terça-feira, 7 de abril de 2015

A Grécia não vai entrar em incumprimento.






Agora que temos a loucura instalada. Agora que temos a insânia solta nas ruas. Agora em que tudo se tornou possível, porque um grupo de inadequados está no poder em diversos países, e não entenderam que a solidariedade entre nações que se formaram em união está acima de todos os outros valores que possam prevalecer dentro desta união, ou que estas nações têm o Direito de fazer diferente, e que podem e devem ser autônomas, manter sua independência e atender ao clamor de suas populações como primeiro objetivo, tudo pode acontecer.

Entre as coisas que podem acontecer estão:
                                                                     1. O fim do Euro.
                                                                     2. O  esfacelamento da União Europeia.
                                                                    3. A perda por parte da Europa  de sua dimensão política, e a consequente menorização de todo o continente, que desmilitarizado como está será presa fácil ou poderá ser o  epicentro de um conflito mundial,  mudando definitivamente a civilização como a conhecemos.
                                                               4. Ou mais restritamente só o desaparecimento da Grécia como nação.

Em qualquer uma das hipóteses, que no caso das três primeiras podem vir em sucessão, nenhuma será a melhor ideia para resolver uma situação que só depende de papel impresso, sim papel impresso pelo Banco central europeu, papel a que chamam euros, que, diferentemente do que se possa pensar, não tem nenhum valor real. O seu valor é fruto da riqueza produzida na zona a que está afeto, riqueza que é o único fator que o credibiliza, e o faz ter interesse a nível planetário, que foi no que se transformaram as economias de dinheiro sem lastro, onde tudo é uma questão de relativização dos valores afeitos ao país ou a zona onde a moeda circula prioritariamente, e, por isto, a solidariedade que devera ser um valor fruto da dignidade e do relacionamento positivo entre as nações, tornou-se um imperativo neste caso pela necessidade de coesão entre nações compostas num grupo, numa união, sobretudo monetária, para que aquele valor atribuído continue credível no âmbito das outras zonas por onde se propaga. Quando esta noção falha, falha a união, e tudo, mas mesmo tudo pode acontecer, por isto afirmando estas possibilidades comecei este artigo.


Vejo as coisas muito mal paradas se a Grécia tiver de emitir dracmas para resolver um seu problema, que é, além de seu, da zona econômica onde existe. Como a usura mencionada por Ezra Pound, este acontecimento será um câncer no azul, a corroer este azul, esta união de nações, onde se instalou. E, de acordo com a Lei de Gresham, sabemos que a moeda má expulsa a moeda boa, logo se houver uma Grécia com Euro e Dracma, em breve será uma Grécia só com dracmas, e em breve, tudo o que a Grécia quer evitar poderá vir a ocorrer, porque os euros que conseguir amealhar deverão ser insuficientes para saldar os compromissos de sua imensa dívida.


Porém o que pode morrer, o que a sobrevivência estará em causa com a rejeição de um apoio efetivo a Grécia em momento tão desesperado, quando há todo um povo que decidiu ir por um rumo, mesmo sabendo que talvez tenha de pagar um alto preço por isso, o que está em causa aqui e agora, é o futuro de todos nós, o nosso modelo de vida, o modelo de vida da civilização ocidental, que tem sido o padrão e o molde pelo qual todas as outras civilizações se querem formatar, alcançado maior ou menor similitude com o modelo, mas por muitos séculos tem sido assim. Perder este patrimônio é mudar tudo! Pode até ser que vá haver um modelo chinês, ou um modelo muçulmano, que, como tantas outras civilizações ao longo da história, a nossa esteja chegando a um fim, quem sabe? Entretanto sabe-se que nunca na história houve uma civilização capaz de atingir tantas realizações e materializar melhor modelo de sociedade do que esta , e que,  apesar de todas as dificuldades, por fim o poder foi parar à mão geral, foi para a mão do povo, e com isto estabeleceu-se uma sociedade mais justa, com este modelo a que chamamos democrático, que ao fim e ao cabo começou na Grécia. 




P.S. 6 de Maio -Conforme diz o artigo, hoje a Grécia deu mais um passo, pagou a parcela referente a sua dívida vencida neste  seis de Maio. NB: Sem receber nenhuma ajuda que a negociação não ficou resolvida, continua a novela.






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