O neologismo genericídio, como foi genocídio há mais de dois mil anos atrás, vem repetir uma das mais velhas histórias da humanidade, e como o termo adequado já era usado para designar outra coisa, criou-se então este neologismo.
Genocídio, palavra formada por dois termos latinos: geno, que quer dizer mulher e cido, que quer dizer assassinato,e que hoje significa assassinato de um grupo de pessoas,e mais modernamente ligado a assassinato e extermínio de grupos étnicos. Originalmente, na Roma antiga, queria dizer dos assassinatos de cristãos, geralmente mulheres, que eram assassinadas em grupo quando professavam sua fé. Ficaram famosos os genocídios praticados nas catacumbas, local de eleição para estas reuniões cristãs.
Na The Economist de seis de Março de 2010 estava estampado numa capa preta o nome GENDERCIDE em cor de rosa, seguido de uma pergunta que não se pode calar: O que aconteceu a cem milhões de bebes meninas? Genericídio que vem a ser o assassinato de seres de um determinado gênero, portanto seletivo, veio a substituir o termo genocídio, para dizer a mesma coisa, com um diferente motivo. Agora se assassinam bebés antes de ele nascerem pelo simples fato de seu sexo ser o feminino.A The Economist dava conta deste número assustador de 100 milhões, porém com um estudo mais aprofundado do que se passa na China, na Índia e na África muçulmana, podemos constatar que a realidade ultrapassa os 300 milhões de vítimas. Com um custo inferior a 10 euros na China, o ultra-som, que identifica o sexo do bebe, permite a escolha pelos meninos, em vez das meninas, e o respectivo aborto, quando é o caso.
A Natureza, na sua sabedoria eterna, mantém um equilíbrio entre os nascimentos nos dois gêneros
com uma balança muito efetiva que tem promovido em todas as espécies a sua salutar prosperidade, e, quando não ocorrem causas externas, incontroladas pela a Natureza, estes procedimentos funcionam perfeitamente. Nas populações de animais afetadas por causas externas podemos observar as reações naturais para tentar restabelecer o equilíbrio. No animal pensante, com um poder auto-seletivo nunca esperado, as possibilidades de distorção são impensáveis e inimagináveis. Já se sabe que na geração atual na casa dos 20 anos na China,a desproporção de homens e mulheres vem causando distúrbios. A população masculina na China entre os 35 e 39, já atinge 88 por cento de solteiros, com as mulheres solteiras em um por cento, face a pressão da demanda por 'noivas'. Em duas gerações, a manter-se a prática de seleção artificial de sexo nos bebes, as distorções criadas poderão promover desvios sociais incontroláveis.
Como as mulheres até a última quarta parte do século XIX, não tinham alma( segundo as religiões, exceto a judaica) até ao primeiro quarto do XX não tinham conquistado o Direito ao voto, até a metade deste século o Direito à condições de trabalho idênticas a dos homens, nem em sonho! Excluídas, menosprezadas, humilhadas, as mulheres tiveram de conquistar seu espaço no mundo, atualmente a sanha se repete: genocídio. É intolerável esta situação. Por razões diversas: necessidade de mão de obra para trabalhos mais duros, ou porque a herança das terras é exclusiva dos homens, ou porque a mulher se junta à família do marido após o casamento, deixando os pais sem apoio na velhice, ou porque a mulher requer dote ao casar-se, a preferência nestes países vem recaindo nos bebes masculinos. Agora como dantes o alvo sexual feminino é o escolhido para abater. O Genericídio é o genocídio outra vez na sua versão original, o assassinato de mulheres, só que neste caso elas não chegam sequer a nascer.
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