Tendo pensado bem que a sua candidatura, por todo seu passado, só fazia sentido com o apoio explícito do PSD, apoio este que lhe tinha sido retirado pelas declarações do presidente do seu Partido, Pedro Passos Coelho, em Janeiro próximo passado, o Professor resolveu ir dar a volta, e deu-a.
Sabedor de que o confronto ao qual também não se podia ter furtado, e, como deixei aqui comentado no artigo intitulado: O Presidente Marcelo II - não se catuca onça com vara curta, era-lhe inevitável, fê-lo destemidamente, sobretudo consciente do poder com que se defrontava (o de Presidente de seu Partido e Primeiro Ministro) não temendo o confronto, entretanto, por outro lado, consciente de que a conciliação era o melhor caminho, e que necessita de seu Partido para ser candidato, coisa que deixou patente ao dizer que não era candidato, que o só poderia ser, nessas condições (sem o apoio do partido) por masoquismo ou por uma razão impensada, quando da análise feita no seu comentário dominical na sucessão dos fatos que o haviam excluído, deixando-o sem as condições misteres; ficando claro que teria de reconquistá-las.
A oportunidade em reconciliar-se ofereceu-se no momento emocional de um Congresso do Partido, em que se comemoram seus quarenta anos e recordam esta sua história, e, ninguém melhor que o Professor, história viva, fundador e ainda ativo, para a reviver, mais que a recordar como os demais, pelas condições exepcionais que reúne na sua pessoa. E assim o fez.
Para uma plateia prisioneira de seu charme e carisma, num momento de que o que mais precisava o Partido e seu Presidente era unidade, esmagados pela política irracional que implementam, que, como tudo, tem muito de impraticável como de necessário, repito no momento em que Passos Coelho e PSD precisavam de uma imagem de unidade, sonegada pelos grandes Senadores do Partido por não aceitarem a atual política do governo, da qual quase todo mundo, inclusive o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, discorda, e também quando o secretário geral do PS aproveitando desta fragilidade atacava firmemente o Primeiro Ministro para livrar-se de qualquer acordo com a maioria; porém, repito uma vez mais, neste momento em que necessitavam, como do pão para a boca, desta imagem de coesão, o Professor foi lá oferecê-la, e para mais ofereceu o pescoço de Antônio José Seguro numa bandeja, para com isto reconquistar o Partido, seu Presidente incluído, e desta forma relançar-se de forma inquestionável como candidato a Presidente da República Portuguesa, com o apoio do PSD, apoio que após este discurso ninguém terá a coragem de negá-lo. Brilhante, simplesmente brilhante!
Entretanto este era o conteúdo. Incontornável é verdade, mas não podia falhar na forma para não dar ideia errada, para não turbar ou comprometer sua intenção, sobretudo sem revelá-la e ao mesmo tempo sem mascará-la. Era, certamente, uma situação que requeria exatidão milimétrica, exigia precisão vernacular, impunha verve com o tempero de desarmar desde logo qualquer ânimo adverso, sobretudo o do Presidente do Partido, sem mostrar-se subserviente. Difícil tarefa, sobretudo sem desdizer nada do que já havia dito contra as políticas do governo, recolocar-se no horizonte das candidaturas, sem fazer-se candidato, posto que é demasiado prematuro, porém sem deixar lugar a outra candidatura, com ou sem Passos Coelho como Presidente do partido na oportunidade em que as eleições presidenciais vierem-se a verificar.
E assim fez. Com a medida exata, com a graça necessária, com os contornos adequados, com a capacidade de improviso, regendo a sua própria locução bem como a platéia, dizendo-lhes quando ou não aplaudí-lo (quase insólito, mas assim foi) assumindo uma portuguesidade profunda para compor o 'tom e o como' necessários à uma identificação total, gerando com tudo isto a sintonia desejável, e trazendo a matéria mais em falta neste Partido e neste Governo, para que uma sintonia mais geral soe credível ao eleitorado, para que esta outra sintonia (do partido e do governo) como sinfonia, possa alcançar e seduzir esse eleitorado que é sempre mais sensível a esta matéria, a esta condição, tão em falta nesta governação: a da dimensão humana, na qual o Professor Marcelo é mestre.
