Zoo de Belogorsk 20 de Julho 2015, mostraram os três tigrinhos que nasceram de uma espécie rara, de que só há 500 espécimes in natura, são da Sibéria os tigres e o Zoológico da Rússia, da Criméia mais exatamente. Evento raro, pois as fêmeas de tigre siberiano dão a luz uma ou duas crias, e só uma sobrevive geralmente, o que nos faz congratular as boas condições que trouxeram esses trigêmeos à luz. Já visitadíssimos por turistas sedentos de verem o raro acontecimento, mas também crias de tigres siberianos que já por si são bastantes incomuns, e aí nossa tristeza, da dos tigres, que também será nossa, já falaremos.
O homem desde sempre retirou da natureza os animais, que nela conhecia, para diversas finalidades, desde sua alimentação, até para sua companhia, ou por admirar a beleza do animal querendo contemplá-la. Perdida na memória dos tempos está a relação do homem com os animais, relação de que ficou registro por vários meios nas cavernas onde morava o homem, bem como nos mitos primordiais, e mesmo no Gênesis onde ao homem era dado o poder de nomear a criação, poder que se traduziu na possibilidade de dispor dela, inicialmente justificável como recurso alimentar, mas que do hábito da matança levou o homem a matar até o último exemplar de muitas espécies, extinguindo-as.
O desnecessário convívio da humanidade com as espécies naturais que devem estar e pertencer a Natureza, posto que o homem animal caçador já não existe, enm disso necessita, mesmo as mais remotas tribos já são pastoras, com pouquíssimas exceções. Tudo o mais é a estupidez humana a se intrometer primitivamente em área de onde se devia manter afastada para que o legado natural permanecesse. Entretanto não é assim, e essa intromissão leva à extinção todos os anos muitas espécies, algumas mesmo sem terem chegado a ser conhecidas, eliminadas pela ação desmedida de ocupação e domínio perpetrada pelo homem.
Hoje no sentido contrário muitas entidades preservam a vida natural, mas ainda outras que detêm muitas espécies em cativeiro lançam a ilusão de que sua ação será salvífica, quando é mera interferência. Esses três tigres, retirados de seu ambiente natural representam antes de tudo uma agressão à sua espécie, à Natureza, ao planeta e à própria humanidade que tem obrigação de zelar pelos patrimônios que lhe foram legados. Que agora vão reintroduzir os tigrinhos em seu habitat, para aumentar o númro de espécimes exisentes dessa espécie in natura, será uma medida acertada, mas o comportamento do mamífero é aprendido, e aprendido no terreno onde habita, para que as circunstâncias e ocasionalidades decorrentes sejam suas características, permitindo-lhes as habilidades necessárias à sua sobrevivência. Agora pergunto: Quem lhes vai ensinar a caçar com a mãe em cativeiro? Quem vai lhes ensinar como defenderem-se no terreno? Quem lhes indicará o melhor território de caça? Quem lhes indicará o melhor local de refúgio? A mãe prisioneira no zoo de Belogorsk, certamente não será! Por isto esta ideia que é vendida como uma boa ideia de reintroduzir os três tigres poderá ser uma ideia fatal. A alegria de se recuperarem para a vida, e a vida animal só é valida em seu habitat, vem se juntar a enorme tristeza do mal feito, mais a da possibilidade bem forte de resultar em nada essa reintrodução, mais a tristeza da estupidez de tudo isso, porque lugar de bicho é na natureza. Eis porque, como no quebra língua, esses são três tigres tristes!
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