quinta-feira, 7 de março de 2013

Mente vazia oficina do diabo.

 ' MENTE VAZIA, OFICINA DO DIABO.'
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       Imaginem só: Três  milhões de pessoas sem ter o que fazer. O número de desempregados, somados aos que nunca tiveram emprego(desemprego jovem/aqueles que nunca entraram no mercado de trabalho) que, por esta razão, não podem receber subsidio, rondam aí os hum milhão e trezentos mil neste nosso Portugal. Com os reformados, mais os que nunca  tiveram condição de trabalhar, mais coisa, menos coisa, são três milhões. Um terço da população do país! Como temos um outro terço de doentes, muito velhos ou crianças, temos só o outro terço ativo. Conclusão: de cada três pessoas, uma não conta por ser criança, doente ou bem velhinho, um está trabalhando e uma não tem o que fazer.
    Pois sendo assim este terceiro terço, inativo, angustiado, desesperançado, revoltado, sem rumo, desocupado ou mesmo em estado de desespero por várias razões, cabendo cada uma destas condições a situação de uma parte do total que compõe este terço, anda por aí sem ter nada o que fazer. Quem está atento para o movimento da cidade, não pluralizo pois ocorre em cada uma e em todas as cidades, quem está atento se dá conta que o número de pessoas pelas ruas e praças e 'shoppings' e estações e praias etc... aumentou, e quando acabar o frio vai ser maior, e vão estar ainda mais visíveis.
       O que nos leva a que temos para cada pessoa que trabalha, outra que está disponível( os dois terços) já que o outro  terço que completa o todo aqui não conta, por que está alheio  pelas razões que já comentamos, ficamos então com que à cada um de nós, que está cuidando da vida, corresponde um desocupado.
       Com o correr do tempo as economias deste terceiro terço, a sua paciência, a boa vontade dos que o ajudam, a relativa contenção em que se encontram, vai acabando, gerando cada vez mais angústia, desespero e más ideias. Sim más ideias, posto que como afirma a expressão que escolhi para título, as mentes vazias(quanto mais as angustiadas) têm o triste vezo de se inclinarem para maus feitos.
       Ou seja: quanto mais tempo dura esta situação de exclusão social em que se encontra metade das pessoas que eram ativas neste país, mais propensa a uma atuação má está um cada vez maior número de pessoas que, na sua revolta, se sentem miseráveis, amaldiçoadas, renegadas, excluídas, já que esta última condição, lhes é inerente, posto que todo aquele que acorda sem ter o que fazer, passa o dia, a semana, o mês sem ter o seu dinheirinho para levar a vida, passa o tempo e não vê uma solução para sair desta condição em que se encontra, está disponível para fazer uma besteira. A maioria não faz, por ter estas coisas a que chamamos berço, boa educação, bases existenciais,formação de caráter, mas muitos podem se perder, apesar de tê-las, posto que sua situação é tão revoltante, degradante, indignante, que este indivíduo pode atuar para além do racional.- Acuados somos todos feras.
          Estas pessoas hoje vagueiam por aí, falam umas com as outras, procuram, sem achar, emprego, trabalho, ocupação produtiva de qualquer ordem, encontram outras, e muitas, pessoas nas mesmas condições, encontram também os clientes do costume, aqueles que nunca trabalharam e não têm o que fazer por que nunca o tiveram por opção pessoal, e se vão formando grupos, já muitos andam até altas horas da noite conversando, este é um fermento de uma grave situação.
       Se esta situação que o plano de recuperação econômica criou,  não abrir espaço muito rapidamente, mas grande espaço, para dar esperanças às pessoas de que vão ter alguma chance de recuperar suas vidas roubadas por uma situação na qual elas não tiveram nenhuma culpa ou influência, se perdurar esta situação em que metade das mentes do total daqueles que deviam estar fazendo a riqueza do país, estão por aí vazias de compromissos, vazias de direção, vazias de objetivos, vazias de esperança, teremos muitas oficinas disponíveis para as mais imprevistas situações. A ser assim, só Deus nos poderá valer !   
       

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