domingo, 8 de maio de 2016

A luta pelo poder ao vivo.




Ao vivo e à cores, a luta pelo poder, esse ofício mesquinho e pequeno do dia-a-dia da lide humana, revela-se em toda a sua profusão confusa, e em toda a sua realidade deletéria, pois toda luta gera costumeiramente mortos e feridos, evidenciando o embate miserável, o combate vil, a disputa pequena e muitas vezes podre de cada espaço de combate, porque a política é antes e tudo a arte de ocupar espaços. Como se pratica essa arte? Aí já é outra história!

O que estamos vendo no Brasil é esta contenda a revolver seus lodos mais fétidos, e a permitir que aflorem os odores mais viciados e pútridos  de sua decomposição,  putrefacto, o sistema político brasileiro, revela-se em sua plenitude nefanda, corrupta, podre e pestilencial. Execrável e torpe, essa política, baseada em gamelas, quando estas taparam-se, ou quando o controle de seu tráfico recrudesceu, degenerou na disputa à luz do dia para verem restabelecido o sistema e o modelo de corrupção instaurado.

Se fazem o que fazem em frente às câmaras, o que não farão em privado?

Não haverá inocentes certamente, mas a culpabilidade apresenta gradações, o espetáculo que oferecem ao mundo é degradante, esquecendo-se que eles são atores quase sem importância, não é a eles que olham os olhos do mundo, é ao grande teatro onde representam seus medonhos papéis, é ao Brasil, esse sim, que merece respeito e dignidade por tudo que é e por tudo que representa, que segue achincalhado pela ação espúrea, indigna, inqualificável, mesquinha, miserável desses atores que o povo escolheu, e quem conhece a política de perto por ter dela participado, como eu, sabe o que move essa gente torpe e ambiciosa, e sabe como a política se move. Lembra-me aquela história que contei para o Fausto Wolf, e que ele repetiu nos seus discursos na sua candidatura a federal no PDT; um determinado grupo de eleitores bate à porta de um deputado, atende-lhe seu mordomo, que informa que um grupo de eleitores seus o quer contactar. Diga-lhes que eu não estou. Volta o mordomo dizendo que eles viram-no entrar à pouco com o carro pelo portão da garagem. Diga lhes que estou ocupado e não os posso atender. Volta o mordomo com a insistência e com a alegação crucial: São seus eleitores e insistem em falar com o Deputado. Num acesso de raiva ele bate no bolso, onde se percebe dentro uma sólida quantia de dinheiro que conforma um volume bem visível, e batendo várias vezes grita ao mordomo, meus eleitores estão aqui... Oooo! E torna a bater sobre o bolo de notas que tem no bolso.

Quando tudo passar, ficará esse gigante à espera de governo, essa ação tão difícil de empreender, mesmo em países pequenos e visíveis em todos seus detalhes como Portugal, como podem imaginar a complexidade que é administrar um continente como o Brasil, com suas diversidade e peculiaridades que requerem atenção especial, e que não pode ser obra de um só homem ou uma só mulher, requer equipe, e equipe dedicada e interessada em fazer com que o país seja bom para todos. Como formar essa equipe com os políticos que se apresentam ? Que escolha será possível com esse material humano que há e com os reais interesses que os movem? Pobre Brasil! Que Deus se apiede de sua gente que tanto precisa de paz e trabalho.

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