domingo, 30 de junho de 2013

Francisco, Papa.

Uma pessoa especial.



A Igreja católica apostólica romana, tem sido ao longo da história uma cloaca, ninguém duvide, mas também teve momentos sublimes,não tenham duvidas também. Com tudo que é humano costuma passar-se assim. Porém o fato de não ter acabado nos seus momentos mais sombrios, leva-nos a crer que haverá de ter alguma utilidade.

Que o Papa Francisco é um Papa diferente, todo mundo já viu. João Paulo II tinha carisma, Francisco tem verdade. As pessoas preferem o carisma à verdade, bem sei. Entra Papa, sai Papa, quem manda na Igreja romana é a cúria. Os que tentaram contrariar isto acabaram mortos como o primeiro João Paulo,e o 2º João Paulo teve duas tentativas de assassinato, tendo sido baleado numa, e desde a época deste primeiro Papa que a Igreja romana, mergulhada em imundice, clama por uma salvação. Outros tentaram e, ou por covardia, ou por lhes faltarem forças, resignaram (Todas as semelhanças com o 16º Bento, não são mera coincidência.). Pois o que se tem passado é que o esquema montado e irraigado numa trama de poder que vai além do inimaginável, joga por manter-se nesta posição de imenso poder. E neste jogo vale tudo, matar, também, como é óbvio.

O único Papa que temos noção que começou a contrariar isto tudo foi João XXIII, que convocou um concílio que o fortalecesse, de forma a tentar se municiar do poder para contrariar toda esta sujeira, morreu cedo também. No meio das muitas tentativas que têm sido feitas por Papas bem intencionados,quem nos diz que a denúncia do mordomo de Bento XVI, não foi mais uma? Entretanto tudo tem falhado, e se olharmos para tudo que se tem passado de um ponto de vista místico, temos a percepção da ação forte do maligno para manter o 'status quo vaticani'.

A longa sucessão de deliciados com o cargo,que a ilusão de poder que as solenes pompa e glória da posiçao atribui, tem ajudado bastante à perdição dos muitos que por lá passaram. Vemos neles uma característica comum, mesmo nos mais bem intencionados, a falta da face humana, na acepção filosófica, que traduzo na perocupação central do outro, de cada um dos seres humanos e de todos no seu conjunto. Muitos quererão me contestar neste ponto, evocando as posições humanitárias de dezenas de Papas. É verdade que as tiveram, mas estas só traduzem a sua dimensão global de se preocuparem com o conjunto da humanidade( e isto também os perdeu, talvez fazendo concessões individuais para ' ganhar' o todo) ledo engano, ninguém pode negociar com a Justiça, esta ou é absoluta, ou não é justiça(Os princípios não admitem negociação.). E ademais pelo caminho de justificar o todo, esquecendo as partes, perde-se muita alma boa.

Francisco parece querer contrariar tudo isto. É claro que sabe que para atingir seu objetivo necessitará de muito apoio popular para que não o matem. Porém eu gosto de olhar para os detalhes, por que sei que são neles que se revela a verdade. Guardo uma ação, entre muitas que podia destacar do Papa Francisco(há muitos detalhes) , como exemplo de sua especialidade, de sua exclusividade e de sua diferença: fazia um dia de muito calor em Roma com o sol à pino, e o Papa saiu para estar com os fiéis que enchiam o Largo do Vaticano em frente à catedral de São Pedro, uma mãe lhe apresenta uma criança, e ele com aquele seu modo informal a acolhe. Passa-se tudo muito rápido como podem imaginar, seu Papa-móvel continua em movimento, mas ele não se descuida de recomendar que a mãe ponha um chapéu na criança, pois notou que esta não tinha e que a mãe não trazia nenhum na mão. Que outro Papa se lembraria disto? Neste momento eu vi o homem por detrás do cargo ! E eu só acredito em gente que não deixa de ser humana por estar representando um papel, seja ele qual for.

Francisco, além de diferente, é mesmo especial. Para os tempos que correm onde a miséria e a desgraça campeiam, é muito necessário termos alguém com uma condição de verdade. E, como diz Francisco, a verdade, não é verdade sem as suas componentes de bondade e beleza. Magnífica idéia!Uma pessoa que pense assim estará na luz, uma pessoa que viva assim estará no paraíso celeste. Se Francisco, rodeado de tanta imundice, conservar seu sentimento, mantiver sua inteireza, não estará como São Paulo se declara na carta aos Coríntios , tendo combatido o bom combate e guarado a fé, que penso, por exemplo, ter sido a posição do 2º João Paulo. O 2º João Paulo combateu o bom combate com as armas que se lhe apresentaram e fez toda uma Igreja nova. (Talvez este trabalho tenha permitido a eleição de Francisco, quem sabe?). Porém, como dizia, se este Papa Francisco conseguir manter-se como é, não combaterá somente o bom combate, o ganhará.

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