Como todo rito de passagem a praxe é um exercício de poder para quem já passou por ela e um ritual de iniciação a que está obrigado o neófito, para ser aceito oficialmente, ainda que muitas vezes oficiosamente não o seja; o que se passa aqui neste universo paralelo é que ao inverso do que ocorre na sociedade, onde o que conta é o oficial, aqui o que conta é o oficioso, e este determinará se você fará, ou não, parte do grupo, a aceitação oficial que a sujeição à humilhação da praxe permite, é apenas o bilhete de ingresso a participação no que se irá passar na vida acadêmica ou militar, onde estas praxes têm origens centenárias, mas isto já é outra história. O que é a mesma velha história é que: Toda praxe é estúpida.
A estupidez começa com todo o iniciando estar obrigado a se submeter, e este, numa situação nova, aceita, em geral, a submissão, de bom grado até, acreditando que esta será uma chave que lhe vai abrir a porta para a nova realidade em que ingressa. Lêdo engano, posto, primeiro, que a porta foi aberta por seu mérito de ingressar nesta própria vida, não necessitando outra ou maior abertura, necessitando apenas mais afinco, mais estudo que lhe proporcione os conhecimentos que lá foi buscar. À seguir temos que a aceitação de cada um depende de seu comportamento diário e da sua capacidade em gerar bom ambiente e mais nada, aquele rito, se é por um lado uma festa, no que tem de melhor e de mais positivo, é, outrossim, uma expurgação das misérias inerentes a qualquer trabalho exigente, que corre melhor para uns e pior para outros, mas que enfim promove uma separação de águas naturais entre os mais e menos habilitados, poder exercer poder sob um desconhecido ou sob um sujeicionado que assim se mantém muitas vezes por suas inabillitações, é puro ato distorcido do exercício de poder, puro e duro, naquilo que ele tem de mais perverso, e por isto sempre, repito a palavra para não deixar margem para dúvidas, sempre leva a desvios e abusos. Por isto fui genérico ao intitular o presente artigo: Toda a praxe é estúpida!
A argumentação, interposta por alguns, de que não se deve acabar com a praxe por ela ser uma tradição, é equivalente da peroração que faziam uns, há muito tempo, quando se quis acabar com a inquisição e quando se quis acabar com a escravatura, era uma tradição, era um hábito já consagrados, sim eram, mas também eram uma grande ignonímia, como são as praxes. Toda praxe é estúpida
TODA PRAXE É ESTÚPIDA por que toda sujeição o é, e sujeitar, quem quer que seja, a qualquer prática, é a grande estupidez humana, nada mais há a dizer! Nós como seres livres que somos, assim devemos continuar. Livres e não praxados. Tudo o mais é fantasia, saudosismo e apreço pela festa, muitas vezes alegre que acompanha ou sucede a praxe, nada mais. Toda praxe é estúpida!
E como tal deve acabar!
Tudo que pode fazer mal, mesmo que preter-intencionalmente, não deve ser praticado, Os que discordarem que se proponham para levar a notícia, ou pagar as indenizações, ou dar as explicações aos pais que tiveram seus filhos mortos em virtude desta prática.
Por fim como os atos ficam muito mais para quem os praticam, do que para quem os sofre; as praxes tem a superior desvantagem de deformar o caráter, e muita vez marcar para o resto da vida àquele que obriga ao neófito às práticas da praxe. Toda praxe é estúpida!
E, é claro, devemos nos eximir de toda estupidez.
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