segunda-feira, 2 de maio de 2016

O Brasil está matando o Brasil...




                                                             Brasil antes do tempo?
                                                             ia ser a 4ª potência voltou a 7ª
                                                             "Mostra tua cara"
                                                             "Que país é este?"
                                                             "Do Brazil SOS ao Brasil."
                                                             Músicas premonitórias...


1

Relembrando o grande Noel Rosa:"Quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do céu que palpite infeliz..." Continua o Império da lei de Gerson, Gerson foi um bom jogador brasileiro,  que, sem nenhuma autocrítica, fez uma núncio televisivo onde afirmava gostar de levar vantagem em tudo. O tom que empregava o jogador, mais sua forma de estar na vida, ao que se acrescenta uma certa malandragem que ficava revelada em sua apresentação, que, tudo junto, criou essa ideia da lei com seu nome, a determinar que se deve levar vantagem em tudo.

Nada mais ignominioso e abjeto, entretanto quanto mais rico fica o Brasil, mais impera essa lei, a lei de Gerson. Jogaram o Brasil na lama, reafirmaram a divisão do Brasil. Foi na Câmara dos deputados: Gente sem espelho, gente sem noção, gente sem cérebro. Se tivessem noção do ridículo a que se prestaram, as figuras caricatas que expressaram, a evidente malha de interesses que se movimentava. Uma vergonha inconteste! Tudo pela manutenção da corrupção. Como também a dizer que mesmo contra a justiça e o executivo vão manter o sistema de corrupção. E aí o verdadeiro crime de Lula e Dilma, por não terem denunciado todo este conluio, e rasgado o tumor, o furúnculo, eliminando a putrefação. Faltou-lhes a coragem no momento certo para enfrentar tantos que os não os deixariam governar por longo período, o tamanho do envolvimento os aterrou, e a dificuldade em recolher provas, a força do que já vigia... amarelaram.

2

"Brasil! Meu Brasil brasileiro" cantava Ary Barroso na sua Aquarela. E ficou bem mais brasileiro com Lula, é verdade, e isso foi o começo da confrontação,  porque não queriam tirar "a mãe preta do cerrado", nem "o vestido rendado pelos salões arrastando..." e enquanto houve espaço roubaram, roubaram o que puderam, mas o povo vinha acordando, e o confronto acabou por acontecer. A crise econômica que é a responsável invisível por tudo isso, e a matriz de todas as insatisfações, exatamente como no caso anterior de impeachment, o de Fernando Color de Melo. Naquela época se tinha um 'enfant gaté'  e ladrão no cargo, hoje temos uma guerrilheira e não política no cargo. Os deputados então moviam-se pela sua indignação, hoje movem-se pelo seu senso de oportunidade, porque aquela metade que perdeu privilégios e viu o grande bolo ser dividido com outras camadas da população não aceita e não quer a continuidade dessa política, que, se sustentada e não torpedeada como foi pela crise internacional, iria se mantendo, e criando mais classe média e mudaria o Brasil, mas infelizmente as estruturas não foram cuidadas, os pilares não foram estruturados, atendendo a  prioridades como uma redução drástica do custo Brasil, e também, com uma reestruturação profunda do perfil tributário, e uma mudança das ingerências estaduais no processo tributário tão pulverizado, e com uma transformação no perfil partidário indispensável, não havendo possibilidade de governabilidade com tantas mãos puxando a corda em direções tão opostas e divergentes, com tantas mão dentro da cumbuca, com o saco de gatos da política brasileira, conciliado a poder de propinas e subornos. Como modificar isso? É a pergunta de um milhão de dólares... (melhor dizer de muitos bilhões...) Já que todos terminavam a aquarela pensando estarem cantando a sua canção de encantar: " Brasil! Pra mim, pra mim Brasil. Pra mim, pra mim. Brasil, Brasil."

3

O Brasil foi se tornando pouco a pouco  numa conjunção democrática de interesses locais, setoriais e até religiosos, representados todos, por força da pulverização do voto popular, tornando ingovernável o gigante econômico, com cada fação querendo tirar seu naco. ( Esse, seu, não de Direito, mas de possibilidade.) Essa é a triste resposta à pergunta do Legião Urbana, concentrada na ação política e em suas falsas promessas, e no que se vê agora: "... Ninguém acredita na constituição. Todos acreditam no futuro da nação. Que país é este? Que país é estes? "E a resposta do PT foi uma tragédia: o suborno multi-facetado (mensalão) e a tentativa da ditadura democrática (ação de José Dirceu  e seu grupo, que substituídos pela Dilma que assume seu cargo no Governo Lula.)  e o acúmulo de riquezas que era o principal, se não único, objetivo dos políticos como vêm demonstrando as investigações (operação lava-jato) e que poucos políticos são cidadãos com procedimento honesto  (basta lembrar que quase 60% está sendo processado) que  retirassem sua legitimidade das urnas (o que afinal acontece, mas a usam para interesses pessoais)  para proceder a reformulação político-institucional que o Brasil espera para crescer. Esfacelado pelas forças que o conformam, como um barco em que os remadores cada um remando para o seu lado acabasse por ser levado ao naufrágio, roubando toda a possibilidade de chegar a bom porto.

4

Dividido ao meio o Brasil, aí já lembrando outra música esta do meu saudoso Cazuza, com o George Israel e o Nilo Moreno: Brasil! "... mostra tua cara. Quero ver quem paga pra gente ficar assim." Pois rachado ao meio, como sempre foi, por isso é bom conhecer História, porque assim se entende que apenas segue seu destino, nasceu dividido, segue dividido, o senhor e o escravo. O problema é que quando se deixa de ter escravos, o senhor é menos senhor, e aí, então, tem de dividir o bolo! A guerra é exatamente essa, pois não querem dividir o bolo, por isso tentam rouba-lo via das suas portas mais ricas como a Petrobrás, resta o final da composição com suas perguntas chaves:"Qual o teu negócio? O nome do teu sócio? Vote em mim..."

5.

A velha dignidade da Ordem.

A OAB, Ordem dos advogados do Brasil, na sequência do que se passou na Câmara,  indicia por sua ação vil, mesquinha, iníqua, miserável e contra o decoro da função que desempenha, o Deputado Bolsonaro em sua ação além de tudo indigna ao declarar seu voto pelo impeachment do Presidente da República, revivendo um fantasma que lhe compraz no ódio, no saudosismo de tempos de ferro para todos e de alegria para ele certamente, e sem o menor pudor em fazê-lo, deve se ter inspirado na música de Luan Santana quando diz " ...traz de volta. Eu não tenho vergonha na cara. Eu te amo e assumo. Pois você também não vale nada." e foi por isto que a OAB, seção do Rio de Janeiro, em virtude de sua quebra do decoro parlamentar, bem como pela promoção da tortura no país, na emulação ao torturador condenado Ustra, entrou na justiça pedindo a cassação do mandato deste ignóbil deputado.


6.

Com tudo isso, com todas essas "Querelas do Brasil" há que se lembrar a magistral composição de Maurício Tapajós e Aldir Blanc na Transversal do tempo (Tudo premonitório!):
"O Brazil não conhece o Brasil. O Brazil nunca foi ao Brasil.
O Brazil não merece o Brasil. O Brazil está matando o Brasil. Do Brazil SOS ao Brasil...
Piriri, ratatá, karatê, olará Do Brazil SOS ao Brasil..  Ipanema, Nova Iguaçu, olará..."


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