segunda-feira, 27 de maio de 2019

A maioria quer a GERINGONÇA.






Pode-se dizer que todos os que constroem a maioria que decide as eleições em Portugal, querem a repetição da Geringonça. Ninguém confia suficientemente no PS para desatar-lhe as mãos da governação com uma maioria que lhe permita governar sozinho. O que isto quer dizer? Quer dizer que apesar de também não confiarem exclusivamente na esquerda à esquerda do PS, para dar a essas forças a governação do país, querem seu contrapeso, ou contraponto, seu balanceamento, e impulso que dão ao PS com suas linhas vermelhas, com suas propostas, com suas metas programáticas.

Os demais fizeram também uma razoável escolha, exceção feita aos extremistas de costumes, que agora ousaram se constituir partidos, mas que a boa lógica do povo português repudiou. E nos dois partidos da direita clássica os eleitores traçaram uma linha nítida, expurgando esse epifenómeno ulissiponense que queria se arvorar em líder da oposição, retransformando-o na Europa no  partido da motocicleta, e indicando que haverá espaços, cadeiras vagas, quando tomarem o taxi das legislativas.

Apesar da boa acolhida aos verdes desembrulhados de Portugal, que atendem por PAN, que muito provavelmente se traduzirá nas legislativas em mais deputados a essa força política, não são estes os escolhidos para geringonçar. Nem a menor votação do PCP quer apontar sua exclusão da solução governativa que emergirá pós eleições legislativas. Se António Costa fizer uma boa leitura do que quer a maioria, governará outra legislatura inteira serenamente, e poderá fazer muito bem ao país que necessita de boa gestão para ultrapassar seus problemas que são muitos, mais ainda porque está comprometido com essa enorme dívida, que leva um orçamento da saúde em juros anuais.

Se os açodados venenosos do PSD não vierem destilar sua maldade para cima do Dr. Rui Rio, esse poderá, com calma, assumir o papel que lhe destinará os eleitores, o de líder da oposição, sentado no parlamento, com sua voz e seu bom temperamento, gerindo os argumentos que chamarão o PS a um caminho que também satisfaça a outra parte dos votantes, e, ainda, se tiver força, poderá vir a negociar e estabelecer a maioria de dois terços necessária às reformas que muito tardam.

Este o cenário ideal, porém sabemos que muitos venenos se destilam em laboratórios ocultos, para corromper os equilíbrios desejados. A ação dos impulsos humanos sempre pode deitar tudo a perder, esperemos que não. O caminho está traçado, a maioria que quer a geringonça e a dos que também querem o Dr. Rio, com a gente sã do PDS lá no parlamento para dar seu contributo, é a quase totalidade dos votantes do país, é importante que suas escolhas se traduzam em realidade.

O velho comunista que se aliançou com António Costa, o Jerônimo de Sousa, lembra, e bem, que não foi o PS, que mudou, apesar de muito apreciarmos seu atual líder, mas o PS se portou bem porque estava tutelado pelo Bloco, e pela CDU. É assim que deve ser, à esquerda, não á extrema, com controle e vigilância. Que se possa repetir a fórmula.

Esperemos pelo melhor.

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