segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

'Accusat onere probandi'








Nada como ver alguém se desdizer. As palavras servem para muita coisa, como sabemos, inclusive para as nuances que guardam.

A bastonário da Ordem dos enfermeiros, certamente aconselhada por jurista que lhe alertou do risco em que incorre a apontar prática de eutanásia como medida corrente em hospitais portugueses, acusação grave que teria que ser provada evidentemente, veio prontamente esclarecer que o que havia dito, não era o que havia dito, pois a interpretação de suas palavras foram incorretas.

Que seria do mundo sem o depois, sem a análise, sem a interpretação. O mundo da música nada seria sem interpretação certamente. E o que seriam das palavras sem sua interpretação? Ainda bem quando é o próprio que as interpreta, pois assim não deixa dúvidas quanto ao que queria dizer, ainda que muitas vezes não tenha isso que tenha sido dito, não seja a interpretação do que disse, aquilo que efetivamente disse. No caso da bastonário, felizmente, ficou tudo esclarecido, veio logo à público esclarecer.

As palavras, poliédricas que são, dependendo do lado que se as contemple, pode parecer aquilo que não são, portanto é mister muito cuidado e atenção, não só ao contempla-las, mas ao apresentar o sólido geométrico que elas pretendem ser, para subitamente, por exemplo, não se confundir um hexaedro com um tetraedro, ou com  um dodecaedro. ou mesmo com um cuboctaedro, olhando em cada um deles a sua face triangular sem observar o resto, sendo mais grave no caso do cuboctaedro, porque nele ainda se verá uma face quadrada. Ou em caso do sólido ser irregular ou truncado onde o engano pode ser mais forte.

Dito isto fica a lição dos perigos possíveis de vermos que alguém, menos experiente, terá que se contradizer, ou desdizer-se, ou explicar-se, porque as poliédricas o traíram, ou eles mesmo se enganaram ou com as palavras ou os temas...




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