem que tudo se ia resolver com uma montanha de dinheiro. Nunca ouviram falar em princípios, em valores, em dignidade. A administração Trump, na feição do homem da sala oval, acredita que tudo é uma questão de dinheiro, e que não mais há nenhum outro valor a ser considerado. Cegos em suas crenças e 'princípios', melhor será dizer falta de princípios, e será por isso que chamam aos do The Times, traidores.

Quando a América recobrar o juízo, e voltar à sua normalidade, e se contabilizarem os prejuízos, saberemos, afinal, quem são os traidores.  

Veremos quem traiu as premissas dos founding fathers!









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