ESCOLHA – de quem escolhe.
para Jorge de Sena.
Prefiro esventrar o céu
Que a palma
Retirar lentamente o véu
Prenhe de calma
Rasgar o solidéu
Sem trauma
Para revelar
Ou desvendar a alma,
Que fervilha e não acalma
No furor de existir…
Se o negasse
Se o não preferisse
Não seria eu,
Seria tu, eu.
Se preferisse
Sem minha particular tolice
Seria outro disse me disse
Daquilo de não mais queria
Daquilo que mais não disse,
Se preferisse
Ao não preferir, fico sem escolha.
Pouco na recolha
deste ingerir
de pobre, de trolha,
que qualquer barulho faz com que se encolha….
E O faz fugir.
Sonha pouco
e pouco cabouco.
Para pouca construção.
Contrição é que é o seu dia-
a-dia que por tudo fugiu,
não se importa vá,
não mais queria,
deixa pra lá!
Que porcaria….
Esta vida sem solução.
E vive o dia – diacho –
Sem tacho, sem cacho ou cambalacho
Com pura confusão –
Pouca difusão.
Que ideias não há.
Que escolhas não há.
Há a palma, serena e calma
enrolada e guardada
no poço dos mil véus,
sem luz e sem céus,
mesmo que noturnos –
taciturnos, lúgubres e fundos
poços da imaginação.
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