quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Toda praxe é estúpida! (II) A solução.

Agora que muito se discute este assunto devido a uma ocorrência que recuso-me a comentar, sobretudo por que é inominável esta ocorrência, e, em sendo inominável, eu não tenho palavras. Tenho palavras para dizer que a corrente que agora se vai tornando dominante de que se devem evitar e coibir os abusos e excessos da praxe, mas não a praxe, não tem noção do que diz. Quando algo se permite ser nocivo na situação de um abuso, ou de um excesso, já é nocivo em si mesmo. Não se irá coibir, ou delimitar para poder coibir, uma ação que não se consegue determinar quando deixa de ser o que já é, um abuso em si mesma, e passa a ser um abuso porque este se tornou evidente. Vamos ver bem isto: Uma prática não pode ser controlada quando quem a recebe e está sujeito a ela tem inibida sua capacidade de expressão, justo porque esta prática visa como última intenção testar a capacidade de resistência de quem a está tendo praticada em si, se este se manifesta quebra esta comprovação da sua capacidade de resistir, mesmo que isto lhe esteja sendo altamente nocivo. Portanto esta prática tem sua ação inaferível, e, logicamente, quando o dano fica evidente para dever ser parado já é demasiado tarde, posto que já foi praticado de forma irreversível. É assim como uma guerra, em que não se queira que ela seja excessiva: Só há uma maneira, é não começá-la!  -Toda praxe é estúpida!

Por outro lado nos foi dada, com a repercussão mediática que presentemente está sendo dada a um genocídio que tem na sua origem esta prática doentia a que se denomina praxe, uma oportunidade para acabarmos de vez com este comportamento miserável, consentido historicamente pela falta de entendimento da situação por um lado, e pelo 'usum' por outro. É hora de acabar com isto, já que: Toda praxe é estúpida!

Em respeito às vítimas, em respeito ao senso comum, em aproveitamento da revelação para além de qualquer duvida do que consiste esta prática repudiada na sua grande maioria por aqueles que foram submetidos a ela,  em respeito aos que morreram por sua prática, em respeito aos que sofreram a sua prática, em respeito aos que a praticaram e a praticam, e com isto têm o seu caráter deformado, por poderem impunemente exercer seu poder sobre outrem contra a vontade deste, por tudo isto é hora de agarrar a oportunidade que esta situação dá, e acabar-se de uma vez com ela. -Toda praxe é estúpida!

Se deixarmos passar esta oportunidade, restará a pergunta que não se calará e continuará a reverberar até que se ponha termo a esta estupidez que é a praxe, que em muitos casos é homicida. E é a pergunta: Quantos mais vão ser preciso morrer ou ser assassinados para que se pare com esta prática? -Toda praxe é estúpida!


P.S. No dia imediato a publicação desta vem o Ministro Português da Educação defender que os  alunos têm direito a resistir às praxes. Grande engano Sr. Ministro!  Grande engano! Os alunos têm o Direito de não serem expostos a essas práticas, e este é o seu trabalho e o seu dever! ( Foi twittado) Por outro lado vêm muitos desconectados afirmar que se deve prevenir as praxes abusivas. Muito bem! E eu lhes pergunto como se vai saber que uma praxe é abusiva antes de ela o ser?

Outros quantos dizem que as praxes são uma forma de integração dos neófitos na vida universitária, como pode ser isto numa prática que, logo à partida, é um divisor forte e quase intransponível entre os veteranos, as instituições acadêmicas, enfim os que representam a vida da universidade e os calouros que devem sofrer para serem aceitos?



Sem comentários:

Enviar um comentário