O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
A crise da representatividade política e a Google e os seus balões.
Eles não nos representam !
Há um grito que vem se tornando mundial, que critica a representatividade política e, com esta ou aquela motivação, vem percorrendo o planeta, demonstrando um sentimento comum e generalizado que marca a insatisfação das pessoas. Pode ser por umas árvores que se iam cortar na Turquia, por vinte centavos que se iam aumentar nas passagens no Brasil, pelo TGV em França, ou mesmo por razões políticas declaradas, vale dizer, insatisfação popular com seus governantes (as primaveras árabes recentemente,algumas degenerando inclusive em guerra civil, e China e os EUA um pouco antes.) desde já há algum tempo existe uma fermentação latente e insurgente contra a representaividade política.
O que se está passando e que muitos analistas e sociólogos ainda não se deram conta, é que o modelo de representatividade política está obsoleto. Tantas vezes foi o cântaro à fonte que partiu-se, segue mal colado fazendo seu papel, mas ninguém quer mais o cântaro. Ele não serve mais. E o que recomendo é que arranjemos o quanto antes uma outra solução. Vivemos um século de infindáveis possibilidades tecnológicas, usemo-las, ponhamos todos os recursos existentes ao serviço da democracia, mudemos o modelo de representatividade posto que este já não satisfaz. As pessoas por todo o mundo atingiram um grau de cultura e desenvolvimento pessoal, que as leva a quererem participar diretamente do processo político administrativo que influecia suas vidas, suas cidades, seus países.Acabou o tempo do povo-cordeiro ! Não aceitam mais serem agentes passivos, ou participarem através de uma representatividade política longínqua na qual não se revêem.Não lhes satisfaz mais este modelo.Viram-se defraudados com ele. Viram a corrupção grassar com, e nos políticos, de modo ultrajante. E querem que isto acabe! É bem verdade que não sabem como, mas não perderam a capacidade de se indignarem com este estado de coisas, que por todo mundo atinge proporções descabidas. E creio não se irão calar, nem mesmo com o atendimento das medidas, como hora se passsou no Brasil, retirando o aumento: Vinte centávos de real, oito cêntimos de euro, sua motivação aparente.
Que país é esse? A pergunta que não se quer calar, cantada no Brasil pelo Legião Urbana e que na verdade é uma pergunta à escala mundial. Que políticas são essas que fazem países como esses? Até quando vamos ter que aturar isto? Até quando vamos ver estes políticos praticarem a corrupção que nos nega hospitais melhores, estradas e ruas melhores, melhor educação e salários melhores??? Esta é a verdadeira pergunta por detrás das outra. Esta a verdadeira questão que gera protestos por todo o mundo. Esta a pura realidade da afirmativa que diz tudo: ELES NÃO NOS REPRESENTAM.
A Google nesta última semana lançou balões com um aparelho, que pretende continuar a lançar por todo o planeta, com o intuito de levar o sinal da internet a todas os habitantes da Terra. Esta é a solução para a representatividade ! Poderemos ter agora por todo o mundo uma participação de cada cidadão no processo político. Com a internet cada um poderá dar sua opinião das prioridades orçamentais por exemplo, poderão ser escolhidas as mais indicadas e estas, representando a vontade direta do povo, serem executadas no orçamento imediato. Consultas populares obrigatórias podem ser feitas, se necessárias, todos os dias, sem custos eleitorais. Há hoje maneiras muito fáceis de se democratizar o exercício governativo, há possibilidades de resolver este clamor, agora universal, da representatividade. Em vez deles me representarem, eu me represento e decido. Claro que vão continuar a existir governantes, mas para fazer, não para escolher ou decidir tudo.
Vejo que ou o mundo caminha para outras direções de participação popular, ou o caldo corre o risco de entornar-se. Olha a Europa, por todas as razões e também por que está correndo o risco de fragmentar-se e acabar com seu projeto conjunto, deveria ser a primeira a passar a palavra ao povo, talvez com isto encontre o rumo de se tornar efetivamente Europa!
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