terça-feira, 5 de março de 2013

Os gregos e os portugueses.


Imagem: canstockphoto

Os Gregos e os Portugueses   

       Costumo sempre dizer que ninguém conhece o Brasil sem vir a Portugal. Como brasileiro sei das características  e  idiossincrasias  que estão patentes nestes dois povos e sua grande opção pelo ' laissez faire' e  pelo 'laissez passer', que deu aos portugueses o rótulo de ' povo de brandos costumes', pois estas características levaram os dois povos a perderem muitas oportunidades históricas de mudarem suas vidas, deixando a sua vez para outros que se adiantaram.
       Agora em que todo o mundo está sendo confrontado com o vento forte da mudança deste princípio de milênio, que sopra inclemente afastando perspectivas e recriando estatutos, será muito oportuno que se reescrevam estas formas de estar, aceitar e julgar as coisas que têm levado Portugal ao atraso e  à  situação pouco lisonjeira de ser considerado muito pouco confiável,  pela corrupção instalada, pelo  incumprimento das leis, e por uma fraca atuação da justiça em por cobro a toda esta situação gerada pela presença destes dois fatores ante-mencionados.
       Os portugueses que pelas piores razões nos últimos tempos, têm tido o seu perfil colado e comparado com o dos gregos, terão  agora uma oportunidade áurea  para, assim como os gregos o fizeram, numa  ação eficaz da justiça, punir exemplarmente os culpados pelo caso dos submarinos alemães que,  assim como a Grécia, os adquiriu num processo inquinado pela ação coruptora dos vendedores alemães, como ficou provado no país vendedor, e que agora, no primeiro país comprador, fica provado o enriquecimento ilícito do ministro da guerra que os adquiriu, levando à sua condenação e a uma multa de 520 mil euros.
       Aliás a Grécia vai fazendo escola, pois há pouco teve outra condenação,esta à prisão perpétua, do presidente da câmara de Tessalônica por um desfalque de vinte milhões.
       Se em Portugal, seguindo o exemplo grego,se fizer o mesmo com muitos políticos que estão incriminados, pois que na sua vida pós-governação se dedicaram a ações que estão imputadas como criminosas, como por exemplo os Srs. Oliveira e Costa , Arlindo de Carvalho e Armando Vara, para só citar três ilustres senhores, entre muitos que estão incriminados, e entre muitos mais que deveriam estar. E se estas acusações vierem a  se consubstanciar em condenações, seguindo o exemplo grego de cujo perfil  quis, em outro área, se descolar Portugal,  poderemos, então, querer acreditar que velhos hábitos,velhas fórmulas e velhas características que temos como povo, podem e querem ser mudadas.
       Ficará, claro, faltando, para seguir o exemplo grego pelas melhores razões, condenar políticos por ações advindas do mau exercício do poder. Se na Grécia foi possível, porque não há de ser em Portugal?

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