sexta-feira, 17 de maio de 2019

Um cão danado, todos a ele.






A danação, a maldição, a perversão, e a condenação, que é hidrofobia no cão, nos humanos são o que são, danação pura, corrompimento, corrupção, a raiva manifesta, a perversão em ação. Há muitos danados por aí, mas sabem manter a farsa, têm forte amnésia, nunca estiveram envolvidos em coisa alguma, nunca estiveram lá, nunca fizeram nada, ou, no mínimo, NÃO SE LEMBRAM.

A libertação da emoção, a catarse que provocou nos últimos dias em crescendo, a prestação de José Manuel Rodrigues Berardo, um português do Funchal que esse ano comemora Bodas de Ouro, que fez dinheiro no Sul da África, e voltou a seu país para uma vida de negócios, escolheu bem o dos vinhos, já seria o maior produtor de vinhos do mundo hoje se não se tivesse metido com a banca, mas a vontade do lucro fácil, custou-lhe uma desqualificação que cobra um preço alto, e mais alto cobrará, mais o desqualificando, e o jogando para uma marginalidade social, que tanto lutou para superar.

Já lá vão quase dez dias que o homem pôs o Rei nu. Não foi hipócrita, e isso a sociedade nunca o perdoará. Sobretudos todos os que ainda podem mexer os cordéis para jogarem nele todas as culpas que, se muito esmiuçadas, irão revelar interesses inconfessáveis que montaram toda a trama. Antes, esses e os demais, todos, perdoaram-lhe tudo, agora, a matilha quer ver sangue, e o estraçalhar mordendo e rasgando, e puxando bocados, mesmo que este seja uma fatia pequena do homem, mesmo que seja só uma sua comenda, representação imaterial de algum mérito que talvez tenha tido. E que é apenas simbólica, para que não o chamem Seu Berardo, mas Comendador Berardo, que, em breve, sem ela, será novamente apenas seu.

Quem esteve cinco minutos com o homem e não se deu conta de suas limitações, sua mediocridade, de sua falta de chá, só pode ser cego. Eu, certa feita, fui a Metalgest, que fica a dois passos do Banco Espírito Santo, na Liberdade, lá fui vender um Picasso, e quando me apercebi do esquema, pus-me na trilha, dei sola, até um guarda-chuvas que havia comprado em Londres por duzentas e cinquenta libras, deixei lá, e nunca mais voltei para apanha-lo, porque sabia que era perda de tempo. O Sr. Berardo, era, e é, uma distorção da realidade, não no sentido que o Tribble da Apple, empregou sobre Steve Jobs, que supostamente criaria esse campo, mas como seu efeito em caráter permanente, o de uma simulação surreal, e não por mal, visto que se transformou nisso. A pessoa mais parecida que conheço com o Sr. Berardo, é o Sr.Trump, outra distorção da realidade em que lançou-se, e tornou-se nisso, na própria distorção.

Não pensem que não vejo valor no Sr. ex-comendador (adianto o que será em breve) não lhe falta  valor, começou do nada, parece, subiu a pulso, parece, e, se assim é, tem muito valor, mas na ascensão carreou uma característica muito sua, de torto, e, como tal, com sua tortura, distorceu sua realidade envolvente, talvez, quem sabe, pensando que a destorcia. (Essa última frase ele certamente não a entenderia, por mais que lhe explicassem.)

Uma descriminação negativa, crendo-se positiva, e até encontrando reconhecimento, ambiente, e receptividade, pode, como será expectável, gerar uma distorção da realidade, nesse caso já no sentido psicológico, o qual, por pavor, são alterações cognitivas, e para o melhor, como para o pior, esse senhor colecionador, as tem muito alteradas. O foco, certamente nunca o conseguiu calibrar, a inibição, desconhece, o que é bom, usando pouco a hipocrisia, o que, de toda sorte, não o impedirá de mentir, evidentemente, a divisão da atenção e a memória são muito prejudicadas, pela dislexia grave, talvez o planejamento, o reconhecimento, e a percepção auditiva, as tenha, como compensação ao handicap, muito desenvolvidas, algo terá, pois ninguém atinge as alturas em que se alçou, sem ter alguma coisa de positivo. (São essas os sete ângulos a serem considerados em psicologia, no caso da distorção da realidade, numa combinação alternada entre o humano e o apenas animal, tendo o senhor Berardo instinto apurado como confessava há muito numa publicidade que protagonizou, à Trump, lhe valem, mais certamente, as animais.)   No entanto qualquer uma pessoa um pouco mais desenvolvida intelectualmente, certamente não aguentaria mais que uns poucos minutos em convívio com a criatura. Nunca pude entender como o Sr. Francisco Capelo, o verdadeiro autor da coleção, pode aguentar tanto tempo. Há de ter cobrado bom preço.

Eu sou pobre, e vou morrer pobre, porque não aprendi a me alimentar de batráquios, o que é um defeito gravíssimo que tenho, evidenciado sobretudo no mundo dos negócios, porque, como sabemos, o dinheiro está sempre nas mão erradas, e, portanto... Entretanto, como também sabemos, quando há interesses em jogo, e possibilidades de ganhos, seja de que ordem for, as pessoas costumam engolir tudo. Não há de ser um sapinho aqui e outro acolá que as impedirá de porem dinheiro ao bolso, mas eu sou estúpido, que hei de fazer.

Porém quando o jogo vira, e esse interesse perde-se, a personagem logo dana-se, deixando de representar qualquer coisa de interessante, e, acredito, ainda por mais, que há um certo frenesi de vingança, ou de maldade, para desforrarem-se de terem tido de conviver com o homem, de o terem aturado, porque não largaram para lá o guarda-chuva. O Senhor Berardo se perdeu pela ganância. Serviu a interesses os mais tóxicos e podres, e o fez só por ganância, é verdade, mas foi apenas um fantoche nesse palco do teatro de marionetes, sobretudo o que tem as coxias na banca, esperando a deixa da entrada para servir-lhes como..., não posso dizer inocente útil, porque não é inocente, nem idiota útil, porque não é idiota, foi fantoche, sim, foi um ator ligado aos cordelinhos, manipulado para servir aos interesses dos senhores do jogo do dinheiro, e por isso danou-se, e um cão danado, todos a ele.

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