sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sesquicentenário de Beatrix Potter.




Nesse final de Julho, a vinte e oito, completou-se século e meio do nascimento de Beatrix, esta pequena revolução politicamente correta, vitorianamente politicamente correta devo dizer, porque as regras vitorianas a que Beatrix esteve sujeita boa parte de sua vida, moldou-a, sem matar-lhe o desejo de mudança. Uma forma muito inglesa de ser, se sujeitar e de reagir.

Pedro seu mais fiel amigo, sua criatura e seu herói traz a dimensão do lúdico junto à do magnífico, assim como fizera seu 'irmão' mais velho que comemora século e meio também neste ano, e que em cuja toca caiu Alice, sendo esse branco, já Beatrix os irá pintar em variadas cores, desde seu Peter Rabbit aos láparos e caçapos de variada ordem.

Em 1866 nasce Beatrix, a toca em que cai Alice ganha mundo, e o mundo nunca mais será o mesmo pela mão da fantasia, tanto a surrealista do Reverendo Dogson como a bem comportada potteriana, que se projeta para além do tempo por sua veia conservacionista, que até sua morte, já em plena segunda guerra mundial, se mantém perseguindo esse seu objetivo. Beatrix desde que casa, após a tragédia de ter amado o tio Norman, seu primeiro editor, e com quem se iria casar, mas que morreu de pneumonia, então só aos quarenta  e sete anos irá, então, casar-se, passando a ser fazendeira de carneiros até morrer, e se  dedicando a comprar terras em Lakeland, para onde fora viver, comprando quinze fazendas, e reunindo 4.000 acres para preservar essa localidade, doando tudo ao National Trust.

Enquanto o Senhor Gregório ficava de cabelos brancos pelas travessuras dos coelhos em sua horta, Beatrix juntava dinheiro com essas travessuras de Peter e companheiros, podendo comprar sua primeira fazenda. E não parará mais pois suas histórias são um sucesso. Apesar de recusadas sessenta e nove vezes, só encontrando editor na septuagésima vez, as suas histórias encontraram um público fiel e crescente, encantado com a trama e com as ilustrações, e depois com as  novas histórias passadas em Lake district, no Sawrey, na fazenda Hill Top, essa que adquirira, e cuja região é convocada ao texto e às aguarelas.


Aqui estamos, levados pela mão de um coelhinho, no sesquicentenário do nascimento dessa mulher muito especial que encantou o mundo com seus desenhos e suas histórias, cuja sensibilidade de uma época irrepetível é um marco numa forma única de perceber o mundo.

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