terça-feira, 25 de julho de 2023

Peabiru.

Trilha indígena de tempos imemoriais. Caminho da erva amassada, pisada, do relvado amassado, como o diz seu nome em Tupi. Caminho dos Incas, longo e custoso trilho percorrido do Atlântico ao Pacífico, 3.000 quilômetros com o subir dos Andes pelo meio, desde o Umbigo do Mundo, Cuzco, a São Vicente, a capitania hereditária no extremo Sul do que era o então Brasil-Colônia, colada ao Rio de Janeiro, São Paulo que virá a ser. A estrada atravessando por vales, rios, ravinas e desfiladeiros todo o Imperio dos adoradores do Sol - Inti -, o denominado império das das quatro partes juntas, como se dizia em Quechua - Tawantisuyu - hoje englobando partes de sete paises, a Estrada Inca era então o corredor principal da América do Sul, ponto nevrálgico do poder Inca, por onde corriam seus emissários, daí a erva amassada, uma vez que correr por terreno pedregoso é muito difícil.
E como tinham razão os Incas em suas escolhas, o local que ficou conhecido como São Vicente era por demais estratégico, e foi lá que o Brasil viu nascer sua primeira Vila em 1532, com o mesmo nome da capitania, nos tempos de D. João III, que por ter expulso os ciganos de Portugal em 26, manda-os para as colônias por decreto de 38. Será que foram? Já no outro extremo do trilho Inca ficava Quito, no Ecuador, alcançado desde Cuzco, a poderosa capital do Império Inca. Neste longo percurso toda a história dos tempos pre-colombianos, toda a noção de poder, posto que cada vez que surgia novo imperador, este deveria conquistar novas terras, uma vez que as de seu antecessor continuavam deste, mesmo tendo ele morrido. Forma do Império estar em expansão permanente, um curioso modelo governativo. Lá na que será a São Vicente, o extremo do 'recorrido' da Estrada Imperial, encontraram os índios cangangues, botocudos jês, que então dominavam a região, e que passaram a fazer parte do império Inca, conformando nova Huaca. Razão pela qual Martim Afonso de Sousa foi fundar a vila de São Vicente onde a fundou, já sonhando com as riquezas que ficavam na outra extremidade do trilho, como as de Potosi, descobertas treze anos mais tarde, e que quase destroem o Império Espanhol, pelo excesso de sua produção, era demasiada prata. Martim Afonso ainda um ano antes de fundar São Vicente, enviara uma expedição desde outro local lendário da região, Cananéia, em direção aos Andes, mas que não se fez acompanhar dos índios Guaranis, como havia feito Aleixo Garcia, sete anos antes, o que leva a expedição a ser chacinada pelos Guaranis que dominavam a região. Eixo central de uma rede de estradas, Peabiru, que hoje atravessaría sete países, será também o caminho das riquezas incas, que se construiram com o controle sobre muitos e variados povos, num império como o romano, só que um pouco menos brutal, apesar de muito mais primitivo. No Brasil é também chamado de Trilha dos Tupiniquins, a que os Tupis usavam para chegar ao rio Paraná, e que em sua diáspora os levou a muitos pontos do continente. Nome tupi muito antigo, que, creio, os incas aceitaram bem - peabiru - cruzava muitos locais estratégicos, como o vale do Anhangabaú, indo pelo coração do que é hoje a maior cidade da América do Sul. Mais abaixo em Meiembipe, hoje Forianópolis, onde os Guaranis-Carijós aceitaram a liderança de um náufrago português, como lhes falei, Aleixo Garcia, em 1524, para irem lutar pelo ouro inca, o que não resultou, e que os espanhóis em 33 irão conquistar, promovendo a destruição do maior império das américas, e fazendo esquecer Peabiru. Quando mais tarde essa região junto ao rio Paraná passa a ser Terra das Missões jesuíticas, o caminho é por estes frades batizado com o nome de São Tomé, tendo feito florescer ali uma civilização peculiar de aculturação dos índios, as 'reduções' que se tornaram prósperas, mas que não chegarão ao XVIII, só sobreviverão do XVI ao XVII, até quando, com a disseminação dos 'encomenderos', contratados para capturarem e escravizarem os índios, estes que nas missões havia muitos, e que já eram exímios escultores e lutiers, exportando para a Europa, até serem completamente destruídas as Missões por sucessivos ataques. Era o fim do sonho de Manoel da Nóbrega e tantos outros, e os índios não se deixando escravizar nunca foram integrados. Creio que muitos ficaram destes tempos incluídos no que se chama de civilização. Eu mesmo descendo de uma bugre pega à laço, que gerou muitos filhos a um ancestral meu, e que foi professora de piano. Outras se conhecem que foram médicas, enfermeiras, músicas. Desconhecem-se os detalhes de como se integraram, e foram absorvidas, desparecendo em meio a 'civilização'. Peabiru hoje é um sonho esquecido, cujos trechos que se podem ainda ver em certos pontos, muitos em meio à mata, são hoje chamados de 'trilho do índio'. De seu nome, apenas guarda-o um município no Paraná, como lembrança última de um império, como derradeira recordação de tempos de glória de uma civilização grandiosa, que foi a mais desenvolvida da América do Sul.

