quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O mundo nunca foi uma confusão.(09/11 is coming...)






O tolo do Sr. Obama achou, por afirmar que "o mundo foi sempre uma confusão", na sequência dos inexplicáveis sucessos para lá da compreensão sua e de seu eleitorado, que põem a descoberto as inconsistências americanas ao lidar com a ameaça crescente do Estado Islâmico*, que sempre existiu, mas que agora quer materializar-se como um país com fronteiras, um califado, alterando aquilo que sempre chamei de «o século XIV», e que acabou por cair sobre nós, assim falando o Sr. Obama achou que esclareceria, ou desvalorizaria, o que se passa. Oh! Pobre senhor  deveria mais é estudar história!

Sempre apreciei com atenção especial a existência destes bolsões de atraso e descompasso existentes no planeta, fruto da colonização, e neo, e do domínio impostor e impositor dos países que tiveram, ou têm, poder para impor sua presença e a de seus interesses, sobretudo econômicos, a outros países e populações que num estado de progresso material, ao tempo, inferior, tiveram de sujeitar-se à presença e domínio destes colonizadores (Por isso os chamava de século XI, XIV, etc...) . Nunca me cansarei de contar, enquanto viver, a história da plaquinha colocada pela administração inglesa no principal parque de Xangai, proibindo a entrada de cães, gatos e chineses (a indução do medo e de distâncias é muito poderosa), contarei para denunciar que a colonização, ou presença, (Como poderiam querer colonizar os refinados chineses, desde sempre a maior potência mundial, os ingleses, estes bárbaros 'Vickings' que atingiram o poderio mundial no século XIX pela combinação de suas armas com sua economia?) Porém a presença inglesa nunca foi inclusora, eles estavam lá, na África, negra e não, nas Américas, na Índia, na China, em não sei quantas ilhas, lidando com contingentes populacionais muitas dezenas de vezes maiores que o seu, pretendendo colonizá-los, mas nunca os tratando como iguais, nunca os chamando para o seio da sociedade que lá instalavam, sempre os olhando como algo à parte, que devera ser administrado com cuidado e distância, a absurda plaquinha era o mesmo que são hoje os vídeos que se propagam pelas redes sociais, revelando as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico, uma projeção de poder, um símbolo demarcador de distâncias e separações, com algo de propaganda eficaz,  e eu que designava, a estas populações dominadas, por século XIV genericamente, para qualificá-las como algo que não pertence ao nosso tempo, como algo que passa a existir por força da exclusão (que as inclui, excluindo, as inclui na economia mundial, por exemplo, sem serem, sem terem, sua própria economia, são um acrescento, uma adenda na de outrem). Não que não fossem existir sem a dita colonização, ou presença em seu cotidiano, existiriam sempre, é verdade; o que não existiria é uma força exógena alterando-lhes a lenta, às vezes rápida, evolução.

Esta força impõe uma ação, a ação de alterar equilíbrios de forças internas às sociedades às quais se impõem, suscitando-lhes uma dinâmica diversa, e às vezes perversa. É sabido que à cada ação, corresponde uma reação, igual e contrária, e, tudo isto, que hoje causa confusão ao mundo, é fruto desta reação. E é claro que sempre causou confusão, não aos mesmos, por não haver equilíbrios, por haver exclusões e imposições, haver presenças pela força das armas, haver dois mundos, o dos dominados e o dos dominadores, mas, historicamente, isto não transformava o mundo numa confusão, pois estava tudo muito explicadinho, dominava quem, e quando, tinha condições para o fazer, e eram dominados os que não tinham, enquanto não tinham, condições para se libertar do jugo. E não falo disto para apontar somente o dedo às nações mais lembradas como colonizadoras, europeias na sua esmagadora maioria, já que ninguém se poderá esquecer também da multi-centenária ocupação da Europa pelos então ditos mouros, que eram os do grão-turco, eram os árabes, eram os islamitas, os maometanos, eram os Bin Laden, os Suleimanes, os Saladinos, os muçulmanos, e o Estado Islâmico como agora, mui recentemente, se os designam. Então não foi sempre a História do mundo a história  da dominação do homem pelo homem?

O mundo nunca foi uma confusão, o mundo sempre foi uma perversão, e a inversão entre conquistados e conquistadores, o que sempre desagradará aos conquistadores, quando estes passam a ser aqueles, e o oposto também é verdade, com inverso apreço como é óbvio, é que causa confusão aos que vêm-se subitamente despojados da condição que detinham. Notem bem que este «subitamente» as vezes demora séculos. Esta dicotomia entre mundo civilizado e não, é muito antiga, e as suas perspectivas, estas sim, sempre foram uma grande confusão.  O que estamos vivendo hoje, é bem verdade com um volume de informação, sobre o que acontece, sem precedentes na História da humanidade, o que cria algumas distorções 'sui generis', o que acontece é o que sempre aconteceu, com a direção da seta, indicando o sentido da onda, querendo inverter-se, esforçando-se por mudar, lutando por impor-se, como sempre foi ao longo da História, com mais ou menos sangue de todos os envolvidos, culpados e inocentes.


              * Iremos oportunamente tratar destas inconsistências.

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