domingo, 21 de julho de 2013

De boas intenções o inferno anda cheio III - A arquitetura da crise.

Este remédio ainda vai te matar, mas toma lá outra dose!

Quem não sabe que tudo isto é uma nefanda pantomima, não sabe o que se passa no mundo. É tudo uma questão de tempo até quando os EUA começarem a afundar, porque a solução que deram de injetar mais dinheiro na economia não vai resultar, vai só adiar o inevitável, retardando o grande estrondo. Detroit já explodiu. Tudo isto que vivemos tem um nome: deslocalização da industria somada com desregulação dos capitais financeiros . Não tem remédio !Pelo lado da  deslocalização, esta só volta quando os emergentes (China, Índia etc...) elevarem seus níveis de consumo dos atuais 35% de seus PIBs para mais de 70% como nos EUA, o que, pela lógica oriental, poderá nunca vir a se dar. Então: Adeus Ocidente! Pelo lado da desregulamentação, foi o caso de enfiarem a raposa dentro do galinheiro.  Botaram o lobo para apascentar as ovelinhas e ele mentiu, enganou, defraudou, falseou, fingiu, iludiu, deu informações erradas, fez tudo que está no manual dos mal caráteres e devorou as ovelinhas, com o seu consentimento ainda por cima. Agradeçam ao Reaganomic e a era Tatcher. É  isso que dá porem um ator medíocre e uma dama de ferro a governar o  mundo. As finanças(o lobo) viu a sua oportunidade e as ovelinhas(a economia e o trabalho) foram devoradas. O mercado de capitais não pode existir sem extritas e severas regras!

Creio até que ninguém se lembra mais disso. Ainda sabem o que foi o Reaganomic?  Pois é, tudo tem uma razão de ser. Agora por aqui, no Portugalzinho, entre cagarras e outras farras, temos nos braços uma coisa interessante: A convergência das taxas  nas diversas maturações. E o que é isto? É que para os diferentes prazos da dívida as taxas de juro estão se tornando iguais. E o que quer dizer isto? Quer dizer que a dívida portuguesa além de todos os seu problemas, está se tornando desinteressante, dando prejuizo aos investidores, porque muitos já não querem pegar nela. E isto é o princípio do fim.

Enquanto isto, desperdiçando o que de mais pecioso se pode dispender: tempo, o presidente Anibal vai decidir que tudo fica como dantes no quartel de Abrantes. Voltaremos aos princípios do mês, estando no final, o que não voltarão, serão as taxas de juros, quando abrirem-se os mercados amanhã segunda-feira 22.

 Como sabem os que me lêm, tenho acertado em todas as previsões que faço. Dia a dia vou antevendo o que se vai passar. Perguntarão se sou bruxo ou adivinho. É tudo tão evidente que admiro-me que os agentes políticos e financeiros gastem o precioso tempo, bem como a esperança e paciência dos portugueses com estas diatribes. Será que já se esqueceram que ainda'ontem' (pelos  meiados  de 2011) foi que a dívida ultrapassou os cem por cento do PIB, e já vai hoje em mais de 120%? Será que não sabem que qualquer dívida acima dos 50% do PIB é perigosa, dos 60% desastrosa, dos 75% impagável? Estão negociando o que? A data da explosão? O que não tem solução, solucionado está!

Agora o presidente Aníbal vai dar posse ao governo remodelado, teremos então o dr.Portas no seu melhor como já tinha previsto, e tudo isto vai dar uma sobrevida ao governo até o fim do período de intervenção. Depois se vai verificar que os mercados não querem nada com a dívida portuguesa, a não ser à níveis que sua ganância não consegue resistir arriscar. E então? Então novo resgate, até que se torna claro que a dívida é impagável, e que não há solução para Portugal. Resta saber se  isto se dará antes ou depois de saberem e divulgarem que não há solução para esta crise à nível global. Resta saber quando a quebradeira vai ser geral. Resta saber o quanto os alemães vão querer perder para manter unida esta desunida União Européia, e se isto lhes convém. Resta saber se o universo financeiro vai ou não ter uma regulamentação à nível  mundial, abrandando sua voracidade e coibindo sua sanha destrutiva. Resta saber se os enormes prejuizos aos obrigacionistas ficam com estes, ou se serão partilhados. Resta saber se o dinheiro sai do trono altíssimo em que se colocou, quase ao lado de Deus, ou se se mantém lá com mais ou menos regras. Estas são as incertezas que se apresentam para um futuro que certamente vai ser desgraçado, porque o casino deixará de pagar as apostas.



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