domingo, 4 de junho de 2023

Em busca da realidade paralela IV - διαλεκτικ.

Ao Caminho entre as ideia chamamos de DIALÉTICA. A estabelecida ideia de argumentação e contra-argumentação, que só tem interesse se com ela alcançarmos algum tipo de conclusão válida e universal, posto que se específica, poderá tratar-se de uma realidade eventual, que atenda só uma narrativa preconcebida, sem reflexo na realidade, aquela que se diz paralela, e que, cqd, sabemos não existir. TRIUVIUM Gramática, lógica e retórica, as três ferramentas da linguagem, as três disciplinas com as quais começava o ensino universitário medieval, constituindo sua primeira parte, e que eram a base de toda a formação nas artes liberais. Era seguido do Quadruvium, completando a forma das sete artes, mas que começava sempre pela palavra, como é normal. QUADRIVIUM Aritmética, geometria, astronomia e música, temos aí dois pares, são duas teorias e as suas respectivas aplicações, relativas à matéria e a quantidade, que conformavam a segunda parte do ensino superior, e que eram ensinadas originalmente na Antiguidade nas Escolas gregas como a base do conhecimento, e que na Idade Média passam a ser a segunda etapa da formação universitária, que, tendo partido da linguagem, assumia o mundo exterior à mente, propondo estes dois/quatro caminhos interpretativos. Hoje ver a música como um metodo de interpretação da realidade pode parcer estranho, porém esta é, em si, a aplicação da teoria dos números, da Aritmética portanto, mas para quem bem refletir, independentemente do conhecimento do que pensavam os antigos, poderá entretanto concluir que o método musical tem muito a acrescentar ao entendimento das coisas, sobretudo se o enetendermos como harmonia, já que tudo na matéria tem sua música, uma vez que tudo vibra, tudo o que existe vibra, inclusive as expressões de ordem metafísica, mas em nenhuma podemos incluir a mentira, que expressa uma coisa que não existe, logo não pode vibrar, assim como a dita realidade paralela que é uma forma sofisticada de mentira, não pode vibrar portanto, e daí podemos concluir que não há realidade paralela. DIÁLOGO Sendo metodologia didática de conversação alternada, com perguntas e respostas, visa encontrar um acordo, este que será a síntese, e a conclusão do diálogo. Todo o percurso do método é o de ir-se inferindo da melhor resposta, ou no plural também, para que expliquem o fenômeno em estudo. PROCESSO GENERATIVO Nos processos de tentativa e erro, perseguimos hipóteses que buscam ser comprovadas, no processo generativo, onde o desempenho dos resultados buscam logo atingir os objetivos pretendidos, ou então a posição mais próxima possível deles. Onde ou há um erro inicial, ou está-se a caminho da resposta pretendida. O mesmo se passa com as Inteligências artificiais, onde esse método é absoluto, ou, como se passará em nossa mente, mesmo quando a conclusão seja errada tentamos uma conclusão geral, global, e nunca os degraus sucessivos da tentativa e erro, mesmo quando a utilizemos na prática como método de pesquisa, mas ao nivel de nossas mentes já estarão traçados caminhos mais largos, o que diferencia a realidade prática da teoria. CAUSA E EFEITO Descobrindo a série infindável de possibilidades, as experimentamos no intúito de determinarmos as razões de um fenômeno, estas que perseguimos como geradoras de um determinado evento. Sabemos que de uma ação resulta um determinado efeito, o que o causa é nossa busca, uma vez que da compreensão de muitos pares de ações e respostas, causas e efeitos, obtenhamos uma perspectiva alargada do fenômeno, o que nos levará à sua total compreensão quase sempre. Só um engano desde o início, poderá nos fazer acreditar numa improbabilidade, assim age a narrativa paralela que nos procura levar a acreditar num fenômeno inesistente, para impôr sua tese. Esta que não poderá ser comprovada com a repetição da experiência mor das vezes, comprovação que daria admissibilidade à narativa, se a aceitarmos, com essa admissão estabelecer-se-á a pretensa realidade, dita paralela. TESE\ARGUMENTAÇÃO É a ideia lançada para entender-se determinado fenômeno, e que o tenta explicar. ANTÍTESE\CONTRA-ARGUMENTAÇÃO A ideia contrária, para refutar a tese, e não explicar o fenômoeno, estabelecendo um diálogo que deverá resultar na compreensão, ou não, do fenômeno. SINTESE\CONCLUSÃO-TEOREMA Debatida a tese, comtraposta sua antítese, avaliado todo o conjunto e seus resiltados, se