sábado, 6 de fevereiro de 2016

A Maldição do milênio.







Há muitas maldições pervagantes neste século XXI, desde a luta do dinheiro em se manter nas alturas que atingiu, que asfixia toda a economia, e esmaga os menos possuidores, excluindo ainda mais aos excluídos, num processo de ruptura sócio-econômica, até o impossível Daesh que se proclama um Estado Islâmico, mais que isso, se pontifica como o Estado Islâmico, em detrimento dos muitos que o são no plural, presumindo uma posição dominante que já provocou refugiados que se contam na casa das dezenas de milhões. Porém creio que a que marcará essa época como a suprema maldição é o aquecimento global, e essa maldição ainda mal começou.


A pegada carbônica.

As árvores que atingiram neste 2015 a metade de seu número original, o que implica não haver já metade dos elementos que retiravam o carbono da atmosfera com tudo que isso implica, respondem como um anti-fator, por não mais existirem, e que após essa metade, cada árvore, cada uma, é o descer da ladeira rumo ao precipício, diminuindo cada vez mais a possibilidade de diminuição da pegada carbônica. Leia o artigo: Metade delas já não existe,. A extinção dos vegetais é o começo da nossa. 

Porém o que parece grave é termos ultrapassado o ponto de não retorno  como provam as medições climáticas por toda parte, quando temos 14 dos 15 anos do milênio como os mais quentes da história da humanidade pelo que se conhece. Não são os 5 anos mais quentes de todos nesses quinze que já levam completos o milênio, seria o 'top five', não são também os 10 mais quentes que se conhecem, o que seria o 'top ten', compreendido num curo período de quinze, mas são, e isto mostra a maldição completa, quatorze em quinze,  não é apenas uma tendência, é uma condição, nova e aterradora condição, é mesmo quase a totalidade, 93,333%, o que significa que algo virou nesse milênio, que existe algo no clima que, imponderável, está mudando toda a realidade, que promovia a estabilidade na natureza, criando um outro mundo que desconhecemos. Porque a agricultura, e ela é tudo o que comemos, porque se não diretamente, indiretamente representa a relação com todos os alimentos que consumimos, irá mudar de terrenos, irá caminhar para outras áreas, onde os solos, não sabemos, poderão revelar-se inadequados, porque o clima nas áreas tradicionais já não permitirá o cultivo. São os animais que seguirão com elas. São as instalações que terão que ser reconstruídas, é a posse e propriedade das terras que terão de ser alterada. São mudanças muito drásticas e preocupantes porque não sabemos no que irão redundar. Imagine você alterar 93 por cento de seu caminho, é mudar tanto de direção que é mesmo retroceder, e os primeiros tempos do planeta, para o qual estamos voltando, foram inóspitos, e a sobrevivência neles uma dificuldade, mesmo para os poucos humanos que existiam, com  a atual população mundial a vida naqueles termos é impossível, será impossível para uma alta percentagem da humanidade, eis a maldição.

O fim dos tempos.

São na verdade o final dos tempos que conhecemos, onde o planeta com baixas temperaturas permitia o equilíbrio ecológico que se vai perdendo, e que ocasionará desertificação, enormes instabilidades climáticas como chuvas torrenciais, tufões, ciclones, secas e desertificação por toda parte. O Al Gore numa atitude de alerta andou por todo o mundo avisando do que iria sobrevir, tentando antecipar medidas, nada ou quase nada foi ouvido, e só neste mesmo fatídico 2015 é que foi assinado o acordo das modificações climáticas na cimeira de Paris que prevê  uma meta de dois graus celsius para o abaixamento da temperatura global. Se vamos tarde demais ainda não sabemos, mas que vamos tarde, vamos, e qual será o preço desse atraso, veremos, e o veremos da pior maneira, porque o impacto desastroso dessas alterações se farão sentir no planeta de forma desastrosa por toda parte, como já começou.

O ponto de não retorno.

Não é conhecido esse ponto, é mais ou menos como um animal feroz que a gente não conhece e pergunta ao dono se pode lhe fazer festinhas. Aqui não há dono para se perguntar, é uma jogada no escuro. Defrontados como animal fizêmos-lhe festinhas, resta saber se ele arranca-nos o braço, ou as aceita ou da-nos só uma mordida de aviso, veremos.

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