quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Hiroxima: duas gerações de silêncio.







Setenta anos são certamente duas gerações com margem temporal, e sem margem para dúvidas, graças a violência da ação atômica permitiu haver esse hiato, mas a história humana é feita de estupidez contínua e brutalidade seletiva e ocasional, e mais ocasional ainda eventual sanidade, o que não impedirá de festejarmos que já sejam sete décadas de silêncio, com aumento exponencial da possibilidade da arma, com um ligeiro decréscimo por acordos, e mais algum por inoperabilidade, e a não expansão pela falta de recursos, graças às santas crises econômicas, e por fim por alguma tomada de consciência esporádica por toda parte de que a bomba foi feita para não ser usada, logo...

Olha é uma boa data para lembrar que com o que já se gastou só nesse item militar, o problema da fome e da saúde em todo mundo já teria deixado de existir, é também bom momento para dizer que tudo que é feito para não ser utilizado,  deve ser eliminado, vale dizer, deve deixar de existir por inútil.

A bomba atômica é o símbolo máximo da insânia humana, temos instalada a capacidade de acabarmos com o planeta não sei quantas vezes, e só temos um planeta para destruir, e, o que é mais grave com todos nós juntos porque não temos para onde ir, pois essa é a nossa única casa. 

Entretanto o que se evidência, é que apesar de haver uma média de trinta guerras sempre em curso pelo mundo fora, não aconteceu nem um conflito que se generalizasse, nem o uso reincidente da bomba, excetuada a repetição que na semana próxima também completa setenta anos, nunca mais essa foi usada, felizmente. Temos pois duas gerações de silêncio, duas gerações sem o cogumelo brilhante, apesar de certos nomes como Nova Zembla, Moruroa, Ilhas Marshal, Fangataufa, Maralinga, Lop Nur, ainda ecoarem em nossos ouvidos, já não ecoam com o estrondo atômico, é de ressaltar portanto que a epidemia da imbecilidade, afinal, foi ficando para trás, a nota dissonante nesse milênio é a Coreia do Norte, mas esse local do mundo que não é uma nação, prepara-se para deixar de ser um país, e é há muito é governado por degenerados, mas está no planeta lamentavelmente, não é o maior doa problemas, entretanto o que mais se deve lamentar é o comportamento dos que deveriam ter em mente a impossibilidade da situação que criaram, e, consequentemente, partirem para outros domínios do uso de seu poder, o fato é que enquanto não houver um avanço tecnológico na arte de matar, e matar muita gente de uma só vez, vamos continuar nesse silêncio, que, afinal, sabemos, é muito ruidoso.


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