estabelecerá uma síntese de causa e efeito, do simples das partes estudadas, para o todo mais complexo, e deverá daí emergir o teorema, esse que deve ser demonstrado para se tornar evidente a síntese, cqd, e poder assumir a sua posição de conclusão, o desfecho dialético. Todo esse processo visa só um propósito, o entendimento da verdade O QUE É A VERDADE? A verdade é a propriedade de estar de acordo com a realidade, de acordo com os factos, com tudo o que é, como são também as respostas lógicas que emergem da análise dos fatos. Conclusão baseada na evidência, essa que existe em nossa realidade, e não numa imaginária que possa atender fielmente aos factos, e só a eles, posto que inserido na 'realidade' há mais que factos, há também as suas circunstâncias, estas que não se incluem na realidade imaginada, uma vez que não inclue os imponderáveis do fenômeno. Propriedade que é uma qualidade inerente, inapartável, inarredável, que não se pode afastar ou substituir daquilo que é, ou seja da realidade, essa que há, e que aqui está, e que é só uma. O PROVÁVEL A Antropologia cultural e a filosofia qualificam o imaginário, a realidade e a ficção de forma bem vincada, distinguindo os valores que as diferenciam, não admitindo outra concepção que não a do real, e a do possivelmente real quanto ao imaginário, e ao irreal para a ficção, excluindo outras realidades como inexistentes e inadmissíveis, portanto não aceitam realidades paralelas. Conceito que não faz o menor sentido filosófico. "Multiverso". Palavra não dicionarizada e conceito pseudo-científico tenta descrever um conjunto de universos possíveis. Por serem possíveis não serão prováveis, menos ainda existentes. Como o conceito inclui no conjunto o nosso universo, dá, desse modo, azo a que se possa crer numa realidade paralela, o que é, no entanto, pura mistificação. LÓGICA Busca determinar o que é verdadeiro, e, como sabemos, numa realidade paralela, por mais lógica que possa parecer, nada tem de verdadeiro, logo conterá sempre algo de ilógico, por mais bem engendrada que seja. MANUTENÇÃO E SUPRESSÃO Dois conceitos que se assentam na nossa concessão aos efeitos da realidade estudada, e nenhum cabe em realidade que não seja objetiva. Apesar de a pretensa realidade paralela poder produzir efeitos, esses não se manterão suficientemente resistentes aos processos de checagem, vindo logo a diferir da realidade. SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO Por mais que uma determinada realidade criada, posssivelmente real, paralela como chamam-na, se vá colar ao imaginário, inclusive o coletivo, sempre acabará por desviar-se da 'realidade-real' por falta de significante, por mais significado que possa aparentar ter. OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE A realidade paralela é estruturalmente subjetiva. Logo uma construção deficiente, e que se decomporá face a luz da objetividade, pela inevitável falta de significante. PENSAMENTO CONTRAFACTUAL Atribuem a Frank Lloyd Wright a afirmação: "A verdade é mais importante que os factos." penso que o arquitecto estadunidense era muito inteligente para fazer tão tola afirmação, uma vez que os factos 'são' a verdade, ou seja tem de estar em acordo com a verdade. assim como a verdade é a propriedade de se harmonizar com os fatos, logo qualquer efeito dissonante, será incompatível, o que significa que não há gradação de importância possível entre coisas equivalentes. A não ser que ele quisesse dizer com verdade a implicação dos factos, que é mais abrangnte que só os factos em si. É facto que levou um tiro, e a verdade é que morreu, poderia não ter morrido, que seria um desfecho mais feliz. Pois bem, sem esquecer o ensinamento que nos foi dado pela Graça, de que Só a verdade liberta. "Conheça a verdade e ela vos libertará." João 8:32. Luz plena de entendimento, temos que toda narrativa que encobre a verdade, é sombra, é escuridão, é engano, é isso que é a dita realidade paralela, uma vez que esta não acontece ou aconteceu, sem ser apenas imaginário, e como tal demarcado, ou ficção, é falsidade, essa que nos aprisiona, como mentira que é. O pensamento contrafactual só é válido como hipótese, como elemento da antítese, mais nada, o resto é pura mentira, o que não é expressão de nada. Só o que existe expressa alguma coisa no mundo real, o mais é o vazio, por isso não existe realidade paralela.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Do am I welcome to Elsinore?

