Vocês já viram este filme? Vai passar agora em Portugal com um só ator, todos os domingos na RTP1
(não sabemos bem quem é o patrocinador) porém sabemos desde já que será líder de audiências.
O passado não pode estar mais presente, meio mundo o discute, a audiência foi recorde, dizem que ultrapassou os um milhão e setecentos mil espectadores, mais o que foi repetido em todos os noticiários em todas as redes, mais as análises e discussões que gerou em todos os meios de comunicação, significa que todo mundo no país está 'ligado' com o Sr. Engº José Sócrates, por boas ou mais razões. Destarte centralizou o debate político, o que de certa forma é, ou não, um alívio para o governo, não importa, este governo já não governa mais(terá entrado em gestão?) e, como não governa, não adianta mais bater no ceguinho!
Os comentários são os mais díspares possíveis,dos mais isentos aos mais comprometidos. O brilhante, honesto e verdadeiro Pacheco Pereira, abruptamente saiu pela tangente, pois conhece, como ninguém, o poder da palavra, da comunicação, da presença mediática. Os outros, a maioria dos comentadores repetiam que era uma volta ao passado.Não podia deixar de ser para alguém que não aparecia há dois anos, e tudo o que tinha a dizer datava desta época, na perspectiva das perguntas que lhe foram feitas. Evidentemente no comentário político será diferente, e, desenganem-se os do governo pensar que lhes será favorável, não será bom para ninguém(excepto para José Sócrates 'him self').
Entre os comentadores suscitados, teve graça a Deputada Francisca Almeida, costumeiramente inexpressiva, afirmando que a entrevista do ex-primeiro-ministro lembrava-lhe dois filmes: " Regresso ao passado e Vingança dos derrotados", que somada às afirmações do pessoal do bloco de que o julgamento do Sr Sócrates já havia sido feito nas urnas, e o que se queria eram fatos novos. Iremos saber o nome do filme!
À parte da temática conspiração X deslealdade, que pôs o presidente da república na ordem do dia, que é certamente um ajuste de contas, quem prestou bem atenção à entrevista, notou que ela é voltada inteiramente para o futuro, ainda que se refira enormemente ao passado. Se alguém quisesse lançar, ou relançar um produto na mídia, para obter o alcance que o produto José Sócrates alcançou com a força e rapidez obtidas, teria de gastar muitos milhões de euros; foram horas à fio de espaço mediático.Isto é obra.
Era José Sócrates no seu melhor, confronta tudo e todos e, realmente toma a palavra. E neste mister é mestre: as caras mais convincentes, as múltiplas modulações de voz, as paradas certas, os variados tons necessários a fortalecer a ideia e mensagem que quer passar, os cortes na conversação,criar um tom intimista com os entrevistadores para os paralisar ou para que eles sejam sua(s) testemunha(s) no que afirma, a linguagem corporal... era um mestre no seu melhor. Do outro lado tivemos sincronizado o Sr. António José Seguro a mandar uma carta para a troika a afirmar sua fidelidade ao plano. Tudo isto somado quero informar à deputada Francisca que ela não viu bem o filme e à todos que o filme é outro, cujo título que cabe à perfeição é de volta pro futuro: Back to the future, como intitulei este artigo.
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