terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Instável e Incontrolável - Playing God.






São estas as características da fusão nuclear, que é agora a brincadeira mais em moda na prática laboratorial dentro dos reactores, na busca que empreendem os cientistas dessa área, para domar a matéria, numa tentativa de, passando-se por deus, criar coisas, materializar energias, recriar a natureza.

Assim o último grito é a fusão, como foi a fissão durante longo período desde o primeiro experimento atômico. Hoje, nos aceleradores de partículas, ainda se faz a fissão que vai revelando novas partículas, como a recém descoberta partícula de deus, o bosão de Higgs, que o LHC, o grande colisor de Hádrons,  possibilitou os meios técnicos para que a teoria se comprovasse, como se vai fazendo, com o aparecimento de muitas partículas sub-atômicas. Com a fusão trata-se de juntar átomos, formando outro tipo de matéria que não a dos átomos que se juntam, o que liberta enorme quantidade de energia, essa coisa de que o mundo moderno tem tanta sede a baixo custo e com o mínimo de poluição, por isso andam a procurar repetir o Sol,  e o vão conseguindo em pequeninas doses.

A temperatura do núcleo do Sol gira em torno dos 15 milhões de graus Celsius, uma temperatura impensável, pois ja excedem-na em cinco para seis vezes esse valor, um feito prodigioso que se vem repetindo nos principais centros de pesquisa mundiais, tendo o Max Planck na Alemanha o recorde de temperatura, 80 milhões de graus Celsius, inacreditável! Entretanto nesse processo o que mais importa que a temperatura é o tempo, pelo qual ele se possa realizar sob controle, e nisso os chineses conseguiram o feito de o fazerem por quase dois minutos no Instituto de Ciência Física, o que significa recriarem o Sol, ou seja transformando Hidrogênio em Hélio como se passa no nosso astro-rei, para que isso se possa realizar, é necessário transformar o Hidrogênio, um gás, num plasma, e o processo, para que resulte, tem de estar controlado.

O controle dá-se confinando o processo dentro de um reator com poderosíssimos imãs, o que significa usar super-condução para manter o processo dentro do reator, gerando controle e estabilidade, em algo que por natureza é instável e incontrolável. Confiná-lo é toda a habilidade do processo, porque o permite controlar, ao mesmo tempo que é toda a incapacidade do processo, por o limitar. A técnica tem permitido fazê-lo e com mais altas temperaturas e cada vez por mais tempo. O Sol faz isso a todo o momento há bilhões de anos de maneira bastante instável, o que admite a contrapartida de ser ao mesmo tempo bastante estável, extremos que se tocam sempre, nós queremos fazê-lo por alguns minutos com segurança. O problema é que se mesmo o Sol o faz com imensa instabilidade, com jorros, explosões, adensamentos e expulsões de grandes quantidades de matéria e energia, que no limite são a mesma coisa, e no Sol estão mesmo no limite, como haveremos de fazer estavelmente, de forma controlada, o processo?


 

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