Nobody is. Everybody is. A lie A truth A faith Try, all can be made. There is no Elsimore. There is all at Elsimore. All is Elsinore. Nothing is Elsinore. Helsingor Hell sing or... A mirage? A found? A loss? No doubt here! Elsinore is nowhere. Elsinore is everything Elsinore does exist Elsinore it is an harbour Elsinore it is a city Elsinore it is a dream, a mirage A rest, A sureness, A truth, and happiness. And there are parties in Elsinore. Nothing is Elsinore, but Elsinore is true. Elsinore is everywhere. Elsinore is nothing Elsinore it is a bad dream May be not... A doubt, it's an how An address, a question A lie and a crowd. And there are holes in Elsinore Holes in the soul Full of nothing Full of everything In many empty places like Elsinore Everything is Elsinore, but it's all lie. Elsinore is elsewhere. Elsewise is here Elsinore is a possibility. Elsinore may be sure? And could be cure? When be mature. Elsinore is an action A quest, it is an answer A certitude, a conviction A play, an adiction. And not discover takes it over Elsinore does not exist, but it's real. Serei eu bem vindo a Elsinore? Ninguém é. Todo mundo é. Uma mentira Uma verdade Uma fé Tente, tudo pode ser feito. Não existe Elsimore. Há tudo em Elsimore. Tudo é Elsinore. Nada é Elsinore. Helsingor Sinal do inferno ou Ele vai cantar ou... Uma miragem? Um achado? Uma perda? Sem dúvidas aqui! Elsinore não está em lugar nenhum. Elsinore é tudo Elsinore existe Elsinore é um porto Elsinore é uma cidade Elsinore é um sonho, uma miragem Um descanso, Uma certeza, Uma verdade, e felicidade. E há festas em Elsinore. Nada é Elsinore, mas Elsinore é verdadeiro. Elsinore está em toda parte. Elsinore não é nada Elsinore é um pesadelo Talvez não... Uma dúvida, é um como Um endereço, uma pergunta Uma mentira e uma multidão. E há buracos em Elsinore Buracos na alma Cheios de nada Cheios de tudo... Em muitos lugares vazios como Elsinore Tudo é Elsinore, mas é tudo mentira. Elsinore está em outro lugar. Caso contrário está aqui Elsinore é uma possibilidade. Elsinore pode ter certeza? E poderia ser cura? Quando estiver maduro. Elsinore é uma ação Uma busca, é uma resposta Uma certeza, uma convicção Uma brincadeira, um vício. E não descobrir assume o controle Elsinore não existe, mas é real. Enviado p Rafy c esse prólogo: Fyi Rafy Ray and fy Little chit Little chat Little cheet, full of words Little cheat Little this Little of that Little bit Big bet A dog and a cat. Para sua informação Rafy raio e voo garotinha bate papo Peitozinho, cheio de palavras trapaceiro pouco isso pouco disso Um pouquinho grande aposta Um cão e um gato.

