O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Sim, interregno, não e síntese.
Sim
É o descuido do não,
diz Vinicius.
Desta tua negação, minha bonança:
Não há negação sem inclemência.
Mas como não há abstenção sem experiência,
Mesmo ao negar-se, experimenta-se
o sentimento daquilo que podia ter sido.
Resiliência é melhor que resistência.
Pó de raspadura
É pretexto, é propenção,
É fina flor de formosura,
Antes dizer sim, que dizer não.
E que não sendo por escolha tua,
foi tanto ativo no meu desejo
como na tua impossibilidade.
Pois assim caminha a humanidade,
que mais que título de filme,
é toda nossa realidade.
Não digas não à possibilidade.
À impassibilidade, junte ação.
E para que sempre digas sim,
em bom tom,
digas: não!
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Interregno.
Sou absurdo.
digo eu.
E entre este antes e este depois, existo,
como já disse…..
Como é incontornável este fato:
Há que existir!
E em que tom?
A intensidade é que é o busílis.
Posso existir pouquinho,
que é quase ser inexistente.
Posso existir um tanto, o que dá pra muita coisa,
como os animais:
crescer e multiplicar.
Posso existir muito, muitíssimo,
o que me prende neste interregno
de permanência, de intensidade absoluta,
da certeza de que não devia
e de que sou absurdo:
Por querer tanto,
Por fazer tanto,
Por expor-me tanto
Resistência e resiliência são pura experiência.
E todo este tanto, que é dizer muito
e aí fica assim:
Por querer muito!
Por fazer muito!
Por expor-me muito!
Resta saber que o fogo da experiência se acende na chama da inquietação
E que o desejo nos comanda.
E que o tom é que o busílis.
E saber que isto tudo é muito, muito pouco.
A vida é breve interregno!
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Não.
É mais difícil dizer,
dizem todos.
Da tua aceitação
meu desespero.
Resistência é melhor que resiliência.
Não há aceitação sem clemência,
nem há participação com tranquilidade.
A atitude de ir à jogo….
Para se livrar do eterno que é feito agora,
a crepitar neste fogo da experiência,
requer mesmo muita ciência,
de tudo quanto nos traz a hora,
pois é desta inquietação que ela se acende
e arde inclemente neste ardil,
posto que existir é prenhe de eternidade.
Porquanto a atualidade é sempre vil,
não tenhas tom,
sejas assim:
(Só) digas sim.
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Síntese.
Põe em acordo os opostos,
diz a filosofia.
A simbiose, mais que nenhuma alternativa,
pode ser falha ou criativa,
e deixa que tudo isto fique assim:
Em vez de dizer não, disse sim.
E nesta mesma evocação,
em vez de dizer sim, disse não.
(Sim, interregno, não e síntese, são um a quadrilogia e devem ser lidos em sequência.)
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