quinta-feira, 17 de abril de 2014

Uma vida com Gabriel Garcia Marques.


                                                   
                                                                                                                                 falecido a 17/4/14
As palavras ficam.


Quando fomos todos viver em Macondo
Por causa desta prosa envenenada
Minha'lma ficou doente e tudo caiu redondo
Já que não havia remédio que sarasse nada

Era tudo uma febre, um frenesim, uma tensão
Já não eram canções, era uma marcha ou era um hino
A abraçar por inteiro a nossa solidão
Eu, menino doido, mais doido fiquei, e, creio, ainda mais menino,
Daquelas palavras, daquela gente, daquela situação

Foi tudo tão rápido, tão estranho, mas tão espontâneo
Que nos aprisionou de forma pura
Passamos mesmo nesta vida incauta a querer um sucedâneo,
Se não fôssemos morrer da cura

Sem remédio ou coisas iguais
Andamos uns certos tempos meio carentes
Depois acostumamo-nos, e fomos levados a outros locais
E conhecemos outras verdades menos atraentes
Fosse o que fosse, fosse do Gabo, queríamos mais...

Passada uma vida ainda queremos, e como queremos
Desfrutar desta salutar confusão
Porém bem sabemos que não mais teremos
Nos chegou assim essa conclusão

Os dias não esticam...
Não foi um fim, não será um fim,
Ainda me habitam.
Mas tem um gosto ruim, muito ruim
Mas as palavras ficam.

Sem comentários:

Enviar um comentário