DE VIÉS.

DE VIÉS Que é como sempre me olhas Com medo de encarar a fera E encontras dificuldades zarolhas Que são ciladas, e espera De um tempo que já não tenho Em abismo que já não é Como vou, não venho Perdição, desengano, falta de fé Tolice e quimera Dessencontro que é O que não tem solução Solucionado está Diferentemente do que pensas Um cão nunca se vai Nem tem autocomiseração Estará sempre conosco Mesmo morto, segue cão Não creias que eu não estarei Sempre contigo, e convosco Ainda que penses que não.

NOTAS DIDASCÁLICAS

Por serem marginais, ou de pé de página, ao contrário do que possam pensar, não são de ter menoscabo por elas, são, outrossim, as mais importantes, e todo o desdém será punido. Sobre a guerra da Ucrânia. Como ficou visto, o guião de Putin, foi pro brejo. A guerra era para durar três a quatro semanas, alguns falam dias, mas isso é tolice, basta ver o tamanho da Ucrânia. Uma coisa que demonstra bem que era para ser de curta duração, é a data em que ela começou, a outra o número de veículos que fizeram a invasão, houve até engarrafamento por serem tantos. Então, em fevereiro, com os solos ainda endurecidos pelo frio do inverno, seria para terminar antes da Primavera, quando se iam transformar em imenso lamaçal, com o descongelamento. Entretano o crítico do que falhou no guião, o fator nã considerado, foi a força indômita do povo ucraniano, com que ninguém contava, muito menos o invasor. E já lá vão quinze longos meses... Sobre o "IMPACTO AMBIENTAL". Dizem os jornais, proclamam os comentadores, como se houvesse lógica nessa ideia: Impacto ambiental. Impacto? MAS QUAL IMPACTO? O ambiente é nossa vida. Certamente o que representa para um esquimó será muito diferente do que representa para um bosquímano, ou um berbere, mas todos estão adaptados ao ambiente em que vivem, não lhes causando o ambiente impacto algum. O que há são alterações do ambiente por nossa culpa, inabilitando aos povos a viverem sob a pressão que o ambiente agredido promove como resposta. Gerando um impacto indesejável para o habitante, para quem vive num ambiente que se tornou inóspito, devido a impacto humano no ambiente; e se faltar água, então: MÍSERO AMBIENTE, põem-se todos a gritar. Há um sem número de más utilizações das palavras, fruto da ignorância generalizada, mas essa de "impacto ambiental", é viciada, pois é proposta com a ideia subjacente de que o ambiente nos impacta por ser rude, e poderá ser verdade se você que viveu toda a vida na Sibéria se quiser mudar para o Cairo, ou se você agredir ao ambiente onde quer que seja onde viva, poderá receber uma má resposta ambiental, mas não culpe o ambiente por isso. A CULPA É SUA. SÓ SUA. Sobre os 'bolsonaristas' sem Bolsonaro. Vão se conhecendo os crimes do capitão Jair, seus roubos, dinheiro espalhado por toda parte, diamantes e mais diamantes, propriedades, mansão cinematográfica nos EUA, o conlúio dos filhos, etcetera, etcetera. E os fiéis, infiéis, vão se dando conta do quanto foram enganados, e fogem a sete pés das hostes 'bolsonaristas', com especial destaque para os políticos, essas enguias fugidias, escorregadias, que logo trocam de casaco, de roupa, de pele, mas sempre haverá no fim os estultos que se aferraram às propostas do capitão, digo propostas porque não são ideias, não são nada, e estes ligados a essas propostas, se irão manter, até para não darem o braço a torcer, conspícuos que são. Mas temos mui bem consagrada a expressão: Rei morto, reposto... E isso tudo ainda acaba em jaula para a maioria dos conspícuos. Sobre os bancos. Os de jardim, com alguns precisando de pintura ou