sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sim, interregno, não e síntese.


              Sim
                                       É  o descuido do  não,
                                                    diz  Vinicius.



Desta tua negação, minha bonança:
Não  há negação sem inclemência.
Mas como não há abstenção sem experiência,
Mesmo ao negar-se, experimenta-se
o  sentimento daquilo que podia ter sido.
Resiliência é melhor que resistência.


Pó  de raspadura
É  pretexto, é  propenção,
É fina flor de formosura,
Antes dizer sim, que dizer não.


E que não sendo por escolha tua,
foi tanto ativo no meu desejo
como na tua impossibilidade.
Pois assim caminha a humanidade,
que mais que título de filme,
é  toda nossa realidade.


Não digas não à  possibilidade.
À impassibilidade, junte ação.
E para que sempre digas sim,
em bom tom,
  digas: não!
>>>>>>>>>>>>ooo0ooo<<<<<<<<<<<<

           Interregno.  

                                Sou absurdo.
                                       digo eu.


E  entre este antes e este depois, existo,
                             como  já disse…..
        Como é incontornável este fato:
                            Há  que existir!
E em que tom?


A intensidade é que é o busílis.
    Posso existir pouquinho,
     que é quase ser inexistente.
         Posso existir um tanto, o que dá pra muita coisa,
             como os animais:
            crescer e multiplicar.
Posso existir muito, muitíssimo,
o que me prende neste interregno
de permanência, de intensidade absoluta,
da certeza de que não devia
e de que sou absurdo:
Por querer tanto,
Por fazer tanto,
Por expor-me tanto
Resistência e resiliência são pura experiência.
E todo este tanto, que é dizer muito
e aí fica assim:
Por querer muito!
Por fazer muito!
Por expor-me muito!
Resta saber que o fogo da experiência se acende na chama da inquietação
E que o desejo nos comanda.
E que o tom é que o busílis.

E saber que isto tudo é  muito, muito pouco.
A vida é breve interregno!

>>>>>>>>>>>>>>ooo0ooo<<<<<<<<<<<<<

                 Não.
                                       É mais difícil dizer,
                                                  dizem todos.


Da tua aceitação
meu desespero.
Resistência  é melhor  que resiliência.
Não há aceitação sem clemência,
nem há participação com tranquilidade.
A atitude de ir à jogo….
Para se livrar  do eterno que é feito agora,
a crepitar neste fogo da experiência,
requer mesmo muita ciência,
de  tudo quanto nos traz a hora,
pois é desta inquietação que ela se acende
e arde inclemente neste ardil,
posto que existir é prenhe de eternidade.
Porquanto a  atualidade  é sempre vil,
não tenhas tom,
sejas assim:
(Só) digas sim.
>>>>>>>>>>>>>>>ooo0ooo<<<<<<<<<<<<<<<

              Síntese.

                                          Põe  em acordo os opostos,
                                                             diz a filosofia.


A  simbiose, mais  que nenhuma alternativa,
pode ser  falha  ou criativa,
e deixa que tudo isto fique assim:
Em vez de dizer não, disse sim.
E nesta mesma evocação,
em vez de dizer sim, disse não.



(Sim, interregno, não  e  síntese, são um a quadrilogia  e devem ser lidos em sequência.)

Sem comentários:

Enviar um comentário