sábado, 21 de novembro de 2015

FUNDAÇÃO RICARDO ESPÍRITO SANTO SILVA.



Sei que ainda é politicamente incorreto, para não dizer 'haram' utilizando esse termo islamita que mais propriamente quer dizer interdito que pecado, coisas do tempo, abordar o assunto, quanto mais para defender, qualquer coisa que leve o nome dos Espírito Santo Silva, entretanto há obra meritória, de grande valor para Lisboa, e para o país, que deve e tem de ser defendida, e a isso se destina esse artigo.

Um fantástico museu, num fantástico palácio, na mais bela das localizações ulissiponenses às Portas do Sol, fazendo parte da Fundação, já que foi criado ao mesmo tempo que o museu, o Instituto de Artes Ofícios, que é o que de mais relevante foi então criado pelo Dr. Ricardo Ribeiro do Espirito Santo Silva, e que o Decreto-Lei 39190 de 27/4/1953 dá corpo.

Agora temos que mais que o importante museu lisboeta, é a ação de formação da Fundação que está em perigo, mas também é o museu, infelizmente, porque com a falta de recursos tudo é atingido, porém todo aquele trabalho de preservação de saberes, que é mais importante que a preservação das coisas, está sob ameaça, e algo de vigoroso deve ser feito para que os recursos possam fluir para, como sempre foi ao longo das seis décadas de sua existência, manter o alto padrão de qualidade de ensino que a entidade alcançou, tendo se transformado no coração das artes e ofícios em Portugal, vindo seus recursos em grande parte do Banco da família que a fundou. Como infelizmente sabemos esse vínculo se quebrou para sempre. 

Agora que há um banco mau e um banco bom, uma boa questão é : A qual banco pertencerá a Fundação? Bem entendido o termo «pertencerá» no sentido de qual banco irá ficar como 'sponsor' da Fundação. Se for o mau, mal, muito mal, não haverá recursos, se for o bom também, pois que uma vez vendido, sem o vínculo do nome, sem a família que por respeito às suas tradições e às tradições do fundador alimentavam a Fundação, agora quem irá se preocupar com a Fundação? De um Estado falido não se deve esperar muito, durante muito tempo, até que ultrapasse sua falência, e o trabalho da Fundação é diário, e todos os dias necessita de recursos para comprar o material gasto nas aulas, para pagar o salário dos professores, para a luz, a água, o gás, etc.. etc...

Se formos ao documento de constituição da Fundação veremos que a intenção de seu doador, que não tem nada a ver com estas patranhas que agora se passaram, um homem que se sentiria humilhado com as atitudes de alguns destes seus decendentes, verificaremos que os estatutos, em seu artigo 8º cuida das receitas da Fundação, crédulo que haveria mais mecenas como o Dr. Ricardo, sabemos bem que esses homens escasseiam cada vez mais, e que é necessária alguma atitude que supra essa carência. Havemos de começar uma campanha a nível internacional para que o repositório de saber que é o Instituto, possa ter os meios necessários para se manter, servindo a todos que necessitem de seus prestigiosos serviços, e que são muitos esses que necessitam de apoio especializado pelo mundo fora, aos quais faltam a informação da existência do Instituto e de como recorrer a eles. Aguardando apoio e sugestões aqui, como através do e-mail hdocoutto@gmail.com, voltaremos mais vezes ao assunto.

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