alguma reparação, vão bem em sua maioria, obrigado. Já aqueles que guardam nosso dinheiro nunca se cansam de especular, na eterna jogatina financeira, e com isso se vão destruindo, tanto como destroem o dinheiro dos investidores, e, até mesmo dos depositantes, mas a tentação é grande, e o lucro fácil. Os bancos portugueses com lucros de perto de onze milhões todos os dias do ano, chova ou faça sol, seja dia útil, sábado, domingo ou feriado, o que acham pouco, e não se satisfazem, e arriscam tudo em negociatas. Recentemente, após as três enormes crises que ocorreram nas três décadas anteriores, foi a vez do Sillicon Valley, e do First Republic, nos EUA, e do Crédit Suisse, que, do dia para a noite, sem vigilância, revelaram-se inadimplentes. Rápida ação dos reguladores para estancar a miséria, e circunscrever a desgraça, talvez tenha parado a crise. Mas o fato, a nota dominante, é que os bancos, se não estiverem sob estreita vigilância, metem os pés pelas mãos. Quem os quer regular? Ninguém. O Sr. Obama falou disso, prometeu regulação, mas logo esqueceu, ou fizeram-no esquecer o assunto, assunto que não interessa regular. Como fazer afortuna de uns poucos sem a desgraça de muitos, se houver regulação bancária? Sobre os refugiados. Agora que os dias ficam cada vez mais quentes por toda Europa, vamos ver outra vez as mortes no Mediterrâneo, as imagens terríveis dos campos de concentração que estiveram fora das televisões, mas que continuaram durante o ano todo, esses anos todos, com gente a sofrer todo tipo de penúria, todo tipo de exclusão. Sendo a pior delas a de serem afastados das portas da Europa, inclusive criminosamente, como fazem os gregos, suprema vergonha humana. Assim em Samos, em Lesbos, em Souda, na ilha de Chios, em Exárchia, na Grande Synthe em França, em Idomani, em Lipe, na Bósnia, e na Turquia em dezenas de lugares, paga que é pelos europeus para reter os emigrantes em seu território, impedindo a travessia, e para onde são reencaminhados; e na Siria, na Líbia, etcetera, etcetera, etcetera... em campos onde morrem de fome, de frio, de doenças, ou se matam de desespero. E a isso, aos que se negam recebê-los, os que pagam para os reter, como também a esses países com essa gente que recolhe aos desgraçados em campos de concentração que criam, tudo junto, chamamos Humanidade. Sobre a água. Abundante, como é a vida no planeta, permitiu que essa se gerasse, permitiu tudo que há vivo na Terra, onde tudo vivo tem água. Desrespeitada, abusada e desperdiçada, vem sempre cobrar a fatura da estupidez em seu maneio. Nos próximos anos, e cada vez mais, o precioso líquido será a razão de nossas preocupações. Alterando estilos de vida, de cultivo, de hábitos alimentares e ainda outros, o que nos impedirá gosto e prazeres, das piscinas à mesa, dos campos de tênis às lavações dos automóveis, dos pátios, das casas etcetera, sobrará por cuidado a lavação do Bonfim na Bahia, que religiosa e imposta pela fé, continuará. As tropelias a que sempre sujeitamos a água, abundante e barata, acabaram. O respeito que merece, e que é devido ao líquido da vida, que esbanjamos, sujamos, malbaratamos, desperdiçamos, e menosprezamos durante toda nossa vida, vem agora apresentar a conta de nosso desatino. Pesada fatura. Quem viver, verá! Ficamos por aqui, são muitas notas, muita coisa que há que se registrar nesse mundo de meu Deus, tudo o que se passa e se diz, como há também muita coisa boa, feita por gente muito boa, não as anoto, porque isso devera ser a norma, o ponto em que deveríamos estar, mas falta muitíssima vergonha na cara para lá chegarmos.

