quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Qual é a explicação?

Não tem explicação?
Tudo tem explicação...

Recebi muitos comentários do NO MÁXIMO DO CINISMO, onde questionavam a minha posição de apoiar a idéia de cortar no orçamento em Portugal. Ora, todas as outras coisas que fizeram, todas de resultado temporário e efeito duvidoso, só não duvidoso para o caos que semearam  na economia, e de resultados, estes  não duvidosos, mas inúteis, pois não evitarão a Portugal um segundo resgate, bem como não solucionaram em nada os problemas estruturais que criaram a situação em que este país se encontra, aumentaram a dívida. Sendo o cortar o déficite do orçamento de Estado, ou, melhor, ter um orçamento zero, ou, melhor ainda, ter um orçamento que tivesse sobras, que deixasse dinheiro para ser guardado, ou para pagar dívidas, era o ideal, sempre a primeira coisa à fazer é estancar a hemorragia,  se não vejamos....

Imaginemos uma família que ganha 100, não importa o que, digamos 100.000 euros anuais, uso cem pela visibiidade que proporciona e facilidade de cálculos, mas serve para qualquer valor, em qualquer família, em qualquer época, posto que os números são sempre os mesmos em qualquer tempo e em qualquer situação e a eles não se pode fugir.

Pois  suponhamos uma família que aufere 100 mil euros anuais e gasta 110. Onde parte destes cento e dez são serviço de dívidas contraídas e parte são gastos excedentes (3, 4, 5, 6, 7% acima de seu orçamento anual). Ora, esta família para pagar as contas terá de recorrer a empréstimos, que só vão gerar mais dívida e aumento desta, posto que esta soma-se à já existente e aumenta ainda em função de mais serviço(juros) que gera para pagamento dos débitos exixtentes. Não há saída : A divida irá aumentar.

Imaginemos agora que esta famíia faz isto por 5 anos consecutivos. No 1º ano terá dez por cento de débito, além do empréstimo que já tinha em seu orçamento. No segundo terá outros dez, mais os juros sobre o serviço, mais os gastos excedentes, posto que a contabilização destes  é à somar. Terá no mínimo no 2º ano algo em torno de 21% de débito à mais. No 3º ano a coisa se agrava, irá rondar no mínimo os 34%. No 4º já estará por volta dos 50%, e no 5º  chegará perto dos 70%. Se imaginarmos que a dívida  inicial era de 30% de seu orçamento anual, já deve um orçamento inteiro. Se for superior, já deve mais de um ano de esforço. Mais uns aninhos e não lhes será possível, com todos os cortes que inventarem, pagar a dívida, porque o coração dele, já não é mais suas necessidades e despesas, mas a própria dívida. 


Neste intervalo ainda outras coisas podem acontecer, por exemplo a família ganhar na loteria e pagar a dívida toda de uma vez. Outra coisa que pode acontecer é um dos membros da família perder o posto de trabalho, o que diminuirá a receita familiar, aumentando a dívida, ou uma das fontes de suas receitas diminuir, o que acarretará  o mesmo. Ou ainda  os credores aumentarem o 'spread', coisa mais natural, posto que esta família já sobreendividada passou a ser um risco acrescido, o que também fará aumentar a dívida mais rapidamente.


Em cerca de uma década a dívida ganha vida própria e se auto alimenta para além de qualquer possibilidade. Não é necessário, saber muita matemática para compreender isto, as quatro operações bastam. Por isto não há desculpa possível à nenhum destes governos que administraram Portugal. Não há desculpa nenhuma que salve o Dr. Victor Gaspar, posto que não começou por onde devia começar : Pelo corte nas despesas públicas ! E permiitiu que os déficites orçamentais alimentassem ainda mais uma dívida já por si enorme. Esperavam que saísse a loteria a Portugal? Será que não sabem aritmética? Ou qual é a explicação?


  

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