terça-feira, 2 de julho de 2013

Conclusão do fim do governo português.

Eu vejo, mas vou demorar uns dias a acreditar em tudo que vejo.

D. Pedro, o quarto deste nome que reinou em Portugal, que é o mesmo Primeiro Imperador do Brasil,fundador da nação brasileira, começou a sua ação de Estado contrariando as Côrtes de Lisboa, que queriam seu retorno a Portugal,afirmando que ficava no Brasil. Este dia passou a ser conhecido como o dia do Fico, era o 9 de Janeiro de 1822. Este dois de Julho de 2013 foi o dia do fico de Pedro Passos Coelho, o ainda primeiro ministro português, que contra a própria realidade manteve-se no cargo. Entre os dois 'ficos' vai a única realidade que faz toda a diferença(ou a unica diferença que faz toda a realidade, como queiram...): a vontade popular! O Fico de D. Pedro era a vontade do povo brasileiro naquelas circnustâncias. O fico de Passos Coelho é uma negação da vontade popular nestas.

É verdade que a sua saída neste momento é a pior coisa para Portugal(Pois deixaria o país sem govermo numa hora má.),no momento em que começa a oitava avaliação da troika, em que se irá preparar o orçamento de Estado,e em que há uma série de gravosas medidas a implementar(O que fará parar o processo de resgate em que o país se encontra.). Entretanto no outro prato da balança está a morte lenta do país através das medidas econômicas de austeridade implantadas. Quem, ademais, escolheu o 'timing' foram os próprios gestores da crise, que não deveriam ter saído neste momento (mas à muito tempo) ou tinham de escolher momento mais oportuno, e agora, jogaram o governo todo nesta situação de impossibilidade. Sim porque o que se passa é impossível, e vai levar Portugal a um novo resgate econômico, que significa mais dinheiro emprestado, mais dívidas para pagar, ou seja hipotecar o futuro ainda mais.( Sempre que há déficite, este é coberto com empréstimos que hipotecam o futuro, e roubam a riqueza do país, transferindo-as para os países que emprestaram o dinheiro - penso que deviam ser presos os governantes que permitem haver déficite.Leiam no blog o texto: Mais ou menos festa.) Como é triste a um país não ter líderes com os quais possa contar.

A razão deste fico, em oposição às razões da saída: Demissão do ministro que há dois anos vinha implementando as medidas de austeridade que, isoladamente, revelaram-se no imenso falhanço que todos reconhecem, agora até mesmo este ministro a quem escrevi uma carta aberta( vejam no blog o texto: Carta aberta ao dr. Vitor Gaspar.) onde disse bem da triste condição do Dr. Vitor Gaspar, e a subsequente demissão do ministro Paulo Portas, que com seu pequeno partido formavam a maioria que sustentava o governo,não sei se numa homenagem a Kafka, por hoje comemorar-se seu centésimo trigésimo aniversário de nascimento, ou por algum'outra razão surrealista,a razão deste fico é, segundo o primeiro ministro,dar continuidade ao governo com a coligação( Inacreditável!) revelando pouco conhecimento do caráter de seu parceiro de coligação, o dr. Paulo Portas. E entre este Paulo e este Portas está um sobrenome ilustre da história de Portugal: Sacadura Cabral, sim, o nome de família do aviador que em 1922 foi ao Brasil na primeira travessia do Atlântico Sul, de quem é bisneto, filho de uma mulher admirável, Helena de seu nome, irmão de meu saudoso Miguel, de quem tive muitas vezes o prazer de disfrutar sua adorável companhia,um tímido de grandes princípios e sonhos. Pois o dr. Paulo é um animal político, mais que tudo, brilhante pelo sangue que carrega, mas só. Seu objetivo primordial é a sobrevivência política. E,bem sabe que deste governo ainda em funções poucos sobreviverão e, assim mesmo, só depois de uma longa regeneração: Ele já começou a sua, abandonando o barco. Pois bem, se o Dr. Passos Coelho ainda pensa que tem condições de governar e manter a coligação sem Paulo Portas, desconhece tudo de tudo. E, mais ainda, não quer entender que o problema está na política e discrédito de seu governo,o que, aliás, neste caso, ambas as coisas, são uma só.

O primeiro ministro impreparado para o cargo que ainda exerce, fez Portugal perder dois anos preciosos. Sem muita noção do trato com os homens, desconhecendo tudo que passava e se passa à sua volta, consentiu que a realidade política atingisse, num crescendo, a situação de ingovernabilidade e desastre social, político, econômico e financeiro em que se encontra. Isto nos leva à outra opção que se apresenta: Um outro menino das jotas( Jotas são as juventudes partidárias em Portugal.)do partido que alterna o poder com o atual. Não sei se será pior a emenda que o soneto. Quem viver verá.




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