quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

A TAUROMAQUIA É TÃO CULTURAL QUANTO O CIRCUS ROMANO.




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No circus, humanos, cristãos, eram atirados às feras, nos espetáculos tauromáquicos, os touros, feras, são atirados aos humanos. Qual maior bestialidade? Entretanto como não se pode retirar o cérebro reptiliano de uma pessoa, não se pode apagar sua bestialidade. E como essa é ancestral, e está enraizada, é tida como cultural. Qual cultura há na bestialidade? Qual valor cultural emana de se atacar um animal indefeso, com as pontas dos chifres cortadas, suas únicas defesas, e mesmo se estivesse armado com uma metralhadora, esse espetáculo de violência, de cultural não tem nada.

É evidente que o espetáculo proporcionado com os cristãos, os leões, e os tigres, tinham um grau de violência para nós, humanos, que o touro e o cristão, toureiro, a espetá-lo não terá, uma vez admitindo que o toureiro professe a fé cristã nesse caso, ainda que vá contra seus princípios. O que não impedirá a outros humanos sentirem a violência a mesma que uma vaca, ou uma bezerra sentiria se fosse assistir uma tourada. E o critério de horror a agressividade explícita, bem como o repúdio a selvageria de uma tourada, não será menor, porque perpetrado por outros seres humanos.

Dirão uns que eu estarei omitindo a arte presente no espetáculo, que eu não saberei apreciar o bandarilhar, de cadeira, ao relance. Não sei. Que desconheço a 'beleza' de uma pega. Desconheço. Que é prática em muitos países. Assim como a estupidez e a maldade, que ainda o é em mais países ainda. Se não vejo a beleza do bailado com o capote? Não, não vejo. E o delantal, a afarolada, um trincheirazo ou a manoletina, ou um 'tercio de varas' ou de 'muerte'? Não, tudo isso é horroroso para mim. Incomoda-me ver um animal, qualquer animal, ser espezinhado.

O requinte de malvadeza também esteve presente nos interrogatórios nazi, e na guarda dos campos de concentração, como nos que manejavam o circo romano, nem por isso eu os apreciaria, muitos oficiais da Gestapo, e das SS foram condecorados por inspirarem terror, os gladiadores eram apreciadíssimos, eu sei. Nem por isso eu os admiro, ou vejo beleza em seus atos deploráveis. Creio ser igualmente deplorável um ser humano perseguir, ofender, ferir, torturar a um animal indefeso, prisioneiro numa praça onde será perseguido até a morte. Para mim é igualmente bárbaro, e só tive uma reação nas poucas, felizmente pouquíssimas, vezes em que vi semelhante espetáculo, foi torcer pelo touro.

Não encontrei nada de cultural em semelhante encenação, salvo se considerarem todo esse ritual intratável, como uma linda manifestação da rudeza humana, que é uma realidade de nossa espécie, mas que entendo como uma ocorrência a ser prevenida e reprimida quando manifesta em sua violência, seja contra quem for, não importando o alvo objeto dessa violência.

Pois é isso, não há nada nas touradas além de violência, porém, como esta faz parte do lado animal do ser humano, está impregnada na sua matriz existencial, será, portanto, apreciada por uns quantos que, em sua irracionalidade, em sua animalidade, verão nesse representação bárbara, arte e beleza, o que manifestamente não acontece comigo.

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