quarta-feira, 31 de agosto de 2016

"Brasil, mostra tua cara . . . "




Sabem a continuação da letra da canção?

O que prova o impedimento da presidente da república? Prova que há uma componente parlamentarista na estrutura governativa brasileira com esse instrumento do 'impeachment', e que a harmonia entre os três poderes é uma falácia. Que os instrumentos que possam haver no judiciário são utilizados, não para cumprir sua missão de poder aplicador das leis e garante da aplicação da justiça, mas que, extrapolando suas funções, se pode transformar também em executor de intenções justiceiras, e, por outro lado, o legislativo que quer poderes para além dos de legislar, ainda que com seu poder tudo possa o legislativo, desde que atue antes, assim tudo será conforme sua vontade, será como ele determinar, porém quer também o poder de atuar depois e impor sua vontade mesmo quando a realidade lhes é contrária modificando-a a seu talante. Um parlamentarismo, onde o poder do legislativo é preponderante e pode submeter o executivo tem em virtude desse seu enorme raio de ação, mecanismos que o controlam, o que não se passa no Brasil. O parlamentarismo é uma solução política, uma forma de se fazer as coisas adotada em inúmeros países, mas não no Brasil, só o foi por um breve período no tempo quando tivemos um primeiro ministro, o avô desse que hoje ambiciona o poder para desfazer todas as conquistas desses anos da esquerda. Querendo voltar certamente ao Brasil submisso, pedinte do FMI, e com um povo alheado e sem muitos direitos sociais, o Brasil antes de Lula, o Brasil quintal dos EUA como se dizia então.


"Qual o nome do seu sócio?"

Pois bem "essa droga que já vem malhada antes de" nascermos quer voltar. O Chico disse uma coisa muito notável, que antes do Lula foram 500 anos de outros interesses atendidos, não foram essas as suas palavras, mas foi o que ele disse, e é esse o dilema, é essa guerra que, travada, foi perdida, porque uma situação adversa se apresentou com a conjuntura internacional, dando azo a que as forças que esperavam vissem o momento de se insurgirem que o povo insatisfeito o acompanharia, ou não os impossibilitaria de prosseguir, e assim fizeram.

"Votem em mim!"

Sim, apesar de estarmos ainda aprendendo a votar, esse caminho é aceitável e sempre o melhor, apesar dos caminhões de mentiras que são despejados no processo, sempre a democracia, o pior dos sistemas excluídos todos os outros, quando  funciona se auto-regenera, e logo o erro será corrigido, e a alternância no poder permite que diferentes interesses sejam atendidos. Mas 500 anos é muito tempo, e largarem o osso era impensável, os dois períodos Lula eles engoliram, mesmo porque a habilidade política desse presidente não podia ser contornada e de qualquer maneira sufocarem o homem. Mas D. Dilma, mais dois períodos, e sabe-se lá se isso continuaria havendo uma sucessão exitosa, não, isso não, já era demais, e tentaram por todos os meios, até que por esse, o do impedimento, conseguiram. E a figura expúrea que atualmente ocupa a cadeira para a qual foi eleita D. Dilma, um negociata profissional, não foi para a China onde o esperavam, fez-se representar, para quando lá chegar seja como efetivo presidente, e não interino, como se isso fizesse alguma diferença para além de simbolizar, logo na China, o enterro de uma era, enterro que que patrocina com seu mercado de trocas, que o manterá no cargo. O que prova que os interesses, e só esses são os que falam mais alto na política brasileira hoje. Diferentemente do que se passou com João Goulart, onde haviam as forças das armas atuantes e evidentes, hoje são as forças dos interesses comuneiros pela gamela do poder, que  são as que atuam, mas de modo oculto, não  evidente, para que seu efeito exista sem comprometer e sem denunciar os que de lá comem e tem como seu moto e fito único defender esses seus interesses com trocas e baldrocas umas após outras.

"Não me convidaram para esta festa pobre. . ."

E nem me convidem, fico aqui aguardando o futuro, esse em que creio, e espero ser o desígnio de meu país, esse gigante poderoso que há de estar entre as três maiores potências econômicas do mundo, e que distribuirá com justiça e equidade seus  proventos. O povo enfim teve na boca o sabor de ter voz, de ter vontade, de poder comer um bom bife, não aceitará mais ser amordaçado.

"Confia em mim."



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