sábado, 9 de fevereiro de 2019

O Asqueroso Carlos Costa.





                                                                                                   Da série: Os donos disso tudo.

Como há muitos homônimos chamados Carlos Costa, para que não hajam confusões, refiro-me ao que é atualmente o governador do Banco de Portugal, em segundo mandato, último ato espúrio de um governo que sabia que não prosseguiria, mas que não evitou de re-encaminhar essa abjeção.


Transitando entre o poder, como serpente escorregadia, nunca se envolvendo diretamente com nada, tendo sempre uma atitude premeditada para não se comprometer com nenhuma ação que o posse responsabilizar, nunca fazendo frente aos poderosos, servil e maleável, tanto deu para servir a Sócrates como a Passos, obviamente sem ideologia, um pau de sebo a fazer-se de pau para toda obra, uma eminência parda do regime, que, como seu antecessor, Vitor Constâncio, deverá acabar no BCE, nada mais consentâneo com seu currículo. O que nos levará a todos concluir que ser enguia compensa.

Passando entre os pingos da chuva, essa fuinha ardilosa, foi de 'ring fence' em 'ring fence' criando a estrada de seu caminho para e no poder. Não tomar decisões, não atuar preventivamente, não ter atitudes firmes e defensoras do caos que se foi instalando, não se comprometer, foi o paradigma da ação desse senhor governador, que, por obra destas artes, manteve-se ileso e intocado apesar de toda a sua responsabilidade (por irresponsabilidade que seja) direta na destruição do sistema bancário português, até que desse não restasse nada, até que não ficasse pedra sobre pedra (A CGD foi praticamente refeita.). Chamam-lhe ladrão, o que o ofende, conforme confessou na comissão parlamentar de inquérito, mas chamá-lo ladrão é ofender aos ladrões, que, desde tempos imemoriais, desenvolvem essa atividade criminal com algum risco em sua ação. A atuação do sr. Carlos da Silva Costa foi sempre sem riscos, defensiva e apostólica, consoante os estritos desígnios de seu poder, dentro dos restritos trâmites de seu cargo, sem nada pretender para além disso, sem sentimentos, sem ideologia, sem calor, sem empenho, sem fulgor, sem alma. Nenhuma ação sua será condenável. Nenhum gesto seu punível. Nenhuma atitude incriminatória. Porém recrimináveis, todas elas, por falta de impulso saneador, assim como uma decisão que não decide, um fogo que não aquece, um abraço que não acarinha. Um grande vazio, só visando manter-se no cargo, e, como se possa imaginar, sem motivação substantiva (sem vontade de resolver seja o que for, sem intenções profundas, sem envolvimento, sem pugnar por valores) por isso asqueroso, porque aquele que vive sem sentimentos e sem ideologia, a mim, mete-me nojo.





 

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