sexta-feira, 31 de julho de 2015

E por falar-se em emprego em Portugal.







O Diário Econômico rematou a situação com um estudo claro que mostra que há hoje um milhão e meio de desempregados, se somarmos a isso os quinhentos mil que emigraram, temos uma carência de dois milhões de postos de trabalho, num país de dez milhões de habitantes. Isso hoje! Temos que somar outros números que são aterradores da eliminação de postos de trabalho tudo considerado, o que mostra a destruição de um país, porque se endividou, só porque se endividou, e recebeu muito dinheiro da Europa para queimar com a ideia (orientação do BCE) de evitar a quebra da banca, esses números que faltam é mais de um milhão de estrangeiros que voltaram para seus países, ou procuraram outros, o que, com grande folga, soma tudo 3.000.000 (Três milhões) de postos de trabalho que foram destruídos, ou não criados, num conjunto de soluções erradas que foram implementadas, gerando uma situação de pós guerra, de terra queimada, de miséria, em troca de nada, melhor dizendo: em troca de mais dívida, de uma situação impagável do débito, que mantém uma hipocrisia que satifaz o mercado, e, como o mercado é o deus do momento, tudo é justificável. O mínimo que se pode dizer é: Ridículo!

Esquecendo Portugal, que é apenas mais uma vítima das não soluções propostas e implementadas, com o beneplácito e o gosto do governo daquele país, por uma conjunção de entidades e organismos, com a ideia dominante, para não dizer a estupidez dominante, da teoria econômica que se tem como norma, tomemos, então,  em atenção exatamente essa teoria explicitada em modelo, e em políticas que criam concentração de riqueza. O que há de mal em concentração de riqueza, questionar-se-ão alguns?

A resposta a esta questão é o pano de fundo de tudo de mal que se tem e se vai passar, porque enfecha as questões que são as causas da miséria e baixo desenvolvimento que estão instalados. Vejamos: Uma pessoa tenha dez mil ou dez milhões para gastar, só pode comer uma refeiçao por dia, vestir uma roupa de cada vez, andar por caminhos e estar em lugares um por vez, e assim por diante, logo tendo dez milhões vai consumir como se tivesse 'apenas' dez mil, o que significa que seu impacto econômico de consumo é o mesmo de quem tem dez mil para gastar, logo, nesta situação, temos uma e apenas uma pessoa a gastar no potencial de dez mil euros, mesmo tendo dez milhões, porque ninguém pode comer, vestir, andar etc... por mais de um em sendo apenas um. Se estes dez milhões estivessem distribuídos entre mil pessoas, o que dava dez mil a cada um, teríamos mil consumidores, usando mil roupas, consumindo mil refeições, ocupando mil espaços com os custos que isto representa. Este consumo de mil, em vez de um, é o que permite que, digamos, cento e cinquenta empregos se mantenham em vez de quatro ou cinco, se fosse o consumo de uma só pessoa. Esta diferença prática, independente mesmo da justiça social que isto possa representar, que mostra à evidência que é muito melhor ter-se mil remediados que um rico. Nada contra os ricos, mas eles desgraçadamente só podem consumir como um, o que são, sendo cada um apenas um, independentemente da fortuna que tenham.  

O modelo que a Europa adotou distorce a distribuição de rendas, aniquila as classes intermediárias, gera miséria, compromete o futuro e não resolve nada no presente, salvo aplacar a fúria do todo poderoso mercado de capitais. Penso ser um preço muito alto que já destruiu dois países, e que em breve vai se mostrar causa de destruição de outros mais, se não se tomarem medidas de fundo, verdadeiras, não maquiagem e hipocrisia, que permitam haver criação e distribuição de riqueza, único caminho que permite haver futuro, posto que ninguém pode dividir uma riqueza que não há, nem criar emprego sem um consumo que o justifique.

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