quarta-feira, 27 de março de 2013

Há oposição finalmente.

                                                  FINALMENTE HÁ OPOSIÇÃO


       Eu estive esperando estes dias, desde quando saiu a'7ª'  avaliação da troika, quando pensei escrever um artigo que se intitularia: O princípio do fim, no  qual discutiria  a terrível falta de manobra em que se pôs este governo por conta das  medidas que tem de tomar em face do déficit,  e que deveriam terem sido implementadas no início da legislatura e não agora, quando o governo com um forte desgaste para se manter terá de fazer uma remodelação. E nesse governo a única remodelação que realmente é digna deste nome é a do Sr. ministro que fala tão lento como se todos fossemos atrasados mentais.
       Para além disto o número enorme dos cortes que são necessários fazer é bem maior( mais do dobro) dos anunciados quatro mil  milhões, que bem vistos com a enorme retração  do Estado que não se pode manter como era, porque o PIB diminuiu drasticamente e as despesas  do custo de seu financiamento(juros) aumentaram exponencialmente, que é o que está declaradamente acordado com a troika e é o que ela exige para continuar com o plano de resgate,não atende as realidades de ajustamento, além disto há as determinações de Bruxelas e as contingências de uma recessão que continua, e a bomba relógio (PPP etc...) que está armada para 2015. É melhor nem pensar!
      Porém não escrevi nada,  porque a resistência do primeiro ministro somadas a incapacidade das oposições de apresentarem alternativas credíveis  a este modelo de governação, não evidenciavam que, apesar de estarem criadas todas as condições para que o fim deste governo, que virá, mais tarde ou mais cedo, ocorra na segunda hipótese, mais que na primeira; posto que apesar do nível de expectativa do povo português ter baixado drasticamente, não há 'oposição' que o atenda.  Portanto: Não há fim à vista. Então...
      Por outro lado a sobre-vida que alcançará com a remodelação, exigida interna e externamente, que ao   atendê-la inevitavelmente obterá, prolongando-se em funções, afastava a constatação de que, apesar do princípio do fim estar implantado, o fim pudesse vir logo, portanto era melhor nada dizer.
       Contudo logo  à seguir surgiu a notícia da volta do ex-primeiro ministro ao cenário político na qualidade de comentarista da RTP, o que para mim, conhecendo a força do animal político, sua capacidade em criar fatos novos e boas expectativas, era regra esperar para ver o que iria se passar.
       Agora posso afirmar peremptoriamente que, não importando o quanto de verdade e de mentiras possa haver em suas declarações,a sua presença na cena política, seja em que condição for, cria um elemento catalisador da mesma,e que com esta situação: ' habemus' oposição. A força da sua presença, a incisividade das suas afirmações, a clareza de seu raciocínio, o talento em criar caminhos (certos ou errados, não importa) a sua visão política muito mais hábil do que a de qualquer dos  agentes  que estão operando na cena política atualmente, permite afirmar que corremos o risco de que por força das circunstâncias, o Sr. José Sócrates volte a ser primeiro ministro. 
       Não importa o alto índice de rejeição que tem na sociedade portuguesa hoje, a situação de desesperança e desespero em que esta se encontra, precisa mais que tudo de uma voz capaz de dar rumo e emocionar, gerando expectativas de melhoria (esperanças para o futuro) e isto, inegavelmente, o Sr. Engº Sócrates sabe fazer. Temos uma grande mudança no cenário político do país.
        Logo de início, nesta entrevista de ontem, que antecede aos seus comentários semanais, aplastrou a figura do presidente da República, revelou a incapacidade do governo em continuar com o seu plano e, elogiando a nova liderança do PS, tornou-a inexistente. Porque ele revela na sua pessoa tudo o que falta aos demais líderes da oposição: presença. Sendo assim, o que podemos afirmar é que finalmente há posição !

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