Vejam os que têm olhos de ver.

Talvez viesse mais a propósito o anexim, 'Mais cego é aquele que não quer ver', mas preferi como em Ezequiel 12, ou Mateus 13, a expressão título, posto que de fato estamos cheios dessa gente cega por aí, gente de uma cegueira endógena, intrínseca e despropositada, que oblitera a realidade, mesmo quando esta entra-lhes pela porta a dentro, só por não terem olhos de ver o que agora está em todo lado: enchentes, secas, a época de rega começando cada vez mais cedo, tufões, ciclones, furacões, calores e frios extremos, neves e chuvadas em épocas incertas, bem como a falta delas nas épocas certas; as águas não mais estando onde costumavam estar - com rios secos, lagoas mortas, reservatórios insuficientes, o freático esvaziado, e a demanda e os custos aumentando vertiginosamente num mundo sedento, e as pessoas náo se tocam que a margem de manobra está cada vez menor para que possamos fazer algo efetivo a longo prazo, esse mesmo prazo que já se esgotou para muitas ações, como as que deveríamos ter atendido, tendo feito o que é mister há décadas. E seguimos escorregando pelo precipício abaixo. Um casal de putos arteiros. Onde o menino e a menina vêm tentando se afogar nas águas do Pacífico, obtendo cada vez mais êxito em suas tentativas, o que perturba e perturbará cada vez mais o clima em todo o mundo. Vejamos essas duas crianças em ação e seus resultados, e porque ficaram mais agressivas e desordenadas, com ocorrência, periodicidade e duração que são absolutamente irregulares. 'El niño' Primeiro o menino, esse que vem com o Natal, como notaram os pescadores do norte do Peru, que asssim o chamaram devido a época do ano em que surge. Com os Alísios soprando de Leste para Oeste, as águas da costa leste da Ásia e a Austrália sofrem uma levação de mais de meio metro tomadas as suas águas em relação à costa oeste da América do Sul, que com isso trazem para suprfície as águas profundas, mais frias, que contém os nutrientes que alimentam as populações marinhas, como os peixes que os pescadores peruanso buscavam, e não encontravam, com enormes populações, permitindo abundante captura como era o caso da anchoveta, que chegou a doze milhões de toneladas/ano, a maior pescaria do planeta. Com o fenõmeno do 'el niño' dá-se uma diminuição acentuada na ação dos Alísios, e até mesmo a inversão de sua direção, passando a ser de Oeste para Leste, evitando a ocorrência da convecção, uma vez que desse modo as águas superficiais estando mais frias, não mergulham como normalmente faziam, trazendo para cima as águas profundas cheias de nutrientes, interrompendo, desse modo, o ciclo de abundância. Esse fenômeno gera grandes massas de ar quente e úmidas que acompanham as águas, então, com isso mais quentes do Pacífico, e provocam um forte aumento na pluviosidade da costa da América do Sul, e secas na Indonésia e na Auatrália, modificando o clima em todo o planeta com a alteração da circulação geral da atmosfera, promovendo desde invernos mais quentes, mais chuvosos ou mais secos ao mesmo tempo em diferentes regiões, bem como verões muito mais quentes na Europa, e secas terríveis em África. 'La niña' É o arrefecimento das águas superficiais do Pacífico, em oposição ao 'el niño', com os Alísios soprando mais intensamente, o que resfria as águas superficiais, cria enormes distúrbios climáticos, e fomenta perturbações também a nível global, mudando a pluviosidade, as temperaturas, e a evaporação. 