quarta-feira, 22 de julho de 2020

Crónica de um desastre anunciado... O fatalismo capitalista.




                                                                                        " Virá
Impávido que nem Muhammad Ali Virá que eu vi Apaixonadamente como Peri Virá que eu vi Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee Virá que eu vi O axé do afoxé Filhos de Gandhi Virá"
Caetano Veloso em "Um Índio."


Com a irredimível postura da Banca, que por viver do lucro, só no lucro pensa, e, como tal, pouco lhe importa o bem-estar de todos, quando todos mantiveram tantas vezes seu bem-estar, muito provavelmente Virá!

Com a ineficiência e incúria com as quais responde sempre a União Europeia às crises que surgem, quase de certeza Virá!

Com os líderes inexpressivos e tíbios que estão à cabeça da maioria dos países, certamente Virá!

Com o entendimento torto do que seja o bem de todos e as prioridades que se impõem, absolutamente Virá!

Impávido e sereno, desapaixonado, tranquilo e infalível, o desastre virá, porque só se o evita com algo transcendental e imperioso para evitar seja o que for: Vontade.

Tudo o mais é lassidão e incompetência.

O capitalismo vive e se alimenta de processos de 'ups and downs', altos e baixos, subidas e descidas, depressões e booms econômicos, que se expressam na senóide que configura seu trajeto. Logo é sempre previsível um decréscimo após um período de crescimento. E estes alto e baixos ficaram mais frequentes devido a absoluta ascensão do dinheiro, essa expressão torpe dos valores da sociedade, evidenciando o ritmo do sistema. E se é expectável uma contração após um período de expansão, mais evidente será uma contração motivada por um processo de estagnação ou paragem súbita. Entretanto não é necessário que assim seja, como tudo pode ser contrariado pela ação que se oponha ao rumo que se imagine vá tomar um determinado acontecimento (Ainda que alguns dirigentes o façam por razões apenas egoístas, mas isso já é outra história.) Assim como nos casos de contaminação as barreiras profiláticas (ring fences) que os bancos centrais impuseram deviam ser 'chiqueirinhos' aqueles lugares onde pomos os bebes para lhes restringir os movimentos, quando eram necessárias poderosas barreiras placentárias, as que as mulheres grávidas têm, que nem o coronavirus consegue ultrapassar infectando seus filhos.

Agora que anunciam o desastre dos reflexos económicos das quarentenas impostas para combater um imperativo de saúde pública, que irão agigantar a crise que se formava já no horizonte econômico, e se ao invés de tomarem o desastre como inevitável, tomassem as medidas necessárias para o combater? (Por exemplo para quem se dirige a um precipício, enfrear é sempre uma boa medida.)  Há muito que se pode fazer para evitar o desastre que têm como certo, se começassem já a tomaras medidas condizentes, este não sobreviria. 

Serão capazes disto? Não serão?

Quem sabe com "O  axé do afoxé Filhos de Ghandi"?



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