segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Manifestação contra o casamento homossexual em França.

É primeiramente um retrocesso! A extrema direita animada com sua posição nas pesquisas de opinião põe as unhinhas de fora e mostra sua cara. Até com o intuito de serrar fileiras e de manter aceso o fogo da atual contradição eleitoral, um vento que percorre toda Europa insuflado pela crise, mais um engano do eleitorado, que cansado da instrumentalização dos partidos em toda parte que, para manter seus aparelhos, promove o empreguismo e a profissionalização política que consomem os recursos dos países e mantém uma má versão da democracia. Cansado de tudo isto o eleitorado busca soluções extremas para depois se arrepender, representa é uma legislatura perdida e é um monte de recursos que tomam outro rumo, com um sentido didático aos partidos que se instrumentalizaram e perderam o verdadeiro rumo da manifestação democrática, se transformando neste antro de ambições que soem ser. E com este tema de atraso institucional voltando à baila em França, agregam uma parcela da população retrógrada e sem participação política que, então, se compraz neste  rito de pseudo-participação política, legitimando de alguma maneira os partidos que as convocam, já que todos têm o Direito, em democracia, de pensar como quiserem e, consequentemente se manifestarem no sentido deste pensamento. Assim criam-se balões de ensaio da força dos partidos que as promovem, preparando campo às eleições futuras. É assim com todos os partidos, que se aprazem em controlar sindicatos e possuir substância da, e na ,atividade social, interferem no tecido social com esta ou aquela finalidade.

Porém é claro nesta situação de movimentação social sindical há, quase sempre, uma causa social bem concreta, impulsionadora e motivadora da movimentação. No caso da manifestação contra o casamento homossexual em França é um balão de ensaio centrado num problema que já estava resolvido, como se quisessem dizer ao eleitorado :  - « Resolveram muitas coisas contra as vossas opiniões, agora que nós estamos aqui e iremos representá-los, as coisas irão ser diferentes. » É uma estratégia política, há que respeitá-la, mas é apenas uma manobra, e é vazia em si mesma. 

Vejamos: Ao chamarem estes rebeldes sem causa, à causa, que por causa de seus preconceitos, parece-lhes uma coisa oportuna e efetiva esta manifestação para acabar com esta" indecência", ou qualquer coisa parecida, em que acreditam, satisfazem sua estratégia política, até conhecendo o ânimo de seu eleitorado e seus preconceitos, tudo bem,  MAS  É A SUPREMA TOLICE !

Tolice porque o casamento é em última análise um contrato. As coisas que duas pessoas queiram contratar, seja o absurdo que for, se for feito de livre vontade por ambas as partes NÃO NOS DIZ RESPEITO! Nós não temos nada, absolutamente nada a ver com o que duas pessoas maiores fazem, ou deixam de fazer entre elas, desde que o que fazem não seja contra a lei, é só problema delas!   A idéia de casamento contra a qual se insurgem é o religioso, este é matéria religiosa, cada  religião dirá se aceita ou não a união entre pessoas do mesmo sexo no seu devido tempo. E isto é um problema de cada religião e também não nos diz respeito, dirá a quem fizer parte desta ou daquela religião que não se posicione conforme a convicção que tenha aquele membro dela, mas isto se resolve nos templos e igrejas e sem participação de partidos políticos. Esta tolice de querer regular o que as pessoas vão contratar entre si é que é mesmo grande. Porque a realidade que se irá contratar, esta ninguém pode mudar, ninguém pode impedir. E, como, preconceituosamente, não aceitam a realidade que não podem impedir, querem impedir o Direito que os que a vivem têm de formalizá-la socialmente a contratando, posto que nada mais é o casamento. Triste preconceito!  Lamentável oportunismo eleitoral!

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