'La niña' provoca perturbação em todo o sistema climático mundial, numa contraposição tão indesejável quanto seu irmão. Antes não era assim. O aquecimento do planeta. Com o efeito estufa, resultante de enormes quantidades de carbono retido nos gases da atmosfera, que refletem o calor solar de volta para a terra, criando um ciclo de retenção do calor que se acelera. Não sabemos ainda se os meninos travessos influenciam o efeito estufa, mas sabemos bem que o efeito estufa exponencia as ações dos meninos. Vamos viver num Saara. A verdade é que todo o processo das alterações climáticas vão num crescendo pela falta de resposta global ao problema, esse que nos assola e que teimamos em não ver. Com a aceleração do ciclo da água - evaporação, chuva, retenção, e evaporação novamente - posto que a retenções passaram a ser mais breves, por memor tempo, as chuvas mais intensas e/ou menos frequentes, numa completa anomalia ajudada pela liberação de enormes quantidades de água que estavam retidas em vegetação, em glaciares e no freático, que entraram no sistema e passaram a circular, promovendo a seca, uma vez que a água não parando quieta, sendo evaporada e levada de um ponto a outro muito rapidamente tansportadas pelas nuvens, diminuindo assim os caudais, os mananciais, as reservas e mesmo o freático, numa dança insana e perigosa que nos empurra para que venhamos a ter um Saara por toda parte. Reflexão. Se o que vemos, ouvimos e sabemos pelos jornais, pelas televisões, em viagens, ou mesmo à porta de nossas casas, não nos basta para que entendâmos que a prioridade das prioridades é estancarmos o aquecimento, para que a água evapore mais devagar como antigamente, ou que permaneça quieta nos glaciares e no freático, e que também plantemos bosques, matas, e florestas, onde a água se movimente ainda mais lentamente, e que evitemos esse ciclo infernal que está criado, com a reposição das carruagens nos trilhos, o que demorará um século se começarmos a partir de agora, e essa constatação não nos basta, não é suficiente para que tomemos todos firmes medidas de resfriarmos o planeta que aquecemos com nossa irresponsabilidade e porcaria, então continuaremos a rolar precipício abaixo, sem termos onde agarrar-nos, desorientados, sem remédio outro que o de chafurdarmos em nossa cegueira.

terça-feira, 23 de maio de 2023

CENTENÁRIO DE EDUARDO LOURENÇO. 1923 - 2023.

Foi há cem anos Em São Pedro do Rio Seco Almeida, Guarda Nascia nesse 23 de Maio O menino Eduardo Aldeão da Beira interior, portanto Onde há 95% de granito por todo lado Na alma também... Pergunto como foi nascer lá menino tão doce? Homem tão sábio? Alma tão aberta ao entendimento? Entendeu tudo que há para entender E nos explicou como somos Sobretudo os portugueses. Num século de estupidez e pouco entendimento Vinha pensar a realidade Essa que tão fácil se vê E tão pouco se entende Por carecermos de perspectiva larga E por termos preconceitos Esses que corroem as almas. O filósofo Eduardo tinha as características misteres A paz necessária A ausencia de ódios Sem deixar que sua água cristalina se turvasse Fruto das circunstâncias Seu manancial corria límpido Puro e intenso E ademais belo Ouvi-lo era um prazer Lê-lo, uma descoberta Vê-lo, espanto Puro assombro da revelação.