quinta-feira, 3 de abril de 2014

Fernando Pessoa: Eterno!





Pessoa fest.

                     Aconteceu em Oslo. E é uma maravilha!  Chama-se Uroens bokhandel! É uma livraria. E deu esta festa para abrir portas. Um sonho de um jovem escritor norueguês chamado Christian Kjelstrup. E nos diz como é importante ter espaço para poder sonhar, e que as imponderáveis econômicas são secundárias, e que a pobreza é a coisa mais feia deste mundo. Lembra-nos num mundo onde há falta dele em muitas mesas, de que' Nem só de pão vive o homem'.


                     Tudo isto faz-nos lembrar um outro que era também Christian, deste mesmo Reino na época de seu nascimento, e hoje mundialmente conhecido, Andersen era seu  nome de família, sua profissão era contador de histórias, e que histórias, e com que força, e com que graça que todos as recontamos pelos anos fora. Ter o sonho como profissão é muito lindo. Já este Christian, Kjelstrup de seu apelido, de seus sonhos literários nada sei, mas este sonho de sua vida de abrir uma livraria - samba de uma nota só, que só vende exclusivamente um e somente um livro, é uma maravilha. Maravilha que só uma sociedade rica pode-se dar ao luxo de concretizar. Por isto a pobreza e todas as suas limitações são as coisas mais feias do mundo. Quando se aborta um sonho o mundo fica mais cinzento!

Thereses gate, 14, Oslo.


                     Este sonho, coloridíssimo sonho, entretanto nasce da convicção, que é também a minha, de que o livro do desassossego de Fernando Pessoa é o melhor livro jamais escrito, e, por isto esta livraria só vende este livro. Um único livro. E, portanto se chama como o livro. Isto diz-nos que um só livro pode preencher o mundo. Esta ideia é redentora porque como há muitos mais livros, temos um mundo cheio de maravilhas. Então porque ficarmos-nos pelas ninharias? Na verdade esta é a livraria do sossego. Sossega a nossa alma  saber de coisas assim. E, é claro, só podia ser Pessoa.


                     A só existência deste sonho, por breve que possa durar,  faz-nos, a todos, maiores.

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