domingo, 19 de janeiro de 2014

Todo dia é dia de Ary dos Santos.

                                             



 SINA FELIZ, FADO ALEGRE.




                                                                                                                    18/1/2014, 30 anos sem Ary.

                                                                                    À Sua Magestade José Carlos Ary dos Santos.(*)



“Os que entendem como eu a força que tem um verso”
Hão de juntar a este  nexo, o  indizível.
Para que cantem a sua face e o seu reverso
Numa mesma estrofe do impossível.

Porque “ Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar de uma criança
 Que de olhar nunca se cansa.”
 para que com estas artes congregue
o que descobristes  antes, como agora,
“ que o futuro é um sítio onde se mora”
cantado num “ Novo fado alegre”.

Então não posso recusar que por este poema passem
‘muitas palavras’ já por ti escritas, já por ti ditadas
E que elas , no poema, sonoramente entrem
Juntamente com outras coisas  mais, ignoradas.
E nas quais se juntam a alegria e a tristeza
para fazer com que todos alegremente as cantem,
Ou ainda  outras mais que“eu não tenho a certeza”

Entram certamente “antiquários e fadistas”
“Mantilhas pretas” “e alguns poetas”
Uma “laranja amarga e doce” e Mágicos e artistas
 Palavrões , ímpeto e loucuras e recusam-se tretas.

Entram ainda a “amendoa amarga”, o teu gim e os teus wisques
Como ainda a tua corte, tuas sobrinhas  e o teu veneno,
Mais de 600 letras de canções contigo, o teu dilema, e o teu partido.
Entra também tudo  aquilo a que não resististes :          
Teu “tudo ou nada” e tua loucura , que te fizeram pleno.

Entram: Tua angustia, tua  solidão e o teu requinte
E as“ banderilhas de esperança” das tuas touradas.
“Que  dizem não passam mais”, nem por acinte,
Assim como as nossas almas “barricadas”.

A tua Lisboa, pra ti sempre menina e moça,
por ti bordada à  pontos de luz,
esconde-se, ou revela-se a quem a ouça.
E que por ti cantada à todos  nós seduz,
com  teu pregão que nos une na mesma mó
e nos traz à porta a ternura,
destarte confundindo num  só,
idealmente, criador e criatura.

Por fim creio até que entram alguns falsos e covardes
para que tu os possa assustar, mas que será em vão.
Entram também os inocentes e os alarves,
Proxenetas, prostitutas. “Poetas castrados  não”.




                                       (*) Recomenda-se a leitura desse poema após ouvir a canção Tourada com                    
                                               música de Fernando Tordo.
























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