Estão escolhidos os negociadores dos três partidos!
Que as suas intenções possam ser as melhores possíveis, já se depreende do próprio título que atribuí a este artigo de opinião. Até aí nada demais. O que é de mais, é que isto já custou mais uma semana e, certamente, irá custar ainda mais outra e talvez mais outras à seguir a esta. Agora que vivemos todos com o medo das reações dos ditos 'mercados'. Se os juros sobem ou não sobem, ao Sr. Presidente isto parece não importar nada.
Exigido o entendimento entre os partidos do arco da governação, descolou-se por fim o Sr. Presidente da República deste governo que vinha mantendo além do possível, assim quer parecer. Deixando enevoada a solução que daria em caso de não entendimento, e tendo colocado na mesa a questão da antecipação das eleições, inteligentemente deixa apreensiva as forças em representação, criando expectativas quanto às conveniências esperadas, acenando e não, para ambos os lados, aos seus legítimos anseios. Inteligência que não tiveram Os Verdes com a sua moção de censura ! Para se poder dizer e acusar a alguém de uma imprevista situação, é mister que esta não fique clarificada. Assim sendo...
Pois agora vão se sentar, consoante a vontade presidencial, os do arco da governação , porém já a escolha dos representantes tudo esclarece, para negociar. Quem pode negociar tão importantes problemas, em tão delicada situação, que não seus atores máximos? Porém houve escolhas, e resultou que o lobo vai discutir com os cordeiros. Pareceria tudo uma comédia se não fosse a real tragédia do povo português, sem tempo, sem dinheiro, sem expectativas e sem mais paciência pra toda esta farsa.
As intensões do presidente Aníbal vão cada vez mais se esboroando naquela mesma névoa que deixou como ameaçadora situação caso não se entendam, e o não se entender, é a situação esclarecedora da enevoada situação de constrangimento. É como uma tenebrosa desgarrada ilógica, o que no Brasil chama-se também desfolhada, que é a canção de contradizer. Opondo-se situações de contestação à situações de contestação. E pela escolha do PS já se viu onde tudo isto irá parar.
Limitando-me em crer que da intensão do presidente Aníbal poderia advir um pacto, mais que necessário, indispensável tanto para o imediato, como para o pós-troika.Para o imediato pelo confessado e evidente falhanço das medidas implementadas ao longo destes dois anos em Portugal, bem como a ingente necessidade de se aplicar medidas diversas das de pura austeridade, sem descontentar ou assustar os financiadores desta gravíssima dívida. Para o pós-troika, já que uma vez retirados do estado de 'banca rota', não termina aí nossa ingência e sua necessidade, pois que continuaremos em delicada situação, onde será necessário algum tipo de assistência para não haver nova bancarrota, pois face ao volume da dívida e dos pagamentos contratados e obrigações astonômicas que surgirão neste período logo à seguir o fim do resgate em que nos encontramos,e, posto que sem esta mesma assistência ou possibilidade de recurso, para rolar ou fazer rolar a dívida que permanece, cresce, se agiganta e recebe novas parcelas,corremos o risco de entrarmos em incumprimento, necessitando um segundo resgate e, sabe-se lá quais, medidas de maior austeridade.
Resulta que consciente disto tudo, o presidente Aníbal faz sua tentativa para prevenir, porém parece que o acolhimento às sua boas intenções é, relembrando a segunda das cartas, já que já me refri à primeira das quais originou toda esta situação,de pura dissimulação. Pôr os interesses do país acima de quaisquer outros, parece de que ninguém se irá lembrar. Sendo assim, tudo se irá ficar pelas boas intenções. E de boas intenções, já sabemos, estar o inferno cheio.
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