quarta-feira, 30 de abril de 2014

20 anos sem Ayrton.






Foi há vinte anos num primeiro de Maio como este  dia do trabalho, que deveria ser designado do trabalhador como é no resto do mundo,  já que não há trabalho sem quem o faça, todos em casa por causa do feriado, vendo a corrida ao vivo, ficamos estupefactos com um terrível acidente em Ímola, o emblemático circuito italiano, mísero acidente que vitimou nosso herói da Fórmula Um Ayrton Senna da Silva, prova viva de quanto pode a obstinação.

Ayrton era mais que tudo um empenhado ao mais alto nível, valendo-se de todos os meios para conseguir as condições necessárias, físicas e psicológicas a nível pessoal, e mecânicas, de empenhamento, de ajustamento das máquinas  e equipamentos etc.. a nível de escuderia, e melhores pistas, mais seguras e com melhor manutenção a nível organizativo, tendo assumido a liderança dos pilotos, o que desagradou profundamente os senhores do dito circo da fórmula um (Circo porque muda de acampamento a cada apresentação, ou seja a cada corrida.).

Nunca será demais lembrar Ayrton, e o fiz recentemente pelo seu nascimento no começo do ano astral próximo passado no vinte e um de Março, em que o Google lembrou seu natalício com uma homenagem só feitas a tipos universais, dada a abrangência da marca, e aqui repito o que então disse, pois que fica aquela faceta sua que mais nos marcou: seu carisma!





 




Hoje o Google está lembrando que Ayrton Senna, se fosse vivo, completaria 54 anos. Morreu há vinte anos, completam-se no próximo primeiro de Maio. Nunca mais assisti a uma corrida de fórmula um, o que fazia costumeiramente naquelas manhãs de domingo, mesmo antes da era Ayrton, como por todo o tempo em que ele nos encantou, desde sua primeira vitoria no Estoril com sua Lotus negra. As corridas perderam toda a graça para mim desde aquele trágico dia em Bolonha. E as sucessivas vitórias sem emoção do alemão Schumacher nunca entrariam para a história sem a morte de Ayrton, porque não teriam acontecido.

Agora dou-me conta de que o trato pelo nome como se fosse íntimo, como se privasse com ele. Penso que privei, todos os que o seguimos privamos naquele final da década de 80 e começo da de 90 no século passado, no milênio passado, mas sua memória permanece, sua presença é incontornável se falarmos de fórmula um. Com ele o Brasil era o segundo país campeão, hoje terceiro, no mundial de pilotos, teria sido primeiro sem o acidente, ele tinha fome de vitórias.

Enquanto esteve vivo, seus gestos mais banais, como o de se envolver com a bandeira do nosso país, ou dar a volta da vitória com ela a tremular em sua mão saída da janela de sua máquina, o dedo levantado(Um!) o que nos fazia saber que estava a conduzir com uma só mão, suas brincadeiras com o champagne, suas declarações frontais e, por final, sua liderança incômoda dentro da fórmula, foram atitudes que marcaram tudo e todos, e que levaram a que sua  presença/ausência fosse/seja tão querida.

A dimensão humana das pessoas é a única que conta. Morreu uma dama também num acidente, aliás ambos acidentes difíceis de explicar, difíceis de engolir. O desta dama foi em Paris, no tunel d'Alma três anos depois do de Ayrton, e viu-se, assim como foi com Ayrton, a repercussão mundial de sua presença/ausência, tão forte que levou a Rainha, sua ex-sogra, a ir ao seu local de culto popular por flores como toda gente, situação inédita na História Britânica.

As coisas passam-se como se passam, pela presença da pessoa, pela força da sua presença. E quanto mais despretenciosa esta é, mais forte as torna. Houve os que fascinaram multidões como Ghandi, Mandela, JFK, Lady Di e Ayrton entre outros, não muitos neste universo seletivo do pendor popular, e que, penso, jamais serão esquecidos, como hoje lembrou-se de Ayrton o Google, e lembramo-nos todos, de tempos em tempos, destes que sutilmente se evidenciaram, com ou se mortes trágicas, pela força de suas presenças mais que tudo. A esta força  chama-se carisma.


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