terça-feira, 23 de junho de 2015

O jogo de Monopólio da China.







Quem já jogou Monopólio sabe que é com o tempo, deixando evoluir o jogo, que os lucros se acumulam e se podem ir fazendo aquisições sucessivas, de tal modo que se ganha o jogo. 


O que vejo a China fazendo hoje, de uma forma organizada, com uma estratégia bem definida, faz-me lembrar muito fortemente o jogo do Monopólio, tendo escolhido este título que admite duas leituras que se coadunam perfeitamente.

Foi a vinte e sete de Dezembro do já longínquo ano de 2010, na imediata sucessão da crise das dívidas soberanas, que o Comissário Europeu para a Industria alertava para o perigo das aquisições chinesas, notando que a China havia agarrado a oportunidade que surgira com a crise, filha de uma outra crise, que, como quem me lê sabe, tenho a impressão que foi provocada com ajuda americana, melhor dizer estadunidense, que foi provocada pelos americanos dos Estados Unidos, não há nenhuma dúvida, se intencional, como creio, logo se verá. De toda sorte os americanos irão se arrepender pelo resto da vida de o terem feito, ou apenas por ganância, ou com intenção, essa ocorrência vai determinar o começo de seu fim como maior potência. Aquele gancho que para sempre ficará marcando a curva do PIB dos EUA nesse dois mil e dez, que à custa de porem a moviola a rodar, de imprimirem dinheiro como nunca antes na história daquele país, repuseram a curva de novo em movimento ascensional, marcará o começo do fim. Dizer isto hoje é uma ousadia, será sempre mais fácil um historiador o confirma passados vinte anos que a China tomar a dianteira, teremos que esperar de três a quatro décadas para isso, logo eu já estarei morto para ter o prazer de ver confirmada minha previsão, e a maioria dos que me lêem também, mas quem viver verá. 

A China está jogando Monopólio com o mundo, e jogando como grande jogadora que é, e como quem já perdeu por várias vezes seu lugar cimeiro entre as nações, inclusive por ações miseráveis de outros países, quem conhece história sabe do que falo, com a calma e o descompromisso com o tempo, atitude dos grandes vitoriosos em quase tudo, e que especialmente no jogo do Monopólio é condição 'sine qua non'. Escolheu as casas certas, que lhe darão credibilidade e lucro ao longo do jogo, vejamos uns quanto exemplos: Adquiriu dez por cento da dívida americana, outro jogador e seu principal contendor, comprou todas as empresas que pode nos EUA ou imediatamente transformou-se em seu forte acionista, estamos falando de gigantes como a General Eletric a Chespeake Energy Corporation, Motorola, a parte da IBM de computadores pessoais, sempre em áreas das quais os seres humanos nunca irão poder prescindir. Na Europa o mesmo, adquiriu tudo que pode, por exemplo: A Pirelli, a Volvo, a REN, a EDP, o porto de Pireu, este com ajuda da União Europeia que forçou o proprietário a vender, saiu na carta, a Peugeot-Citroen em parte, como a Pizza Express, e investindo em empresas como Sonia Rikiel, na moda, alargando o leque de possibilidades.

Aproveitando que a crise fez desvalorizar os preços ativos na Europa, e obrigou a muitos Estados a terem que vender suas empresas, seguindo uma estratégia bem definida, dá prioridade a empresas estatais, e logo à seguir a empresas com alta tecnologia e com tradição familiar, conquistando o tripé do sucesso, alto desenvolvimento tecnológico, marcas profundamente enraizadas na economia, e aí é com ela, baixíssimos custos de produção, pois que essas empresas terão a China por detrás e seu 'savoir-faire', para não dizer mais.

Imparável vai ganhando o jogo!


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