Sabedor de que o confronto ao qual também não se podia ter furtado, e, como deixei aqui comentado no artigo intitulado: O Presidente Marcelo II - não se catuca onça com vara curta, era-lhe inevitável, fê-lo destemidamente, sobretudo consciente do poder com que se defrontava (o de Presidente de seu Partido e Primeiro Ministro) não temendo o confronto, entretanto, por outro lado, consciente de que a conciliação era o melhor caminho, e que necessita de seu Partido para ser candidato, coisa que deixou patente ao dizer que não era candidato, que o só poderia ser, nessas condições (sem o apoio do partido) por masoquismo ou por uma razão impensada, quando da análise feita no seu comentário dominical na sucessão dos fatos que o haviam excluído, deixando-o sem as condições misteres; ficando claro que teria de reconquistá-las.
A oportunidade em reconciliar-se ofereceu-se no momento emocional de um Congresso do Partido, em que se comemoram seus quarenta anos e recordam esta sua história, e, ninguém melhor que o Professor, história viva, fundador e ainda ativo, para a reviver, mais que a recordar como os demais, pelas condições exepcionais que reúne na sua pessoa. E assim o fez.
Para uma plateia prisioneira de seu charme e carisma, num momento de que o que mais precisava o Partido e seu Presidente era unidade, esmagados pela política irracional que implementam, que, como tudo, tem muito de impraticável como de necessário, repito no momento em que Passos Coelho e PSD precisavam de uma imagem de unidade, sonegada pelos grandes Senadores do Partido por não aceitarem a atual política do governo, da qual quase todo mundo, inclusive o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, discorda, e também quando o secretário geral do PS aproveitando desta fragilidade atacava firmemente o Primeiro Ministro para livrar-se de qualquer acordo com a maioria; porém, repito uma vez mais, neste momento em que necessitavam, como do pão para a boca, desta imagem de coesão, o Professor foi lá oferecê-la, e para mais ofereceu o pescoço de Antônio José Seguro numa bandeja, para com isto reconquistar o Partido, seu Presidente incluído, e desta forma relançar-se de forma inquestionável como candidato a Presidente da República Portuguesa, com o apoio do PSD, apoio que após este discurso ninguém terá a coragem de negá-lo. Brilhante, simplesmente brilhante!
Entretanto este era o conteúdo. Incontornável é verdade, mas não podia falhar na forma para não dar ideia errada, para não turbar ou comprometer sua intenção, sobretudo sem revelá-la e ao mesmo tempo sem mascará-la. Era, certamente, uma situação que requeria exatidão milimétrica, exigia precisão vernacular, impunha verve com o tempero de desarmar desde logo qualquer ânimo adverso, sobretudo o do Presidente do Partido, sem mostrar-se subserviente. Difícil tarefa, sobretudo sem desdizer nada do que já havia dito contra as políticas do governo, recolocar-se no horizonte das candidaturas, sem fazer-se candidato, posto que é demasiado prematuro, porém sem deixar lugar a outra candidatura, com ou sem Passos Coelho como Presidente do partido na oportunidade em que as eleições presidenciais vierem-se a verificar.
E assim fez. Com a medida exata, com a graça necessária, com os contornos adequados, com a capacidade de improviso, regendo a sua própria locução bem como a platéia, dizendo-lhes quando ou não aplaudí-lo (quase insólito, mas assim foi) assumindo uma portuguesidade profunda para compor o 'tom e o como' necessários à uma identificação total, gerando com tudo isto a sintonia desejável, e trazendo a matéria mais em falta neste Partido e neste Governo, para que uma sintonia mais geral soe credível ao eleitorado, para que esta outra sintonia (do partido e do governo) como sinfonia, possa alcançar e seduzir esse eleitorado que é sempre mais sensível a esta matéria, a esta condição, tão em falta nesta governação: a da dimensão humana, na qual o Professor Marcelo é mestre.
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